Jóia familiar
No momento, eu estava em uma cafeteira, com bancos almofadados e uma janela ao lado, dando a visão alaranjada das ruas no outono.
Ruslan estava sentado à minha frente, movendo as mãos habilmente pelas teclas do notebook.
Eu tinha um capuccino entre as mãos, enquanto o encosto estrangeiro se encontrava ao meu lado. O mesmo me encarava sem pudor.
Tomei um gole do meu café e o fitei de volta.
— Tem alguma coisa na minha cara, infeliz? — Questionei.
Ele sorriu galanteador.
— Para uma coisinha tão graciosa, você tem a boca bem suja, meu bem.
Tive um tic no olho direito depois dessa.
Coisinha graciosa?!
Era só que faltava.
— Se vão se pegar procurem um quarto. — Sugeriu Ruslan.
— Nem fudendo!! — Exclamei.
— Mas, não era pra isso que iríamos para um quarto? — Indagou Alexei, com um sorriso maroto nos lábios.
As veias do meu pescoço saltaram.
Sem pensar, agarrei uma faca de mesa que tinha perto e tentei acertá-lo na jugular. Alexei agarrou meu pulso com uma só mão dessa vez.
Ruslan tirou os olhos da tela e olhou para nós.
— Você gosta de facas, né? — Perguntou.
— Não mais do que da minha jugular. — Rebateu Alexei.
Sorri escárnio.
— Se eu realmente gostasse, não estaria tentando enfiar uma faca nela. — Respondi, sorrindo.
— Está tudo bem?
Levantei o olhar para ver uma garçonete nos observando, amedrontada.
Sorri docilmente para ela, vendo suas orelhas ficarem vermelhas.
— Que nada, minha querida. — Tranquilizei-a. — Só estamos brincando, né? — Disse, dirigindo-me para Alexei.
O russo me encarou, depois sorriu.
Ainda com a mão envolta do meu pulso, ele passou o outro braço pela minha cintura e se aproximou nós dois.
Outro tic no olho.
Forcei um sorriso, enquanto a pobre mulher saía envergonhada. Vi Ruslan apertar os lábios, tentando conter um sorriso.
— Se não me soltar agora... Eu vou te desmembrar, desgraçado. — Murmurei, entre dentes.
O Rurik riu e me soltou. Não antes de tirar a faca da minha mão.
Não resisti, visto que se eu continuasse com ela em mãos, não responderia por meus atos.
— Pronto. — Resmungou Ruslan.
— O quê? — Questionei.
— Escute o que vamos te dizer, ok? — Começou Ruslan. — Como afirmamos anteriormente, não fomos nós que causamos tudo isso. Isso não tem a ver com a máfia russa. É verdade que os caras que atacaram o casamento da sua irmã eram russos... Todavia, eram mercenários.
— Mercenários...?
— Exato. Eles foram pagos por alguém para fazerem aquilo.
Fiquei em silêncio por uns minutos.
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𖤓𝑇ℎ𝑒 𝐿𝑜𝑚𝑏𝑎𝑟𝑑𝑖𖤓 - 𝐿'𝑖𝑛𝑖𝑧𝑖𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑙𝑎 𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑎 - 𝑉𝑜𝑙.𝐼
Lãng mạnA gloriosa família Lombardi, fundada em ouro e prata, desaba em tempos sombrios com a morte precoce de seu primogênito, Luigi Lombardi. Qual futuro você imagina para irmãos tão desamparados após a perda do irmão? O inimigo está a espreita, esperand...