Capítulo 20

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Me solto do braço de Gabriel e respondo

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Me solto do braço de Gabriel e respondo.

-- É melhor eu voltar a trabalhar.

Gabriel segura meu braço e diz:

-- Não, você não vai.

Olho desesperadamente para Karen, que acena com a cabeça, entendendo tudo e ligando para a segurança, enquanto Gabriel me puxa para perto de seu peito. Tento me desgrudar, dizendo:

-- Gabriel, me solta, eu não quero isso.

Mas Gabriel não me solta e diz:

-- Você acha que vai fugir de mim? Não vai ser fácil assim, Maya, você é minha.

Os seguranças aparecem, puxando Gabriel para longe, e fico ali parada, tentando me segurar para não chorar, enquanto Karen sai de trás do balcão e vem ao meu encontro. Karen passa a mão em minhas costas e diz:

-- Você está bem, Maya? Aquele filho da puta é um merda, você pode denunciá-lo.

Se quiser, posso conseguir a gravação das câmeras. Balanço a cabeça concordando e saio, indo direto para as escadas, enquanto Karen grita:

-- E O SEU ALMOÇO, MAYA?

Subo as escadas e lágrimas começam a descer pelo meu rosto, me fazendo sentar em um dos degraus e desabar. Estou tão cansada de tudo, de carregar todo o peso e cada vez mais o dobro do peso em minhas costas aumenta, me fazendo questionar quanto mais eu vou aguentar? Limpo meu rosto e subo até chegar ao meu andar. Sento na minha mesa e passo o resto da tarde imersa em meu trabalho, sem fazer pausas para nada, assim não penso no ocorrido do almoço. Meu estômago reclama e continuo meu trabalho, ignorando meu estômago zangado. Termino meu trabalho e, ao olhar em volta, percebo que todos já haviam ido embora. Arrumo todas as minhas coisas e me levanto para ir embora, me assustando com Noam sentado em uma das cadeiras.


-- Que susto, Noam. O que você está fazendo?

Noam continua sentado e me entrega um pen drive, dizendo:

-- Você queria isso, certo?


Olho para o pen drive sem saber o que é e franzo a testa em questionamento. Noam não se levanta e posso ter certeza de que ele está irritado.

-- Quando você ia me contar sobre o puto do Gabriel?

Me viro, arrumando algumas coisas na minha mesa, tentando disfarçar meu incômodo e respondo:

-- Não foi nada, Noam, está tudo bem.

Noam se levanta e segura minha mão, me impedindo de mexer nas coisas. Ele me vira, ficando de frente para mim, e diz:

-- Não pareceu que estava tudo bem quando você ficou chorando na escada do prédio, muito menos quando aquele maldito tocou em você.

Olho para Noam e sinto o nó na garganta se formar, perguntando:

-- Como você sabe?

Noam me agarra em seus braços e responde:

-- Eu vi as gravações, me desculpe, Maya.

Me solto dos braços de Noam, agarro minha bolsa e saio de perto dele, dizendo:

-- Você não tem culpa, Noam, e eu estou bem, não se preocupe.

Ando o mais rápido que consigo, pegando o elevador, mas Noam entra no elevador comigo e pergunta:

-- É isso, você vai me afastar mesmo?

Abaixo a cabeça, sabendo o que devo fazer.

-- Por que você perde seu tempo comigo, Noam? Você é tão burro a ponto de não perceber que eu não valho a pena? Chega, Noam, vai viver sua vida. O que você acha que vai conseguir comigo? Porque a resposta é nada. Pare de perder seu tempo comigo, Noam. Você é lindo e inteligente, vai achar uma mulher que te mereça, talvez a Tiffany, ela parece ótima, não acha?

O elevador se abre assim que termino de falar e corro para fora, indo embora, mas Noam me alcança e segura meu braço, dizendo:

-- Por favor, Maya, eu sei o que você está fazendo. Só por favor, não me afaste.

Puxo meu braço e digo:

-- Chega, Noam, eu não posso continuar com isso.

Há muito tempo fiz uma promessa de nunca mais ser feliz e não posso quebrá-la. --Você não pode entrar na minha vida, ninguém pode.

Noam não me solta e pergunta:

-- Por que você não pode ser feliz, Maya?

Seguro as lágrimas que tentam sair, minhas mãos tremem como os trovões lá fora e respondo:

-- Porque eu fodi tudo, Noam. Há 3 anos, eu fodi tudo e esse é o meu castigo.

Me solto das mãos de Noam e saio do prédio. A chuva me molha e decido ir embora andando. As lágrimas se misturam com a chuva e as batidas do meu coração com os raios. Eu amaria que um raio caísse na minha cabeça, mas o destino é um grande filho da puta que ama me ver na merda. Chego em casa pingando, toda minha roupa deixa um rastro de água pelo corredor e, derrotada, apenas abro a porta e vou direto para meu quarto. Mas assim que entro, dou de cara com Noam usando um moletom preto. Ele se vira, me encarando. Agora ele não usa mais a máscara do Kai, e sim a do Damon, e diz:

-- Você demorou, Marrentinha.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora