2: A minha estória

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Não vejo essa vadia comentando ou dando estrela. Será que o demônio da tesão matou ela?

Pés, não me falhem agoraLevem-me até a linha de chegadaTodo o meu coração se rompe a cada passo que dou

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Pés, não me falhem agora
Levem-me até a linha de chegada
Todo o meu coração se rompe a cada passo que dou...

Lana Del Rey, em Born to die.

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• ALEXA  LEBLANC •

Estou voltando para casa. Ugh. Há quanto tempo eu não tratava Nova Iorque como casa. Fazem cinco anos desde que meus pais me enviaram para cá, França, para fazer faculdade. Ambos são franceses, então queriam que eu estivesse mais familiarizada com as raízes. E eu me familiarizei, me familiarizei tanto, que mal sei como agir diante da constatação que teria que abandonar a minha vida aqui para voltar ao que era antes.

Quero dizer, eu tinha dezassete anos quando vim para cá, não é como se tivesse alguma coisa que me prendesse em Nova Iorque. 

A única coisa que me obriga a voltar agora era o compromisso que firmei com Maurice e Juliette. Eles me mandaram para cá para cursar moda, contanto que eu voltasse e os ajudasse com os negócios da família. E bom, não será nada mau trabalhar com a LeBlanc, afinal, é uma agência totalmente voltada para o público feminino. Publicitamos de tudo, desde perfumes à lingeries. E esse é um universo no qual eu quero mergulhar e me afogar.

Desisto de dar uma volta por mais algumas lojas, já tenho lembranças suficientes para a família. Deixo algumas notas na mesa, pelo chá boba e o croissant, e saio da cafeteria.
Como boa francesa que sou, meu carro é um Peugeot, no modelo 208. É uma belezura cinza platinado, que me deixa babando toda vez que o vejo. Claro que não comprei sozinha, já que mal tinha como me sustentar há alguns anos, porém, de um tempo para cá, comecei a ganhar dinheiro com influência digital e agora sou quase um ícone da moda e beleza na internet. Só precisei de uma pequena ajuda para fechar o orçamento na compra do meu carrinho. Meu namorado, Pierre, me ajudou na altura.

Sou imensamente grata a ele por isso e completamente apaixonada também. Por isso me sinto tão arrasada por dentro por ter que deixa-lo, estamos indo tão bem. Mas prometemos um ao outro que manteremos contacto e nos veremos sempre que for possível. Não me importo em viajar todo mês para estar com Pierre e aposto que ele também não.

Pego as chaves na bolsa e entro em casa. Nosso apartamento é pequeno, mas luxuoso e aconchegante para os dois. Queríamos um local para partilhar a vida, as piadas internas e os sonhos. E temos.

Ouço murmúrios vindos da cozinha e identifico a voz dele. Pouso as sacolas de compras perto do sofá da sala de estar e vou para cumprimenta-lo.

— Nada disso, sperme*, não estou pedindo pra' você abortar!

Dominados Pelas Sombras|+18Onde histórias criam vida. Descubra agora