𝑋𝑋𝑉𝐼 - 𝐿𝑢𝑔𝑎𝑟 ℎ𝑜𝑟𝑟𝑖𝑣𝑒𝑙.

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「𝑁𝑎𝑛𝑐𝑦'𝑠 𝑝𝑜𝑣」

Quando as portas se fecharam atrás de mim, o pânico se instalou. Procurei botões nas paredes ao redor das portas do elevador, mas não havia nenhum. Reuni coragem e comecei a andar pelo corredor, imaginando que não tinha para onde ir. Minha respiração estava instável, minhas mãos suavam e minhas pernas pareciam gelatina. O ar cheirava a umidade e um cheiro pútrido que eu não conseguia entender ou mesmo reconhecer... isso me dava enjôo. Quando um arrepio percorreu minhas costas, engoli o nó na garganta e andei mais rápido, tentando encontrar uma saída e me livrar desse sentimento assustador que tomava conta de mim. Lá havia portas... muitas portas... mas cada uma delas estava trancada.

Minha respiração ficou irregular quando o ar começou a ficar mais espesso e irrespirável. Molde... mofo por toda parte nas paredes, e nem um grama de luz. Cada esquina que eu virava levava a outro corredor de aparência interminável. Minha visão lentamente começou a se adaptar à escuridão que me cercava, mas não a tempo, pois praticamente tropecei em algo no chão.

Olhei para baixo e pude ver um braço... imóvel. Quanto mais eu olhava, mais minha visão se adaptava, e foi aí que eu vi. Meu rosto se contorceu em uma expressão horrorizada e enojada... Aquilo era um cadáver! Um cadáver em decomposição! Uma mulher morta deitada ali mesmo!

Enojada e aterrorizada, pulei para trás, um grito escapando dos meus lábios. Onde eu estava? Depois de alguns segundos, olhei para a pessoa no chão com hesitação...

Cabelo loiro, colar de pérolas, vestido rosa... essa foi a Mia Stone que foi assassinada algumas semanas antes de eu me mudar! Por que o corpo dela estava aqui? Minha mente começou a correr ainda mais, querendo desesperadamente encontrar uma maneira de sair daqui. Eu iria morrer? Sozinha?! Sem pensar duas vezes, corri pelo corredor, olhando ao meu redor em busca de alguma saída possível... tudo o que vi foram cadáveres do que pareciam ser vítimas de sósias. Foi assustador. O cheiro forte e horrível estava começando a me afetar. Fiquei tonta, mas continuei. Tinha que haver uma maneira de sair daqui, certo?

Eventualmente, pude ver uma parede à distância. O corredor que parecia infinito havia uma porta novamente. Pensei se estaria ou não trancada. Ainda sem luz para me guiar, decidi confiar na minha coragem e estendi a mão para a maçaneta dourada da porta à minha frente.

A maçaneta girou e a porta se abriu, preenchendo o silêncio com outro ruído além da minha respiração superficial e dos meus passos. O cheiro... certamente veio de lá. Ficou mais forte e terrível quando abri a porta...

« Ugh, merda... » Sussurrei, lutando contra a vontade de vomitar.

Cobri o nariz com a mão e decidi entrar no quarto, na esperança de encontrar alguma forma de escapar desse inferno. Ao olhar ao redor da sala, reconheci um apartamento. Assim como o meu ou o do Francis. Ao entrar na sala, cheguei a outra porta... Reuni coragem e abri-a, mas logo me arrependi de minhas ações. Corpos que pareciam empilhados caíram quando a porta se abriu...

Lois Stilnsky, Angus Ciprianni, Selenne e Elenois Sverchzt, Arnold Schmicht, Mclooy Rudboys... Francis... e... eu.

Cada um dos malditos moradores do apartamento... seus corpos estavam todos lá, inclusive eu... mas estávamos todos vivos? E este não era um sósia de mim mesma. Era... um manequim? É realista, mas eu mal conseguia perceber a diferença entre mim e esse manequim.

Tentando entender tudo, recuei lentamente, mas é claro que tudo tinha que dar errado. Passos... passos agonizantemente lentos foram ouvidos no corredor. O suor escorria pela minha testa e todo o meu corpo tremia. Virei minha cabeça apenas para ver um homem com a caveira aparecendo andando em minha direção. Sua pele estava derretendo?!

Sentindo minhas pálpebras ficarem pesadas de repente, não tive mais tempo de descobrir o que era aquela coisa andando em minha direção... ou descobrir por que havia um manequim de cada morador do apartamento. Eu não consegui impedir meu corpo de desistir de mim e caí inconsciente, a última coisa na minha linha de visão era o ‘homem derretido’ no corredor.

Este lugar certamente tinha mais do que eles nos contaram... era um pesadelo vivo!

...

Nota da autora: Para quem ficou confuso, ela estava no 4º andar, não é necessariamente algo do jogo.
Algumas solicitações de entrada falsas mostram andares inválidos, como por exemplo, F04 - 02. Então, a autora inventou que há um quarto andar no prédio onde os sósias se escondem e outras coisas.  E é isso!😁👍

The Milkman (Tradução pt/br) Onde histórias criam vida. Descubra agora