capítulo 3

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Ana Flávia

- O meu amigo LP.. ele.. espera, o quê?!

- Por favor, me diz que você não enfiou o pepino na sua bunda. - repeti pausadamente e o garoto me encarou ainda chocado.

- Eu entendi essa parte - ele disse rindo - Por que eu enfiaria um pepino na minha bunda?

- Me diz você, você que enfiou! - olhei pra ele confusa.

- Eu não enfiei o pepino na minha bunda! - esclareceu com um sorriso chocado.

- Tudo bem se você não gostou de enfiar o pepino na sua bunda, não precisa ficar com vergonha. - provoquei com um sorriso.

- O meu amigo LP tentou fumar o pepino e não deu muito certo, foi apenas isso, eu juro que nenhum alimento foi enfiado na minha bunda ainda. - contou ele com um sorriso.

- Ainda?! - dei um sorriso de canto e o garoto do pepino soltou uma risada, muito gostosa por sinal.

- Deixa eu te mostrar seu dormitório logo. - falou ele começando a andar com as minhas duas malas e eu segui ele.

Eu peguei uma das minhas malas que ele segurava e ele hesitou um pouco antes de me deixar carregar. Assim que ele soltou a mala na minha mão, eu quase dei de cara no chão pelo peso da mala.

Como ele tava levando as duas malas como se fossem apenas dois travesseiros?

A gente andou um pouco, mentira, um pouco é eufemismo, A GENTE ANDOU PRA CARALHO.

Se não fosse o ritmo do doidão lá, a gente teria levado um dia inteiro pra chegar no andar dos dormitórios. Quando finalmente chegamos em uma porta que tinha, em um papel, meu nome e de mais duas meninas, eu soltei minha mala.

- AÍ CARALHO! - gritei quando senti a mala cair no meu pé. Eu me desequilibrei e cai pra frente, derrubando as malas e arrastando o cara do pepino junto.

Eu cai em cima do cara, dando uma cabeçada tão forte que meu cérebro começou uma atualização nova.

Com aquela proximidade toda, eu consegui sentir o perfume dele.

Então esse é o cheiro amadeirado que todo mundo fala?

Que negócio de rico...

Eu me sentei em cima do cara, colocando uma mão na cabeça, com dor, olhei pra ele que também me encarava em choque e com raiva.

Seu maxilar marcado, estava travado e a testa tensa, mas dava pra ver que ele tava segurando a risada.

- A madame prefere ficar sentada no meu colo pra sempre ou deseja sair? - perguntou com ironia, e então eu notei que ainda estava sentada no colo dele.

Arregalei os olhos saindo de cima dele e me sentando no chão.

- Certeza que você deve ter feito umas 300 partes do meu cérebro pararem de funcionar, cabeça dura e pesada do caralho. - xingou, se sentando no chão também é eu olhei indignada pra ele.

Meti o tapão no ombro dele, com raiva, o mesmo me olhou surpreso e se sentindo desafiado. Ele me deu um empurrãozinho no ombro e no segundo seguinte dei dois tapas no ombro dele, quando ele ia revidar, levantei a mão e falei rapidamente.

- Tá bom, tá bom, somos duas crianças se irritando, agora, me ajuda a levantar.

Ele me olha com o olhar semi cerrado, negando com a cabeça. O garoto levanta e em seguida esticou a mão pra me ajudar a levantar também.

E não é que o vagabundo pelo menos é cavalheiro??

Quando eu tava já na metade do caminho, já me levantando e pegando na mão dele, ele tirou a mão, me fazendo cair de novo, filha da puta.

O som da sua risada ecoou pelo corredor e eu olhei feio pra ele, me levantando.

- Garoto, se eu te vejo no corredor... - ameacei com ódio.

- Ah é?! Vai fazer o quê? - provocou com um sorriso.

Que sorriso.. lindo.

Eu até fiquei meio desconcertada quando ele me lançou aquele sorriso.

- Eu vou meter a voadora no meio da tua cara feia. - falei levantando as minhas malas.

Eu nunca menti tanto...

- A gente tá no corredor, se você quiser tentar a sua sorte... - disse se aproximando.

- você é chato pra caralho, vai se fuder enviado do capeta - falei dando um tapa com força no peito dele.

- Aqui e agora? - deu um sorriso de lado e eu me preparei pra meter outro tapão nele.

- Gustavo? - chamou uma voz fina no fim do corredor e nós dois olhamos na direção dela. O garoto do pepino, assim que viu a pessoa, parou de sorrir na hora.

Era uma garota loira, com o mesmo uniforme que todo mundo, só que o dela, parecia muito mais bonito do que em qualquer outra menina. Ela era alta e andava com segurança até nós.

Eu, que tenho o ego e a autoestima de uma deusa, me senti insegura.

Assim que ela chegou perto da gente, a garota logo me lançou um olhar torto.

- E quem seria você? - perguntou fazendo uma cara de nojo pra mim.

- Natasha Caldeirão - sorri sincera.

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Continuaaa

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