Seguir em frente
O clima frio se fazia presente no dia de hoje mais uma vez. A grande mansão Rurik sempre teve o frio como uma de suas principais características. Eu caminhava calmamente pelo corredor, com alguns envelopes cheios de documentos que eu tinha acabado de analisar. Nesse momento, me dirigia a sala do chefe da máfia russa, Andrey Rurik.
— Bom dia, Sr. Anton. — Cumprimentou-me um dos funcionários.
Dei-lhe um sorriso ameno e acenei com a cabeça.
Depois de alguns minutos, finalmente cheguei na sala do meu irmão mais velho. Ao abrir a porta, o cheiro de álcool invadiu minhas narinas, fazendo-me enrugar o nariz em desgosto.
A sala estava uma bagunça. Papeis espalhados pela mesa do escritório e pelo chão, pisados, rasgados ou amassados. Os livros estavam na mesma situação, mesmo que uma das paredes fosse ocupada inteiramente por uma estante de madeira escura que tinha o único objetivo de mantê-los organizados. A parede que ficava de frente para a estante tinha uma enorme janela de vidro, que ocupava quase toda a parede, havia cortinas azul-marinho cobrindo toda a luz que vinha dela. O ambiente tinha cheiro de álcool e poeira, era ainda mais frio que o resto da mansão. Coloquei os documentos sobre alguns livros que estavam na mesa e virei para o lado, deparando-me com o chefe da família, jogado sobre um sofá de três lugares azul escuro. A roupa toda amarrotada e os cabelos desgrenhados. Já passava das dez da manhã e ele permanecia dormindo. Algumas garrafas de vodka espalhadas pelo chão mostravam o que ele andou fazendo. O mesmo de sempre, beber até colapsar, dormir até às três da tarde e ignorar que existe mundo fora deste recinto.
Caminhei até as cortinas e as abri bruscamente. Os raios de sol invadiram o local. Ouvi meu irmão xingar baixinho e sentar-se no sofá.
— Que porra você tá fazendo? — Questionou, colocando a mão sobre os olhos.
Girei em sua direção.
— Bom dia, flor do dia. Hora de levantar.
— Vai se fuder.
Respirei fundo, buscando paciência.
— Trouxe alguns documentos pra você assinar.
Andrey passou as mãos pelo rosto e finalmente olhou para mim.
— Se eu fizer isso, você some da minha vista?
— Não. Precisamos falar sobre algo.
Meu irmão mais velho bufou, irritado.
— O quê? — Indagou.
— Ruslan me ligou hoje cedo. — Comecei. — Me disse que a investigação está indo bem, contudo...
— "Contudo"...?
— Ruslan disse que tem recebido auxílio em certas coisas com os Lombardi.
Vi meu irmão tensionar com a menção do nome Lombardi.
— A máfia italiana está conosco agora.
— E?
— E isso significa que estamos tendo uma espécie de aliança. Que precisa ser oficializada.
— E o que Ruslan tá esperando pra fazer isso?
Franzi o cenho, estressado.
— Ruslan não é o chefe da máfia russa! Você é! Você precisa ir lá e resolver isso com o capo pessoalmente! — Exclamei.
— Ruslan é meu representante. Ele pode fazer isso.
— Não seja idiota, Andrey!! Nós não podemos fazer tudo por você! Já tá na hora de você levantar daí e cumprir o seu papel, porra!!! — Reclamei.
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𖤓𝑇ℎ𝑒 𝐿𝑜𝑚𝑏𝑎𝑟𝑑𝑖𖤓 - 𝐿'𝑖𝑛𝑖𝑧𝑖𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑙𝑎 𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑎 - 𝑉𝑜𝑙.𝐼
RomansaA gloriosa família Lombardi, fundada em ouro e prata, desaba em tempos sombrios com a morte precoce de seu primogênito, Luigi Lombardi. Qual futuro você imagina para irmãos tão desamparados após a perda do irmão? O inimigo está a espreita, esperand...