𝑋𝑋𝑉𝐼𝐼𝐼 - 𝐸𝑢 𝑣𝑜𝑢 𝑡𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑔𝑒𝑟.

579 59 1
                                    

「𝐹𝑟𝑎𝑛𝑐𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑣」

Já era de manhã... mas o tempo parecia passar tão devagar. O relógio marca 11h e eu ainda estava sentado sozinho na cozinha. Nancy ainda estava dormindo? Com uma leve preocupação, decidi ir ver como ela estava, apenas para encontrá-la ainda aconchegada no cobertor, dormindo... mas ainda parecendo indisposta.

Eu a teria deixado dormir mais se não fosse pela pergunta que assombra minha mente desde que ela adormeceu ontem. Então, lentamente fui até minha cama e sentei nela, ao lado de Nancy. Gentilmente, balancei seu ombro na tentativa de acordá-la.

«Nancy... » Chamei o nome dela, minha voz não mais alta que um mero sussurro.

Eu a ouvi gemer baixinho enquanto seus olhos se abriam levemente. Ela os fechou praticamente um segundo depois de abri-los.

《Eu vi você.》 Eu disse a ela, rindo baixinho enquanto um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

《 Está se sentindo melhor?》 Perguntei então enquanto ela lentamente abria os olhos novamente.

Com cuidado, puxei um pouco o cobertor para que ficasse nos ombros dela. Ela ainda estava pálida... suas pálpebras eram visivelmente pesadas, pois ela tinha dificuldade em mantê-las completamente abertos.

«Na verdade não... » Eu ouvi a voz dela. Parecia fraca... ou pelo menos como se ela não estivesse se sentindo bem.

《 Quero que você me diga a verdade, Nancy... aconteceu alguma coisa ontem? 》 Perguntei baixinho, minha mão apoiada em sua testa. Estava tão quente. Poderia ser uma febre?

Ela suspirou. Seu rosto mostrava hesitação... por que ela estava hesitando? Agora eu estava convencido de que algo havia acontecido lá fora.

《Você vai pensar que sou louca.》Nancy me disse, deitada imóvel na cama, longe de seus olhos que continuavam olhando para o teto e de volta para mim.

《O quê? Claro que não... não pense isso. Seja o que for, acreditarei cem por cento em você.》 Eu assegurei a ela, passando a mão por seu cabelo bagunçado quando ela tinha acabado de acordar.

《Não sei onde estava... mas quando peguei o elevador ele foi para outro lugar. Cheirava a mofo por todo lado e eu mal conseguia ver para onde estava indo. 》 Ela começou a explicar.

《 Cadáveres das vítimas... eles estavam por toda parte. E vi cadáveres falsos. Manequins dos vizinhos... de nós. 》Nancy disse, olhando para mim enquanto terminava a frase.

《... 》 Parecia uma experiência horrível. E eu não pude fazer nada para protegê-la naquele momento. 《 Você deve ter ficado com medo... 》eu disse baixinho.

Seus olhos encontraram os meus e meu coração doeu por ela. « Eu estava... e antes de desmaiar, eu vi.. um homem com a cabeça para fora. Quero dizer... parecia que a pele dele estava derretendo! Foi horrível. » Ela me disse, segurando minha mão com força.

Eu a ouvi enquanto ela falava e apertei sua mão enquanto ela apertava a minha. 《Isso não vai acontecer de novo... de agora em diante, vou protegê-la de tudo isso. Nenhum sósia vai te machucar, eu prometo. 》Eu disse a ela com certeza, beijando sua testa e dando-lhe um pequeno sorriso.

Mas agora... talvez eu devesse deixá-la em paz. Nancy precisava descansar para se sentir melhor. O que quer que tenha causado a doença dela desapareceria com o tempo, e eu só poderia ajudar em algumas coisas enquanto isso.

Fiquei furioso ao saber que Nancy estava lidando com um vírus desconhecido e que tudo que eu poderia dizer a ela era que ela se sentiria melhor em breve. Talvez eu estivesse mentindo... e se demorasse mais do que deveria? E se fosse algo sem cura? Ou fosse perigoso? Por enquanto, eu só podia esperar que ela cuidasse bem dando uma pequena comparação.

...

The Milkman (Tradução pt/br) Onde histórias criam vida. Descubra agora