• vinte e seis •

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𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖘𝖊𝖎𝖘

Pov Emma:

Em passos rápidos e silenciosos, chegamos ao topo da torre. Segurando nossas varinha, prontos para qualquer ação, nos escondemos atrás de umas das pilastras, quando escutamos passos de alguém andando rápido mas não identificamos de quem. Só vemos uma pessoa em pé, parado de frente a maior janela da torre.

— Fique aqui, eu vou primeiro. — antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Draco sai e vai andando em direção à pessoa.

Caminho e fico um pouco mais perto quando vejo Draco apontando sua varinha para Dumbledore. Ele estava ali parado observando Draco se aproximar dele.

Sozinho.

Ele estava sozinho, como se estivesse esperando por esse momento, como se ele soubesse que iria morrer.

— Boa noite, Draco. — com sua voz suave e tranquila como sempre. — O que o traz aqui nessa linda noite de primavera?

— Quem mais está aqui? — a varinha de Draco treme em sua mão e sua voz soa apertada. — Eu ouvi o senhor falando.

— Ah, eu costumo falar comigo mesmo, acho extremamente importante.—Dumbledore fala tranquilamente. — Você tem conversando consigo mesmo, Draco?

Estou bem atenta a conversa e percebo como Draco está tremendo e com sua respiração ofegante, ele está extremamente nervoso com isso. Minha atenção muda quando escuto um barulho vim da parte de baixo do piso e viro meu rosto para olhar o que ou quem é.

Quando abaixo minha visão, percebo brilhantes olhos azuis piscando para mim. Aqui embaixo desse velho piso de madeira está Harry. Harry Potter, meu amigo, que confiou em mim esse tempo todo. Fico o observando como meu coração acelerado, ele não deveria estar aqui. Ele percebe a forma que estou o olhando e começa a estranhar.

Seu rosto é uma confusão de sentimentos, ele franze seu cenho como se estivesse tentando entender o que está acontecendo até que sua ficha começa a cair e nesse exato momento olhando nos meus olhos Harry percebe que não estamos no mesmo lado.

Nunca estivemos.

Minha atenção volta para frente quando escuto Draco grita um expelliarmus e a varinha do diretor voa para longe e cai no chão. Na mesma hora eu sai de onde estou e vou na direção de Draco e paro ao seu lado. Ele me olha e por um momento sua vira baixa.

— Foco, Draco.

Digo, sem olhar para ele e sim olhando e com minha varinha apontada para Dumbledore que me olhar e por um momento eu acho que ele está surpreso.

— Senhorita Emma.

— Boa noite, professor.

Ele por um momento observa nos dois em silêncio e com uma expressão que não consigo identificar se é pena ou desgosto.

— Vocês dois não são assassinos. — ele começa a falar e sua voz continua incrivelmente tranquila.

— Como sabe o que somos? Fizemos coisas muito chocantes. — Draco quase grita e segura mais forte a sua varinha.

— Ah, sim, como enfeitiçar Kate Bell para que ela me entregasse um cordão amaldiçoado ou como envenenar uma garrafa de hidromel? Me perdoem, mas as tentativas de vocês tem sido tão tolas que não acredito que queriam mesmo me matar.

Ele, falando desse jeito, fez realmente parecer que somos tolos e idiotas. Como queríamos matar ele com essas tentativas bestas e simples.

— Ele confia na gente. — eu digo tentando ao máximo parecer confiante. — Nós fomos os escolhidos.

Na mesma hora levanto a manga da minha roupa mostrando a marca negra que estar ali tatuada no meu braço e Malfoy faz o mesmo. Dessa vez parece que realmente Dumbledore está surpreso. Escutamos um barulho de alguém chegando.

— Vocês não estão sozinhos. — ele olha em direção ao barulho e volta o olhar para nós. — Existem outros. Como?

— O armário sumidouro dentro da sala precisa eu o consertei.

— Deixe-me adivinhar, existe outro armário. É um par, estou correto? — pergunta Dumbledore.

— Na Borgin e Burkes, forma uma passagem.

— Inteligente. — Dumbledore olha para Draco de depois para mim. — Alguns anos atrás, eu conheci um garoto que fez todas as escolhas erradas. Por favor, me deixem ajudar...

— NÃO QUEREMOS A SUA AJUDA! — a voz de Draco sai alta e trêmula. — você não entende, nós precisamos fazer isso, precisamos matar o senhor ou ele vai nos matar...

Olha para Draco e vejo que ele está cada vez mais nervoso, está suando e tremendo muito. Sinto que ele não vai conseguir fazer isso.

Escutamos passos nas escadas e viramos para olhar e vemos algumas pessoas chegando. Comensais. Bellatrix Lestrange, o Greyback e outros dois que não reconheço por estarem de máscara. Voltamos nossa atenção e varinhas rapidamente para Dumbledore. Tento ao máximo me manter calma e tranquila, apesar da situação não se nada tranquila.

— Bom, olha o que temos aqui. — Bellatrix é a primeira a falar. — Muito bem, Draco. — ela se aproxima dele e fala igual um sussurro, mas ainda consigo ouvir.

— Boa noite, Bellatrix. — Dumbledore fala como se tivesse cumprimentando um amigo. — Acho que fará as apresentações, não fará.

— Adoraria, Alvo. Mas acho que estamos com o horário um pouco apertado. — sua voz sai com um pouco de deboche. — Faça, Draco.

— Ele não tem coragem, é igual ao pai dele. Deixe que eu acabo com ele do meu jeito.

— Não se meta, o lorde deixou claro que essa missão é minha e de Draco. — minha voz sai irritada enquanto olho para o comensal que falou tal desaforo. — Então, cale a sua boca.

Quando termino de falar, Bellatrix está perto de Draco o incentivando a cumprir o seu destino. Vejo uma lágrima cai sobre as bochechas do garoto, enquanto a bruxa berra em seu ouvido. Meu coração se aperta com cena, e eu percebo que realmente o feitiço que matará Dumbledore, não sairá da varinha de Malfoy.

— Não.

A voz de Snape voa pela torre quando ele se aproxima e fica frente a frente do diretor. Começo a questionar o que irá acontecer agora. E penso em tudo que aconteceu nesse ano sombrio. Penso nos meus amigos, em todo os planos que eu e Draco planejou, na marca que está em meu braço, penso no meu tio que não vejo a mais de um ano. Fico me questionando o que vai acontecer comigo se eu não concluir a missão que uma parte foi designada a mim. Penso em Voldemort furioso e matando meu tio, não posso deixar isso acontecer.

— Severo, Por favor. — a voz de Dumbledore sai em um tom súplica.

Mas antes que o professor Snape pudesse fazer qualquer coisa, eu sou mais rápida.

— Avada Kedavra! - a luz verde sai da minha varinha e vai diretamente no peito do diretor de Hogwarts.

Enquanto vejo Dumbledore cai para fora da torre, parece que tudo ao meu redor está em silêncio, não escuto e não nada. Apenas o diretor caído no chão do pátio de Hogwarts. A cena da luz verde batendo em seu peito está repetindo em minha mente várias vezes e rapidamente.

Sinto como se uma parte de mim tivesse indo com ele. Como se depois que lancei o feitiço da morte, uma parte que tinha luz na minha alma foi engolida e deixou somente a escuridão.

Alvo Dumbledore, diretor e professor de Hogwarts, está morto.

Eu o matei.

DARK SOUL•𝑫𝒓𝒂𝒄𝒐 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora