9: Meu senhor

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Damiano odeia vadias que não comentam e nem deixam like!

O mundoé um puteiro sujoonde quem sente muitoestá sempre sendofodido

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O mundo
é um puteiro sujo
onde quem sente muito
está sempre sendo
fodido.

Que covardia.

Arthur Diogo, em Essa intensidade me fazendo mergulhar.

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• DAMIANO RUSSO •

Desço as escadas após o exercício matinal e o devido banho, pronto a preparar algo para o desjejum.
Os meus cabelos estão soltos porque fiquei com preguiça de usar o secador depois do banho e decidi deixá-los secarem naturalmente, então passo a mão neles de segundo a segundo, ordenando-os para não molharem o meu rosto.

Passo pela sala de estar e constato o silêncio glorioso na casa. Suspiro em alívio, não vou ter que lidar com a Giada hoje. Ela é problemática e tenta uma aproximação sempre que me vê. Sinto que acha que temos algo diferente de amizade e parceria depois do meu deslize, e me incomoda sempre que tenho que colocá-la no seu lugar. Então simplesmente a evito.

Quase fico de bom humor ao ver que não lidarei com ela esta manhã, mas automaticamente o meu ânimo desmorona. Nunca tive nada de graça mesmo.
A hacker está na cozinha, atarefada com algum tipo de nassa em uma taça no balcão e assobia como se já vivesse aqui há anos.

— Bom dia — cumprimento, já em direção ao frigorífico para pegar um pouco de queijo e um pote de peito de frango desfiado, que eu faço questão de ter sempre para o desjejum.

— Bom dia, flor! — devolve, radiante, e eu franzo o cenho com o apelido — Não precisa, já estou a cuidar disso.

— O que é isso? — aponto para a taça nas suas mãos.

Tenho quase a certeza de que não posso comer o que quer que ela tenha decidido fazer.

— Panquecas — ergue a colher e faz a massa escorrer como demonstração — E antes que você diga que não vai comer, pelo açúcar, saiba que coloquei mel para adoçar.

— Não vou comer na mesma — dou de ombros, indo pegar o pão integral no armário — E antes que você diga que eu não vou comer porque não gosto da sua comida, o que seria estranho já que eu nunca provei, saiba que sou alérgico.

— À panquecas? — ela franze o cenho e entorta o nariz. Eu a olho com estranheza. Alérgico à panquecas?

Ao mel — esclareço enquanto monto a minha sanduíche no balcão partilhado com a Giada — E ao leite de vaca também — aponto com o indicador para o pacote de leite que ela comprou na mercearia, que certamente usou para as panquecas.

Dominados Pelas Sombras|+18Onde histórias criam vida. Descubra agora