Fio Vermelho - CAP15

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>>>> Jimin <<<<

Ao ouvir meu nome ser chamado de forma tão íntima e familiar, meu coração palpita freneticamente. A voz, inconfundivelmente de Jungkook, ressoa pelo espaço escuro, adicionando uma camada de tensão e expectativa ao ambiente já carregado pelo seu perfume.

— Estou aqui, Jimin ssi. - A voz vem da sala, e lentamente meus olhos começam a ajustar-se à pouca luz. Lá está ele, de pé, uma silhueta delineada pelo brilho suave dos LEDs. Parece maior, talvez mais forte, a postura confiante e um tanto imponente.

Me aproximo hesitante, ainda processando sua presença súbita e inesperada. A luz reflete em seus olhos, dando-lhes um brilho quase sobrenatural, enquanto ele me observa com um misto de seriedade e alívio.

- Jungkook... - Minha voz sai mais como um sussurro, traída pela mistura de emoções que me assolam. A surpresa, a alegria, o receio de nossos últimos encontros tumultuados.

Ele dá um passo em minha direção, diminuindo a distância entre nós. Sua expressão é suave, mas seus olhos são intensos, como se tentassem comunicar tudo o que as palavras falharam em dizer durante essas semanas.

- Eu sei que você não esperava por isso, e eu... eu precisava ver você. Para te dar isso. - Ele estende a mão, na qual segura um pequeno objeto envolto em um pano fino. Com um gesto cuidadoso, ele abre o tecido, revelando uma pequena caixa de madeira esculpida.

Pego a caixa, curioso e um pouco nervoso. A madeira é lisa sob meus dedos, e ao abrir, encontro uma pulseira de fio vermelho, idêntica àquela que vi em seu quarto naquele dia. Junto, há uma pequena nota:
"Para que sempre encontre o seu caminho de volta para casa. - JK".

Enquanto segurava a pulseira, sentia o peso de cada palavra da nota. Meus olhos se levantaram para encontrar os de Jungkook, que me observava com uma intensidade que fazia meu coração acelerar.

— Jungkook, isso é... — Minha voz falhou, engolindo em seco.

— É um lembrete, Jimin. — Sua voz era baixa, um sussurro carregado de promessas não ditas. Ele deu um passo para mais perto, diminuindo a distância entre nós. Eu podia sentir o calor de seu corpo, sentir a eletricidade no ar que nos cercava.

Ele tocou levemente meu pulso, seus dedos roçando a pele enquanto ele pegava a pulseira e começava a amarrá-la ao redor do meu pulso. Seu toque era firme, mas gentil, cada movimento meticulosamente calculado para me fazer sentir cada centímetro de sua proximidade.

— Jungkook, eu... comecei, minha respiração irregular. — Tae...

— Shh... — Ele levantou um dedo aos meus lábios, sua outra mão ainda segurando meu pulso com a pulseira agora presa. — Isso não é sobre ele. É sobre você e eu.

Retirando o dedo, ele traçou uma linha imaginária pelo meu queixo, descendo lentamente até o colarinho da minha camisa. Seu toque era como fogo, deixando um rastro ardente que gritava por mais. Eu me inclinei para frente, minha respiração misturando-se à dele, nossos rostos tão próximos que eu podia contar cada cílio em seus olhos fechados.

— Jungkook... — murmurei, quase sucumbindo ao desejo de fechar aquela pequena distância e capturar seus lábios com os meus.

Mas ele se afastou, um sorriso provocante brincando em seus lábios. — Não tão rápido, Jimin ssi. Isso é só uma prévia do que poderíamos ter. Mas lembre-se... — Ele apontou para a pulseira no meu pulso. — Isso é para você sempre encontrar o caminho de volta.

E com um piscar de olhos sedutor, ele se afastou, deixando-me ofegante e desorientado, o calor de sua proximidade ainda ardendo em minha pele e o eco de sua provocação pulsando em minhas veias. Eu estava enfeitiçado, preso em uma teia de desejo e impossibilidades, cada parte de mim clamando por algo que eu sabia que não deveria querer.

Mas a pulseira em meu pulso era um lembrete constante da conexão que tínhamos, um elo que, por mais que tentasse negar, me puxava de volta para ele, vez após vez.

A porta se fechou atrás de Jungkook, e eu me apoiei nela, tentando controlar a respiração. Meus dedos acariciavam a pulseira, cada toque um lembrete das emoções que ele despertara em mim. Sabendo que precisava esfriar a cabeça, me arrastei até a cozinha para beber um copo d'água, mas antes que conseguisse alcançar a torneira, a porta se abriu novamente.

Jungkook estava de volta, sua expressão um misto de determinação e desejo. Ele fechou a porta silenciosamente e avançou em minha direção, seus passos firmes ressoando no pequeno espaço.

— Esqueci algo. — Sua voz era rouca, seus olhos fixos nos meus.

O que você... — Minha pergunta foi interrompida quando ele levantou seu próprio pulso, mostrando uma pulseira idêntica à minha. O fio vermelho parecia pulsar com um significado que só nós dois entendíamos.

— Estamos conectados, Jimin Ssi. Mesmo que nada mais aconteça, estamos ligados.

Ele estava agora a apenas um passo de distância, sua proximidade enviando ondas de calor através de meu corpo. Com uma mão, ele segurou meu queixo, inclinando meu rosto para cima enquanto seus olhos vasculhavam o meu, procurando por respostas que eu mesmo não sabia se tinha.

Jungkook, isso é loucura. — Minha voz tremia, mas não recuei. — Eu... eu estou com o Tae.

Eu sei. — Sua resposta foi suave, mas carregada de uma intensidade que me fez estremecer. — Mas isso não muda o que você sente, não é? Quando estou perto, seu coração dispara, Jimin Ssi. Eu sinto isso.

Eu queria negar, queria dizer que ele estava errado, mas as palavras se perderam no caminho. Em vez disso, minhas mãos encontraram seu peito, sentindo o bater rápido de seu coração sob minha palma.

E o seu coração, Jungkook? Ele dispara por mim também? — Minhas palavras eram um sussurro, carregadas de medo e esperança.

Ele sorriu, aquele sorriso que sempre desarmava todas as minhas defesas.

— Cada batida, Jimin ssi, cada uma delas.

Nossos rostos estavam tão próximos que nossas respirações se misturavam, criando um espaço apenas nosso, isolado do resto do mundo. A tentação de fechar aquele pequeno espaço com um beijo era quase insuportável, mas nenhum de nós cedeu. Era um jogo de provocação e promessas não cumpridas, cada olhar e toque um acorde na sinfonia de nossa atração proibida.

— Talvez devêssemos parar. — A voz de Jungkook quebrou o silêncio, embora suas mãos ainda segurassem meu rosto com ternura.

— Talvez. — Concordei, mas nenhum de nós se moveu para colocar distância entre nossos corpos.

Em vez disso, ficamos ali, suspensos nesse momento de desejo e dúvida, as pulseiras em nossos pulsos um lembrete constante da linha tênue que estávamos equilibrando. Era um jogo perigoso, mas enquanto estávamos juntos assim, era impossível pensar em qualquer coisa além do agora.


O Amor Oculto - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora