Capítulo 4

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Noam se vira, me observando e questiona

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Noam se vira, me observando e questiona.


-- Você pode repetir de novo, acho que não ouvi direito.


Bufo irritada e retruco.


-- Ouviu sim, deixa de ser irritante.


Assim que o elevador chega, entramos e subimos.
No caminho, Noam diz.


-- Eu sei que você não vai muito com a minha cara, mas podemos voltar juntos todo dia do trabalho. Eu tenho carro e posso te dar carona, o que acha?


Me viro para Noam e de repente percebo o quanto ele é enorme perto de mim e de alguma forma me sinto intimidada com sua altura e seus músculos e, sem raciocinar, respondo:


-- Ahan.


-- Uau, isso foi extremamente fácil.


Sem entender, questiono:


-- O que foi fácil?


-- Eu só pensei que você diria não, mas você aceitou vir embora comigo todos os dias do trabalho.


Arregalo os olhos.


-- Eu o quê? Nem pensar, eu não estava pensando direito.


Noam abre um sorriso e diz:


-- Trato é trato, Maya.


A porta se abre e só quero xingar todos os palavrões possíveis, mas, em vez disso, estou abrindo minha porta e Noam me chama atenção.


-- Tome, eu comprei pra você.


Pego a sacola de papel sem entender.


-- O que é isso?


-- Seu jantar, percebi que não tinha comido ainda e sei lá, apenas comprei pra você.


Desconfiada, questiono:


-- Por quê?


Noam parece pensar e, sem nenhuma dificuldade, diz.


-- Eu só quero ser seu amigo.


Olho para o homem e para a sacola de papel que parece ser de um lugar super caro e respondo.


-- Não existe espaço para amizades na minha vida, mas eu detesto pensar que estou devendo algo para alguém então entra logo e vamos comer isso e depois voltamos a nos odiar certo.


Agora quem parece não entender nada é Noam que pergunta.


-- Oque isso quer dizer?


Faço uma careta entrando no meu apartamento e digo.


-- Quer dizer que serei sua amiga só agora, assim que a noite acabar nossa amizade acaba também.


Sem querer questionar Noam aceita e entra mas logo Lana aparece e o cumprimenta, enquanto os dois batem o maior papo eu coloco a comida na mesinha de centro da sala posiciono meu notebook ao lado do meu assento e todos nós sentamos no grande sofá em L, Lana já tinha jantado então só nos acompanhou na conversa e em meio a comida e a falação que eu quase não amo Noam pergunta.


-- Vocês duas são solteiras?


Antes que pudesse responder, Lana responde por mim.


-- A Maya é, mas eu sou comprometida há dois anos. E você?


-- Também sou solteiro. Então, o que rola entre você e o Gabriel, Maya?


Faço uma careta de nojo só de alguém cogitar que algo possa rolar entre nós, e Lana solta:


-- Até parece que rola alguma coisa, aquele Gabriel não deixa ela em paz.


No mesmo instante, sussurro para Lana:


-- Cala a boca.


Me viro para Noam e digo:


-- Não rola nada, somos só colegas.


Lana cai na gargalhada e eu imploro:


-- Pode parar, por favor.


Ela se vira e pergunta:


-- O que eu ganho com isso?


Reviro os olhos e respondo:


-- O que quiser.


Lana agora está toda empolgada e diz:


-- Então eu quero ver aquela caixa branca.


Noam se mete e pergunta:


-- Que caixa branca? O que está acontecendo?


Me viro para ele e digo:


-- Nada!


Sem querer que Noam descubra o quanto Gabriel é um idiota comigo e isso resulte em eu perder o emprego, aceito o acordo de Lana.


-- Feito, agora me deixe em paz!


Noam corta o assunto, dizendo.


-- Seria bom ter o contato de vocês, poderia me passar?


Lana passa o dela sem nem pensar, e assim que vou rejeitar dar meu número, ela diz o meu também, bem intrometida do jeito que é. Noam passa o número dele e diz:


-- Sempre que precisarem, é só me chamar.


Nós duas assentimos e não consigo me conter em marcar o contato de Noam como "BOMBADINHO IRRITANTE". Me viro e digo:


-- Eu já volto.


Largo meu notebook aberto no sofá e corro para o banheiro fazer xixi. Assim que volto, Noam está sozinho na sala vendo um filme na TV. Me sento no sofá e Noam avisa:


-- Parece que sua amiga Lana recebeu uma ligação do namorado e por isso saiu.

Dou um meio sorriso e respondo:


-- Tudo bem, obrigada pela comida, estava deliciosa.

Noam balança a cabeça concordando e o silêncio se instala.


Me viro para assistir ao filme que está passando quando vejo Noam ao telefone.


-- Boa noite, Gabriel. Eu só gostaria de avisar que aquele projeto que pedi, você pode me entregar na sexta, certo?

Depois, ele desliga e me olha. Me pergunto se ele olhou meu notebook e descobriu que sou eu quem faz os projetos que são passados para o Gabriel fazer. Quando meu celular toca, pego para olhar e vejo uma mensagem de Gabriel.



Mensagem de Gabriel: Sobre o projeto que te passei, me entregue na sexta de manhã. Boa noite, querida.



Reviro os olhos irritada com o nojento e Noam pergunta.


- Algum problema, Maya?


Me viro para ele, encarando sua camiseta social agora aberta, é possível ver o começo de uma tatuagem em seu peitoral. Volto meu foco e respondo.


- Nada.


Mas o bombadinho não desiste e me faz outra pergunta.


- Por que você é assim tão rabugenta?


Olho para Noam e me perco em seus olhos, sendo levada para o real motivo de ter me feito ser assim. Passo as mãos pelo meu rosto ao dizer.


-- A vida me tornou assim.


Noam assente e não volta a perguntar e voltamos para o filme mas meu corpo está exausto e sem perceber caio no sono.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora