Revelações
Na mesma cafeteira da última vez, pedi o mesmo capuccino. Observei as cores quentes do outono através da janela. Esfregue as mãos uma na outra, o frio delas me lembrando do contraste entre as cores e o clima.
Com uns cinco minutos, uma pessoa irritantemente e infelizmente familiar senta-se ao meu lado, e outra nem tanto à minha frente.
— Bom dia! — Cumprimentou Alexei.
Fitei-o irritado.
— Por que você não fica do lado dele?! — Apontei para Ruslan Rurik.
— Bom, porque eu quero ficar perto de você, coisinha graciosa e perigosa. — Respondeu com um sorriso galanteador.
Eu vou matar esse vagabundo.
Ignorei seu comentário sem pensar muito.
— Algum avanço? — Perguntei para Ruslan.
O loiro me olhou inexpressivo.
Na verdade, Ruslan é um cara estranho. Você nunca sabe o que ele está pensando. No entanto, não é uma pessoa desagradável realmente. É aquela pessoa silenciosa, que passa uma impressão calma, pacífica e respeitosa. A presença dele não é realmente intimidadora.
— Tivemos um bom avanço. — Comentou. — Encontramos alguns mercenários que participaram da missão que matou seu irmão. — Afirmou friamente.
— Sério? Quantos? — Questionei, fingindo que a forma como ele falou não foi como levar um tapa.
— Três. Plokhoy, Sumasshedshiy e Valovoy.
—"Mal", "louco" e "bruto"... ?
Que porra de nomes são esses?
— São apelidos. — Explicou Ruslan, como se tivesse lido meus pensamentos. — Seus nomes verdadeiros são Pavel, Roman e Vlad, respectivamente.
O loiro me entregou um envelope na cor vermelho-vinho. Abri e me deparei com três rostos distintos, lembrava-me vagamente deles. Fiz uma careta com o pensamento.
— Onde eles estão? — Perguntei.
— Ruslan está tirando informações dele ainda. — Respondeu Alexei, enquanto seu irmão mais novo mexia rapidamente no notebook. — Ele é um profissional na arte da tortura.
Alexei parecia orgulhoso do irmão.
— Deveria ter aprendido com ele, então. — Resmunguei.
A expressão brincalhona do de cabelos castanhos ficou séria de repente.
— Não fomos criados juntos. — Respondeu secamente. — Nenhum de nós fomos.
— Sei que gosta dele, Alexei. — Interrompeu Ruslan. — No entanto, nossa vida não é da conta dele. Então, cale a boca.
Fiquei surpreso com sua hostilidade, porém Alexei não pareceu se importar.
Uma grande curiosidade foi despertada neste momento. De repente, me lembrei de algo.
— Naquele dia, vocês me disseram que não seriam odiados só por nós se tivessem feito algo com Luigi... O que quiseram dizer? — Perguntei, referindo-me a Alexei.
— Não é da sua--! — Começou Ruslan, mas foi interrompido por Alexei.
— Ué, porque Andrey tinha um caso com seu irmão, Luigi Lombardi. — Explicou, como se fosse óbvio.
Ruslan o encarou, descrente.
Eu o encarei como se fosse louco... E talvez realmente fosse.
— Ficou maluco?! — Exclamei. — Meu irmão nunca teria um caso com o seu!!
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𖤓𝑇ℎ𝑒 𝐿𝑜𝑚𝑏𝑎𝑟𝑑𝑖𖤓 - 𝐿'𝑖𝑛𝑖𝑧𝑖𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑙𝑎 𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑎 - 𝑉𝑜𝑙.𝐼
RomanceA gloriosa família Lombardi, fundada em ouro e prata, desaba em tempos sombrios com a morte precoce de seu primogênito, Luigi Lombardi. Qual futuro você imagina para irmãos tão desamparados após a perda do irmão? O inimigo está a espreita, esperand...