Para comandar, é necessário obedecer
Cabelos desgrenhados, rosto vermelho até as orelhas, roupa amarrotada, olhos úmidos e respiração irregular. O espelho evidenciava minha situação decadente.
Tudo culpa de Alexei Rurik.
— Quando eu me recuperar, vou te bater. — Resmunguei.
Alexei riu, divertido.
— Ah, é? Então, pelo meu próprio bem, não posso deixar você se recuperar.
Um frio se instalou em minha espinha com isso.
— Espera, não!!
Comecei a me contorcer, tentando impedir que Alexei fizesse qualquer outra coisa indecente.
De súbito, a porta é aberta bruscamente. Alexei e eu ficamos imóveis. Ergui o olhar em direção a porta em uma lentidão torturante, temendo a presença à nossa frente. Eu quis chorar ao me deparar com a figura do meu irmão mais velho.
— Oh... — Soltou Matteo.
Seus olhos pareciam que iam pular das orbes. Meu irmão ganhou uma nova tonalidade de vermelho. Ao perceber que estávamos o encarando, ele finalmente pareceu reagir, já que estava parado, como se não conseguisse absorver a situação.
— Oh! — Exclamou. — Me desculpe! Não foi minha intenção! E-Estou saindo!!
Matteo deu as costas rapidamente, saindo e batendo a porta com força.
Esfreguei meus rostos com ambas as mãos, tentando expulsar a vergonha e frustração. Alexei tinha um sorriso debochado no rosto.
— É... Esquecemos de trancar a porta. — Comentou.
Baixei as mãos e travei a mandíbula.
— Oh, é mesmo...? Eu sequer notei. — Ironizei.
Como eu vou olhar na cara do meu irmão agora?!
Respirei fundo, buscando uma forma de superar isso, sem me enterrar no cemitério mais próximo.
Decidido a sair antes que tudo piorasse, me remexi, a fim de levantar, contudo, acredito que senti algo que não deveria... Ou melhor, não queria ter sentido.
Suspirei, derrotado.
— O que vai fazer... Com isso? — Indaguei baixinho.
Alexei pareceu pensar um pouco, depois sorriu.
— Eu posso lidar com isso.
Fiquei em silêncio, levantei da cama com dificuldade. Sentindo minhas pernas falharem um pouco, fui até a porta, trancando-a. Girei em direção à Alexei, apoiando as costas na porta. Meu namorado pareceu levemente confuso.
Fitei os braços de Alexei, que se encontravam enfaixados. Suspirei olhando em seus olhos.
— Eu... Posso fazer isso pra você. — Murmurei, com constrangimento na voz. — Não posso permitir que você faça esforço físico. Então, não praticaremos o ato. Mas...
Apertei os lábios, tentando vencer a vergonha.
— Eu... — Engoli em seco. — Posso usar a minha boca... Se quiser.
Fechei os olhos, sem coragem de encarar meu namorado, que permaneceu em silêncio.
— Só que você vai ter que me ensinar. — Balbuciei. — Eu nunca fiz isso antes e--!
Abri os olhos, atônito ao sentir uma presença próximo ao meu rosto.
— Alex...? — Murmurei.
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𖤓𝑇ℎ𝑒 𝐿𝑜𝑚𝑏𝑎𝑟𝑑𝑖𖤓 - 𝐿'𝑖𝑛𝑖𝑧𝑖𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑙𝑎 𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑎 - 𝑉𝑜𝑙.𝐼
RomanceA gloriosa família Lombardi, fundada em ouro e prata, desaba em tempos sombrios com a morte precoce de seu primogênito, Luigi Lombardi. Qual futuro você imagina para irmãos tão desamparados após a perda do irmão? O inimigo está a espreita, esperand...