28: Perdoe-me, Pai, porque eu pequei

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Assim, eu só acho que esse é melhor capítulo até agora, só acho...

Essa luxúria é um pecado que nós dois carregamosDois pecadores não podem se redimir com uma única oração Almas unidasEntrelaçadas pelo orgulho e pela culpa

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Essa luxúria é um pecado que nós dois carregamos
Dois pecadores não podem se redimir com uma única oração
Almas unidas
Entrelaçadas pelo orgulho e pela culpa

David Kushner, em Daylight.

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- Damiano, eu quero que você solte o Pierre e o deixe ir embora, agora! - bato o pé no chão, sentindo os pequenos ferimentos arderem contra a madeira, porém, estou irada demais para ligar a dor física.

Damiano me olha, me olha e me olha, um olhar atento, com uma pitada de diversão até. Diria que ele se diverte com tudo isso, o que não me espanta. Estarei mais espantada se ele concordar em soltar o Pierre, o que, claramente, não vai acontecer, já que ele continua rindo das minhas tentativas vãs.

- Você não parece muito feliz. Eu tive muito trabalho em trazer ele aqui, nem consegui embrulhar o seu presente porque tive que ir buscar você no bar.

- O que quer que eu faça?! - guincho, seguido de uma risada histérica. Damiano vai me enlouquecer e isso é questão de tempo, de muito pouco tempo - Que eu solte fogos pelas orelhas porque você sequestrou e amarrou o meu ex numa casa abandonada à milhas da cidade?

- Sim - diz, simplesmente assim, dando de ombros e depois erguendo o indicador em riste - E correção, seu ex que invadiu a sua privacidade tornando pública uma foto que você não sabia que foi tirada.

Só então eu me lembro da foto com a porra do esperma do Pierre causando alvoroço na internet. Fui para a boate tentar dar a volta por cima, mas acabei por cair num poço bem fundo. Um poço fundo e lamacento, julgando pelos meus pés imundos.

Pierre grunhe contra a mordaça, se debatendo contra as amarras nos seus pulsos e tornozelos. A cadeira pula repetidas vezes com ele em cima, até que não aguenta mais e quebra uma perna, fazendo Pierre cair de lado e bater com o lado esquerdo da cara no chão, com força. Não leva muito tempo para ver o fio de sangue escorrer do chão e ouvir o choro intermitente dele.

- Espera, o que caralhos você está fazendo nos Estados Unidos, Pierre? - desvio o olhar do Damiano, e franzo o sobrolho na direção do coitado escorado no chão.

Ele grunhe contra a mordaça e mais lágrimas escorrem pelo seu rosto pálido. Tento me aproximar para retirar o trapo da sua boca, para que assim possa falar, mas Damiano me impede.

- Não, não, Fadinha. Nao faça isso. Deixe que eu mesmo explico por quê o nosso convidado está aqui.

Me viro, ainda trêmula, mas ouvindo com atenção, mesmo sabendo que Damiano vai soltar uma explicação, que embora válida, vai soar a coisa mais medonha e sarcástica do mundo. Estou com medo e sei que isso não vai parar por aqui. Temo por mim, pelo Pierre e pelo próprio Damiano. Sei que soa maluquice da minha parte, mas o que quer que vai acontecer aqui, os três estarão envolvidos até aos ossos, e isso, isso é o fodido motivo de eu estar com os olhos inundados em dilúvio.

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