9 anos atrás>>>> Jungkook <<<<
Eu estava na casa de Taehyung, jogando videogame com ele, quando os Senhores Kim receberam uma ligação da polícia. Eles pareciam bastante aflitos. Tudo aconteceu muito rápido; eles olharam para mim com olhos cheios de lágrimas.
— Pobrezinho... — suspirou a Senhora Kim.
Eu tinha apenas 13 anos e pouco entendia sobre a vida, muito menos sobre o que estava acontecendo.
Eles começaram a correr de um lado para o outro da casa, ainda ao telefone. O Senhor Kim ligava o carro enquanto a Senhora Kim colocava roupas em uma mochila e alguns biscoitos.
— Taehyung, fique com sua mãe, eu e Jungkook precisamos ir a um lugar. — A Senhora Kim entregou-me a mochila e deu um beijo longo e molhado em minha testa.
— Você é forte. Você é um menino bom. — Suas palavras pareciam distantes e confusas.
Dentro do carro, o silêncio se instalou. Eu era muito tímido e não questionei para onde estávamos indo. De repente, luzes vermelhas, sirenes e pessoas correndo chamaram minha atenção. Olhei pela janela do carro; tínhamos chegado a um hospital.
— Senhor Kim, eu não estou doente, não. — O Senhor Kim começou a chorar.
— Eu sei, Jungkook, eu sei. — Ele saiu do carro, abriu a porta para mim e segurou minha mão firmemente. Eu e o pai de Taehyung não costumávamos ter esse tipo de contato, então comecei a suspeitar que algo havia acontecido com meus pais.
— Venha, menino. — Ele disse enquanto cobria meus olhos com uma mão e me guiava com a outra. Por entre as frestas de seus dedos, pude ver pés apressados e alguns rastros de sangue. O barulho era ensurdecedor; gritos e choros dominavam o ambiente.
Senhor Kim foi chamado para dentro da sala do médico, e eu fiquei do lado de fora. Pessoas em jalecos brancos corriam, vi um homem na maca, de olhos fechados, e uma mulher coberta por um lençol. Logo depois, passou um menino loiro, com sangue na cabeça e incosciente.
Escutei as enfermeiras comentarem que ele havia sofrido um acidente de carro e perdido toda a sua família. "Pobre garoto..."
Logo após, Senhor Kim saiu da sala e se colocou à minha frente.
— Kooki, você é um rapaz forte, já está na hora de entender algumas coisas... — Foi então que ele me contou sobre como meu pai, embriagado, havia batido em outro carro, causando graves ferimentos em minha mãe. Meu pai seria preso e minha mãe precisaria de diversos tratamentos.
Depois disso, não me lembro de muita coisa daquele dia ou dos dias seguintes. Me disseram que desmaiei logo após receber a notícia. Os dias que se seguiram foram de permanência ao lado de minha mãe no hospital; a família Kim trazia roupas limpas e comida. Eles tentaram me levar para casa, mas eu era teimoso. Um dia, o Senhor Kim me dopou e me levou embora, mas acordei e fugi de volta para o hospital. Eu não podia ficar longe de minha mãe.
— Pequeno Kooki, acorda. Vamos levar sua mãe para uns exames, você pode ficar deitadinho aqui, tá bom? Tome um pirulito, quando você terminá-lo, ela já estará de volta. — Disse o Doutor Cha enquanto afagava meu cabelo.
Eu estava irritado com a rotina e joguei o pirulito no chão assim que ele saiu. Sentado no chão do corredor, à beira da porta onde minha mãe estava sendo examinada, vi uma silhueta se aproximar... era o rapaz loiro que eu tinha visto na maca. Ele parecia melhor, mas ainda mancava e caminhava pelo corredor com seu soro. Ele era muito bonito, loiro e de pele clara, parecia um anjo. Ele deveria ser proibido de vagar pelos corredores assim; se algum paciente o visse, poderia pensar que tinha morrido e que o anjo estava ali para buscá-lo.
— Tome, o piso desse hospital é muito frio. Aqui já tem muitos doentes, não precisa de mais um. — Ele disse, jogando um cobertor sobre mim.
