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𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖓𝖔𝖛𝖊

Pov Emma:

Sentada no pequeno sofá perto da janela do meu dormitório, estando sozinha aqui me dá a liberdade de pensar em muitas coisas sem que ninguém me atrapalhe.

Depois que fiquei sabedo do que aconteceu com Rony, eu fiquei muito mau e isso tem me perturbando bastante nas ultimas horas. Não sei o que eu teria feito se ele não tivesse sobrevivido, se ele tivesse morrido por minha causa, talvez eu nunca me perdoasse.

Outra coisa que vem martelando em minha mente é o fato de Draco querer usar a maldição da morte em Dumbledore. Ele quer usar uma das imperdoáveis, estamos chegando no limite já, desesperados para acabar logo com isso e finalmente ficarmos em paz.

Paz.

Uma coisa que nunca mais vamos ter.

Os únicos sentimentos que vão continuar prevalecendo vai ser o medo, pavor, a ansiedade, angústia e tantos outros sentimentos que eu venho sentindo e tentando não deixar transparecer, não quero que meus amigos perceba e se preocupem.

Draco, deve fazer a mesma coisa, ele está sempre com sua feição séria e fria, mas em pequenos detalhes eu consigo notar. Suas mãos trêmulas, suas olheiras, o fato dele não está tão presente quando estamos com os nossos amigos, sempre com os pensamentos longe.

Nossa vida virou de cabeça para baixo de uma hora pra outra, essa missão estar acabando com a gente e não podemos fazer nada pra mudar, somente seguir as ordem que nos foram passadas.

Acaba entrando outros pensamentos na minha mente e fico pensando em como nossos amigos vão reagir quando descobrir que somos comensais, ou quando descobrirem que vamos matar Dumbledore.

Como Harry, Hermione e Rony vão ficar quando souberem que eu não sou a pessoa que ele pensam, que eles e principalmente Harry não deveriam confiar tanto em mim. São questões que passam e me tiram o sono ultimamente.

Passo minhas mãos pelo meu rosto e depois abraço meus joelhos, respirando fundo e tento afastar todos esses pensamentos.

— Eu só quero que tudo isso acabe. — Falo meu pensamento em voz alta e abaixo minha cabeça nos meus joelhos e lágrimas começam a cair por minhas bochechas.

...

Pov Draco:

Estou novamente nesse banheiro, sentado no chão depois de tentar mais uma vez consertar aquele maldito armário. Toda vez que penso que estou perto, alguma coisa dá errado, impressionante.

Puxo meus joelhos e abaixo minha cabeça e fico pensando quando esse inferno vai acabar, quando eu finalmente poderei ter paz e ir viver a minha vida normalmente.

Meus pensamentos são interrompidos quando escuto alguém falar comigo.

— Aqui novamente menino Malfoy. — levanto minha cabeça e vejo o fantasma da Murta que geme me observando.

— Ah, oi murta. — respondo sem muita animação.

nesses últimos dias venho bastante aqui, o banheiro afastando onde nenhum aluno vem por causa dos choramingos da murta que geme.

O único lugar que to conseguindo colocar tudo que estou sentindo para fora sem que ninguém veja.

— Continua com problemas, menino Malfoy? — ela me pergunta em um tom curioso. — está chorando.

Passo a mão nas minhas bochechas e viro um pouco meu rosto, não queria que ela me visse assim de novo.

Ela é a única que está me vendo nesse estado, chorando, inseguro e com medo. Não quero que os outros alunos das outras me vejam assim, nem meus amigos, eles iam fazer perguntas demais e querer se intrometer, conheço muito bem eles. E também não quero que Emma me veja nesse estado.

— Está um pouco complicado de concluir a missão que eu comentei com você, Murta — minha voz sai um pouco trêmula. — o tempo tá acabando, ele está ficando cada vez mais furioso — Ela me observa em silêncio enquanto eu falo, como se estivesse pensando em alguma coisa.

— Eu posso ajudar você? — ela me pergunta depois de uns segundos.

— Não, Murta. Ninguém pode me ajudar. — digo e sinto meus olhos se encherem de água novamente, malditos olhos. — Somente uma pessoa pode e deve me ajudar. — meus pensamentos vão para a minha Emma, pensar nela tem me tranquilizado ultimamente.

— É a tal garota que você comentou na última vez? — ela pergunta e consigo notar que ela está muito curiosa para saber quem é.

— Sim. — respondo e solto um longo suspiro, fechando meus olhos. — minha Emma, minha doce e linda Emma.

— Se você gosta dela e estão do mesmo lado, compactuando com as trevas. — Murta fala com aquela sua voz irritante. — porque não estão juntos?

— Por que eu não mereço ela, Murta. — digo agora olhando para onde o fantasma da garota está flutuando. — olha o meu estado, eu estou nessa por ser um covarde e sempre querer orgulhar o meu pai, por não conseguir me impor e dizer não. Já ela, está por ser corajosa, por querer sempre proteger aqueles que ela ama, pra proteger o seu tio, a sua família. Somos muitos diferentes.

Realmente me sinto um covarde perto dela, sua coragem em falar que se juntaria ao lorde, se aliaria ao lado das trevas para proteger o seu tio, seu único parente vivo. Foi incrível, mas e sentir mal por não ter essa mesma coragem para enfrentar o meu pai.

— Já pensou em conversar com ela sobre seus sentimentos? — balanço a cabeça negativamente a quando murta faz a pergunta. — só assim saberá o que ela sente também. Se continuar guardando, morrerá com isso entalado dentro de você.

— Nem se eu quisesse Murta. — digo me levantando do chão e passando a mão no meu rosto. — Ela está com o idiota do Sanchez, e aparentemente ele faz bem pra ela.

Aquele infeliz parece nunca fazer nada de errado, não dá nenhum deslize para eu poder ter motivo de quebrar seu nariz.

Mas ele faz Emma feliz, faz ela sorrir e se sentir bem, talvez ele seja o homem certo para ela. E quando tudo isso acabar, mesmo que não seja comigo e sim com ele espero que ela tenha vida de paz e tranquilidade que a minha garota merece.

Paz.

Uma palavra pequena que não sei se terei ela algum dia.

— Obrigado por me escutar mais uma vez, Murta. — digo olhando para o fantasma e abro um pequeno sorriso.

— Estarei sempre aqui quando precisar menino, Malfoy. — escuto ela dizendo antes de me virar sair do banheiro.

DARK SOUL•𝑫𝒓𝒂𝒄𝒐 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora