Capitulo 30

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Mais ameaças, mas eu já estou de saco cheio e irritada. Pego o celular e ligo para o número, e assim que atendem, apenas ouço o barulho da respiração e digo:

-- Ficou mudo agora, porra?

Mas o perseguidor dá uma gargalhada e diz:

-- Finalmente te deixei brava. Você está linda nesse pijama preto. Como pode vestir algo tão curto?

Prendo a respiração.

-- O quê?

Aquele idiota está me vendo? Olho para a janela e encontro uma luz no meio das árvores. Me arrepio e o homem diz:

-- Não me diga que está com medo.

Explodo no telefone.

-- Você acha que eu tenho medo? Perfeito, por que não resolvemos tudo ainda hoje?

Desligo o telefone, saio do quarto e vejo uma nova mensagem.

Mensagem desconhecida: Vem me pegar.


Enlouqueço de raiva e saio correndo, descendo as escadas e saindo da casa. Os meninos que estão na piscina me olham e Noam pergunta:

-- O que foi, amor?

Deixo o celular cair e continuo a correr em direção à luz. Assim que entro na floresta, sinto as pedras machucarem meus pés, mas minha raiva é maior que qualquer dor e continuo a correr. Ouço os meninos correndo atrás de mim e gritando:

-- MAYA, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Me privo de responder e me concentro em chegar até o desgraçado, a adrenalina correndo pelas minhas veias. Assim que chego na luz, encontro um celular no chão no viva voz e o homem diz:

-- Você deveria ver a sua cara.

Olho em volta e percebo que os meninos já me alcançaram e grito:

-- EU TO AQUI PORRA, VEM ME PEGAR, EU SOU TODA SUA SEU MERDA.

Noam me puxa, dizendo:

-- Amor, vamos entrar, vocêta fazendo exatamente oque ele quer.

Me solto de Noam e digo:

-- Você pode entrar, Noam. Eu já estou cansada, então se é isso que ele quer, ele pode vir pegar.

Ando mais para frente e grito:

-- VAMOS, TÁ ESPERANDO O QUÊ? NÃO FICOU COM MEDO, CERTO?

Mas a voz no viva-voz apenas diz:

-- Tão linda e brava, mas eu sinto seu medo daqui.

Gargalho enlouquecida e grito:

-- ACHA MESMO QUE TENHO MEDO? EU...

A voz no celular diz:

-- Me prova.

Abro um sorriso, Noam pega o celular, desligando, e me puxa:

-- Maya, não entra na dele, Amor.

Abro um sorriso para Noam, me viro encarando a floresta, ando um pouco e me abaixo, pegando uma pedra pontuda. Noam me puxa, dizendo:

-- Não, Amor.

Solto a mão de Noam e digo:

-- Deixa eu mostrar para ele o quanto eu tenho medo.

Pego a pedra e aperto a ponta, puxando e fazendo um corte na minha mão. Olho para o escuro da floresta, sorrio mostrando o dedo do meio da mão cortada e digo:

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora