Capitulo 11

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Abro a caixa e encontro um panfleto de jornal com uma notícia que pertence ao meu passado e meu coração acelera

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Abro a caixa e encontro um panfleto de jornal com uma notícia que pertence ao meu passado e meu coração acelera. Mas quem poderia estar me enviando essas caixas? E por quê?


Corro para guardar a segunda caixa junto com a primeira, me abaixo e guardo debaixo da cama e depois me sento no sofá e fico ali tentando imaginar quem está por trás das caixas.


-- Maya, eu estou falando com você.


Saio dos meus pensamentos e volto a olhar Lana, que parece irritada. Já anoiteceu e corto Lana dizendo:


-- Você queria ver aquela caixa, certo?


Lana consegue mudar drasticamente e agora, em vez de brava, está animada.


Me levanto do sofá e vou para meu quarto, pego uma enorme caixa branca dentro do meu closet e coloco na cama. Saindo do quarto, Lana já está esperando no corredor. Encaro seus olhos e digo:


-- Você pode entrar, porém eu não quero perguntas, nem que me diga nada a respeito, e você não pode falar para ninguém, certo.


Lana acena com a cabeça, entra no quarto e fecha a porta. Meu coração está acelerado e minha respiração está irregular, mas era inevitável esconder meu passado de Lana e, cedo ou tarde, ela teria que saber a verdade.

Me sento no sofá e, sem perceber, começo a roer as unhas. Depois de alguns minutos, Lana sai do quarto; seus olhos alegres agora possuem uma tristeza. Lana derrama lágrimas, se aproxima de mim, me abraça e diz:


-- Sinto muito, Maya.


Me controlo ao máximo para não derramar lágrimas. Eu odeio me sentir vulnerável e aquele dia com Noam me lembrou de jamais baixar a guarda.

Há muito tempo tive que aprender que nenhum príncipe viria me salvar.


Assim que Lana se contém, ela se vira para mim e diz:


-- Sabe o que isso pede? Dia das meninas!


Lana pula animada enquanto fico desconfortável. Há muito tempo não tinha amigas e agora é difícil para mim saber como lidar com Lana. Na maioria das vezes, me sinto desconfortável com qualquer demonstração de afeto, carinho ou contato físico.


Lana me arrastou para o shopping e agora ela compra tudo o que vê pela frente, enquanto eu comprei apenas um smoothie. Lana para na minha frente e diz:


--Maya, você precisa comprar alguma coisa, não posso ser a única aqui a gastar.


Olho em volta e respondo:


--Eu precisava comprar lençóis novos mesmo e só aqui eu acho daquela cor de chumbo.


Lana se vira e questiona:


--Você não precisa comprar um vestido para sábado?


Indignada, pergunto:


--Como raios você sabe daquela festa?


Lana continua andando enquanto me conta:


--Encontrei com Noam e ele me disse, na verdade ele me convidou também, mas amanhã eu vou viajar para a cidade natal do meu namorado, eu ia até te avisar.


Balanço a cabeça concordando, Lana não me deve satisfação e eu jamais seria do tipo de amiga que fica questionando ou se intrometendo. Passando por uma loja de vestidos, Lana entra e diz:


-- Vamos é essa.



Entro já sabendo que Lana vai me fazer gastar um rim. Após experimentar vários vestidos, me sento e reclamo:


-- Já chega, eu cansei, não vou experimentar mais nenhum.


Lana vem vestindo um vestido de noiva e diz:


-- Olha só como eu fiquei, imagina eu entrando assim no altar.


Dou uma risada e faço um joinha mostrando que gostei. Lana se senta ao meu lado e pergunta:


-- Então, qual vestido você vai levar?


Paro e penso. Definitivamente não quero chamar atenção nem gastar muito, então respondo:


-- O segundo, ele é discreto e barato, é perfeito para mim. Você pode pagar lá, Lana, eu preciso de ar.


Entrego meu cartão para Lana e saio da loja, olhando as pessoas passarem. Assim que chegamos em casa, vou direto para meu quarto e me jogo na cama. Eu amava ir ao shopping, mas agora me sinto desconfortável. Antes que pudesse desfrutar do meu silêncio, Lana entra com a maleta de esmaltes e diz:


-- Vamos, ainda não acabou, precisamos fazer as unhas.


Reviro os olhos, mas tento me lembrar de quando me sentia solitária antes. Agora, Lana não me deixa me sentir mais assim.



Graças a Deus, o dia das garotas já passou, e Lana foi para sua viagem com o tal namorado que nunca vi. Aqui estou eu, desfrutando da minha noite e comendo besteiras enquanto assisto minha série. Quando meu celular vibra, pego-o e ao olhar, vejo uma mensagem de Noam.



Mensagem de Noam: Como você está Maya? Não me deu mais notícias, nos vemos amanhã certo?



Jogo o celular para longe e suspiro. Tanto que lutei para nunca deixar ninguém me ver vulnerável e fracassei com tanto sucesso que a única coisa que me resta fazer é me afastar de Noam. Irritada comigo mesma por não conseguir sequer manter as pessoas longe, levanto e desligo a TV. Caminho para meu quarto, me olho no espelho e digo para mim mesma:


--Você não é mais a mesma Maya de antes, então esqueça ela.


Me jogo na cama e me afundo em meus pesadelos.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora