Ah, o primeiro dia de Rory na escola. Uma verdadeira comédia do ponto de vista de alguém que já passou por isso algumas (muitas) vezes. A escola, um lugar onde os dramas adolescentes ganham vida própria e as conversas parecem ser sempre as mesmas.
Vi Rory chegando, com aquele ar de quem está prestes a enfrentar um leão. O coração dela batendo com uma mistura de nervosismo e expectativa. Ela tentou disfarçar a insegurança, mas eu podia sentir isso emanando dela, uma aura de incerteza que a rodeava. Não pude deixar de sorrir ao vê-la, imaginando as provações que ela estava prestes a enfrentar. Ela tinha aquele jeito determinado, como se estivesse pronta para conquistar o mundo. Ou, pelo menos, a sala de aula.
Ela foi recebida pela ajudante da docência, Stella Lancaster, que fez questão de lhe dar as boas-vindas com um sorriso amigável, oferecendo-se para ajudar. Eu observei a interação com interesse. Rory aceitou o gesto com gratidão, e eu tive que me conter para não rir da situação. Tudo parecia tão... previsível. Mas havia algo em seu olhar que me dizia que ela preferiria estar em qualquer outro lugar naquele momento.
Enquanto o professor a apresentava à turma, eu observava atentamente, capturando cada expressão em seu rosto. Ela tentou sorrir, tentou parecer à vontade, mas eu podia ver a tensão nos seus ombros, a hesitação nos seus olhos.
Ela escolheu um lugar ao fundo, perto da janela, como se quisesse observar tudo de longe. Talvez estivesse tentando entender a dinâmica da sala, ou tentando se esconder do mundo. Ela arrumou seus materiais com cuidado, tentando parecer confiante, mas eu podia ver através da fachada. Ela estava nervosa, insegura, como qualquer pessoa estaria em seu lugar.
Durante a aula, vi como ela tentava se integrar, como ela interagia com os outros alunos, como ela tentava encontrar seu lugar naquele ambiente estranho.
Durante a aula, não pude deixar de notar como Rory se destacava. Os outros alunos olhavam para ela com curiosidade, e eu não pude deixar de notar como ela parecia deslocada, uma estranha em um mundo desconhecido.
Foi então que ela me olhou. Um sorriso enigmático passou por seus lábios, mas eu sabia que por trás da máscara de confiança, ela ainda estava se sentindo perdida. Eu, então, retribuí o sorriso.
Quando o sinal para o almoço soou, eu a segui até o refeitório, servi minha bandeja e me sentei em uma das mesas fazias, observando-a enquanto ela se servia de comida e procurava um lugar para sentar. Observei que ela vinha em minha direção.
— Posso me sentar aqui? — Rory perguntou, aproximando-se da mesa onde eu estava sentado.
Olhei para cima, surpreso por sua escolha, mas não pude deixar de sorrir.
— Claro. — respondi, tentando manter meu tom descontraído. - Sou Lucas.
— Prazer em conhecê-lo, Lucas. Sou Rory. — Ela sorriu timidamente enquanto se sentava.
— Então, o que você acha de Athens até agora? — perguntei, tentando manter uma conversa.
— É tudo tão novo e empolgante — ela respondeu, com um brilho nos olhos. — Estou animada para explorar mais.
Enquanto conversávamos, eu a observava cuidadosamente, notando cada pequeno detalhe sobre ela. Seu olhar curioso, sua expressão tímida, a maneira como ela tentava esconder seus nervos por trás de um sorriso encantador. Era como se ela estivesse tentando se encaixar em um quebra-cabeça do qual não tinha todas as peças.
Conversamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Rory era fascinante, com seu jeito de questionar o mundo e sua sede por aventura.
Enquanto conversávamos, um pensamento inquietante passou pela minha mente: será que essa era mesmo Rose? Não podia ser, não é? Mas algo na forma como ela se movia, como ela falava... parecia tão familiar.
Mas logo afastei esses pensamentos, focando na beleza daquele momento. Rose sempre voltava em um corpo lindo, isso era fato. E Rory não era exceção. Fiquei admirando sua beleza enquanto ela falava, perdido em seus olhos.
Eu não conseguia evitar a sensação de que estava exatamente onde deveria estar naquele momento, ao lado dela. Poderia ter passado o resto do dia conversando com ela, mas, infelizmente, o sinal tocou.
— Nos vemos por aí, Lucas — ela disse, se levantando.
— Com certeza — respondi, assistindo-a se afastar com um sorriso.
Enquanto nos levantávamos para voltar às nossas salas de aula, senti a urgência de esclarecer uma questão que estava martelando em minha mente.
— Qual é a sua cor preferida? — perguntei a Rory, tentando parecer casual.
Ela parou por um momento, como se estivesse ponderando sobre a pergunta, e então respondeu:
— Azul.
Meu coração deu um salto naquele instante, uma mistura de surpresa e incredulidade percorreu meu ser. Azul. A cor favorita de Rose. Como poderia ser apenas uma coincidência?
Tentei disfarçar minha reação, mas Rory já estava se afastando, apressada para chegar à sala de aula. Eu a observei partir, com um turbilhão de pensamentos girando em minha mente. Será que era mesmo ela? A Rose que eu tanto amei, agora renascida em um novo corpo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mystic Blood (Em Revisão)
FantasiEstá afim de uma aventura alucinante cheia de mistério, romance um toque de sobrenatural? Então, meu livro é pra você! Imagina só: uma garota comum chamada Rory descobre que é a reencarnação de uma heroína lendária, e de repente, ela se vê no meio d...