— Eu não preciso disso! Eu já vou embora com minha mãe desse lugar de merda! — Eu gritei, mas ele já estava de costas, virando o corredor.
Eu não me lembro de muita coisa, tudo dessa época eu preferia esquecer. Guardei essa parte da minha vida em uma janela que não queria abrir. Mas se aquele menino fosse mesmo o Jimin-ssi, eu precisava acessar essas memórias.
Semanas já haviam se passado, e eu tinha virado o mascote do hospital. Minha mãe já aparentava estar melhor, mas não podia ser liberada devido aos tratamentos contínuos e exaustivos. Fazia tempo que não via aquele menino loiro; talvez ele tivesse recebido alta, ou algo assim.
— Kooki, não corra pelos corredores! — gritava a enfermeira Min. Eu havia encontrado um cartaz sobre aulas de boxe gratuitas para crianças e adolescentes de até 16 anos. Corri então para contar para minha mãe.
Quando cheguei na ala de tratamento, escutei a voz da minha mãe e uma voz doce, angelical e masculina, cantando com ela. Diminuí minha velocidade e me aproximei, puxando a cortina. Aquele menino loiro estava em uma cama ao lado da minha mãe; eles pareciam próximos. Eu desviei o olhar, eu era tímido e não conseguia encará-lo.
Eu achava que ele tinha melhorado e recebido alta, mas ele estava doente assim como a minha mãe...Eles pararam a cantoria com a minha chegada.
— Mãe, mãe, olha! Quero fazer aulas de boxe — digo, voltando meu entusiasmo e atenção para ela.
— Que coisa boa, meu menino. Só não vá sair batendo nas pessoas por aí — diz ela com sua voz amável... sinto saudades...
— Boxe? Parece combinar com você — disse o garoto loiro.
Eu não disse nada, apenas o desvie o meu olhar, evitando fazer conato com ele.
— Ouvi dizer que tem barriga de porco perto do hospital, pode trazer um pouco escondido para nós? — minha mãe cochichou.
Era muito comum nós comermos barriga de porco na primavera.
Estava saindo quando o loirinho me chamou:
— Espere, já terminei aqui, vou com você. Você parece jovem, pode se perder.Depois disso eu realmente não consigo me lembrar de mais nada. Forço a memória, mas não lembro. Não me lembro do seu rosto, nem do seu nome. Mas sua voz cantando... Parece que eu já ouvi em algum lugar depois de adulto.
Fiquei morando no hospital até os meus 18 anos, quando comecei a lutar boxe em competições e pude alugar um quartinho na academia de luta. Minha mãe estava quase no final do tratamento, o rapaz loiro, nunca mais o vi. De vez em quando, quando eu chegava no hospital, havia umas flores de lavanda que não eram minhas; minha mãe dizia que eram do garotinho loiro, mas nunca perguntei mais que isso. Aliás, lavanda virou um dos meus cheiros preferidos para perfume desde então. Muitos dizem que tenho um aroma floral, acredito que seja por isso.
Estava tudo indo bem, até que meu pai fez uma aparição no hospital, bêbado novamente. Quando cheguei, pude ouvir seus gritos do corredor. Novamente várias enfermeiras corriam, aquilo me deu uma crise. Entrei no quarto e na tela o aparelho indicava que o coração da minha mãe havia parado.
O culpado? Meu pai.Entre choros, eu parto para cima dele, começo a socá-lo até ver sangue em minha mão. As enfermeiras me puxam.
De repente, tudo tinha acabado.Aquele hospital, aquela cidade, aquelas pessoas. Era tudo que eu queria esquecer.
!!! Oi, pessoal! Tudo bem?
Eita que agora o trem ficou sério!
Fiquem atentos leitores, deixei vários enigmas pelos capítulos anteriores...
Esperam que estejam gostando. Conto com a ajuda de vocês para essa história aumentar as visualizações, para que eu possa continuar publicando!!!
Até o próximo capítulo, beijinhos!!
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O Amor Oculto - Jikook
RomanceJungkook se vê envolvido em um dilema emocional quando percebe que está apaixonado por Jimin, o namorado de seu melhor amigo e colega de apartamento, Taehyung. Diante desse amor proibido e dos sentimentos escondidos, Taehyung toma uma decisão inespe...