Capítulo 8

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                                                                                 Ana Flávia 

  - Levanta Ana Flávia! - Mandou Gabi me puxando pra fora da cama.

  Mas que demônio insuportáveeel!! A vontade de empurrar ela da janela só aumenta.

  O sinal já havia tocado fazia alguns minutos, segundo Gabi se eu não levantasse agora e me preparasse, iriamos ficar de castigo.

  E isso é exatamente o que eu quero!

  - A vida é cheia de desafios.. um deles é sair da cama! Acontece que eu não quero cumprir desafios hoje. - Sorri, enfiando o meu rosto no travesseiro.

  - Por que você simplesmente não se esforça com o colégio? - perguntou Gaby, frustrada, desistindo de me acordar.

  - Por que eu não planejo ficar aqui por muito tempo. - Pisquei pra ela.

[...] 

  Eu corri pelos corredores enquanto alisava a minha camiseta vermelha de educação física.

  O uniforme era um calção azul, quase preto, e a camiseta  vermelha. 

  Eu tô falando, quando eu sair vou assaltar os uniformes de todo mundo.

  Fato engraçado, eu não faço a mínima ideia de onde fica o campo ou o ginásio. Eu deveria ter levantado quando a Gabi falou, mas em compensação eu não tive que assistir as aulas chatas de matemática.

  Eu já imagino a cara do professor de matemática, morrendo de ódio por não me ter na aula para implicar.

  Levou algum tempo para eu finalmente achar o campo de futebol, eu só tive que passar algumas fofocas para a tia da limpeza e ela aceitou me levar até o lugar.

  Chegando lá, eu caminhei lentamente percebendo que os garotos estavam jogando futebol e as meninas apenas sentadas conversando. 

  Observei as meninas e logo percebi que elas  olhavam para alguém atentamente. 

  Gustavo. 

  A diferença era que o olhar do Gustavo estava sobre mim. O cabelo dele ondulado e suado caia sobre sua testa, os lábios extremamente avermelhados e sua respiração irregular fazendo o seu peito subir e descer descontroladamente. 

  Aquela imagem deveria ser ilegal...

  Ele me encarava maravilhado e, por mais que eu odeie admitir, a admiração dele sobre mim me deixava nervosa, com uma sensação incrível e nova. Era como se minha barriga desse voltas frias só por estar no mesmo campo que ele.

  - GUSTAVO, OLHA A PORRA DA BOLA! - Gritou um cara de cabelo ruivo e assim que eu me dei por mim, vi a bola indo na direção da cara do garoto do pepino. 

  Eu arregalei os olhos vendo a merda acontecer e, quando menos esperei, ele conseguiu dar a volta por cima, marcando com a cabeça. 

  Os gritos de felicidade foram instantâneos. O cara que tinha gritado sobre a bola olhou pra mim confuso e depois para o Gustavo, antes de comemorar. Ele parecia ter processado alguma coisa, mas eu decidi não me preocupar com isso.

  Dei de ombros, indo na direção da Gabi.

  Foi quase impossível não ver a onda de garotas indo em direção ao Gustavo no instante em que seus amigos se afastaram.

  - Oi. - Cumprimentei, me sentando ao lado da minnha amiga.

  - Olha só quem decidiu sair da cama... - Brincou me olhando com um sorriso. 

  - A Alana? -  Perguntei pela nossa colega de quarto, ela parecia ser bem legal até.

  - Ela tem aula de Biologia agora. - Respondeu Gabi olhando no fundo dos meus olhos. - Eu nunca reparei na cor dos seus olhos, que castanho lindo. - Elogiou. 

  - Obrigada! - Sorri pra ela. - Eu não sabia que o filho da diretora jogava futebol. - Comentei.

  - O Gustavo? - Perguntou confusa e eu assenti. - Ele joga mas, diferente dos outros caras, ele não fede. - Comentou me fazendo rir.

  Eu analisei o campo de longe, notei Hillary e mais duas garotas me encarando feio.

  Perderam o cu na minha cara agora ?

  Alguns minutos depois, o professor de educação física fez a gente jogar futebol também e deixa eu falar pra vocês, aquelas noites todas fugindo de casa e de festas pelo menos valeram pra alguma coisa.

[...]

  Eu sai do meu dormitório, depois de ter tomado banho, e me dirigi até o refeitório quando fui barrada por alguém.

  Hillary.

  Fiz uma cara de nojo instantânea e ela me olhou ainda mais brava.

  - Garota, eu não sei quem você pensa que é, mas eu vou deixar as coisas bem claras agora. Você chegou agora, você não é nada mais que a novata idiota, eu vou ser boazinha e te dar um aviso, se afasta do Gustavo! Pelo seu bem, eu não gosto de brigar, principalmente pelo que já é meu! - Deu um sorriso falso.

  - Vadia, sai da frente, eu não quero destruir essa sua cara de palhaça! - Falei empurrando ela.

  Hillary não saiu do caminho, pelo contrário, ela me puxou pelo braço.

  - Eu posso fazer te expulsarem daqui em 1 minuto. - ameaçou.

  - Jura?! Você faria esse favor pra mim? - Debochei, empurrando-a contra a parede e saindo dali.

  Mas é cada uma que me aparece mesmo, ela acha que eu tenho medo dela?? Pois está muito enganada. Eu queria esfregar a cara dela no asfalto até ela imitar os falsetes da Melody. 

  Entrei no refeitório ainda fervendo de raiva quando alguém puxou meu braço com força.

  - Vocês estão vendo essa garota? - Perguntou um garoto ruivo, ainda segurando o meu braço e apontando pra mim. - A garota foi expulsa de 5 colégios. - Sorriu e então eu percebi, era o garoto do jogo de futebol do Gustavo, aquele que avsiou sobre a bola e o mesmo que me analisou enquanto os outros comemoravam. Ele parece uma cenoura invertida.

  Eu encarei a mesa que estava a minha frente e dei de cara com vários garotos e um Gustavo me encarando preocupado, ele estava quase se levantando pra impedir aquela cena toda. O cabelo dele estava molhado por ter sido lavado recentemente, um aroma fresco e agradável saia dele, o uniforme levemente amassado que ficava muito bom nele e aquela droga de boca rosada. Aquele garoto me irritava e o quanto ele me atraia, me irritava mais ainda.

  - Gabriel, deixa ela! - Pediu Gustavo terminando de se levantar e o tal Gabriel, que segurava meu braço, riu.

  - Essa garota quase nos fez perder, o Gustavo travou assim que viu ela! - Contou o garoto rindo e eu me soltei do aperto dele com ódio.

  O meu sangue fervia, pelo ocorrido de mais cedo com a Hillary e por agora, esse garoto estava me levando ao limite, péssimo dia pra me irritar!

  Quando eu me virei pra sair dali, o garoto voltou a puxar o meu braço.

  - Ok, chega! - Falou Gustavo vindo em nossa direção, com a mandíbula travada. Parecia que ia bater em alguém. Será que ele aceita bater na minha bunda? Não, pensamentos intrusivos agora não! 

  - Ei, vocês querem descobrir por que eu fui expulsa de 5 colégios? - Sorri falsa para eles e o Gustavo travou, me encarando com preocupação. Ele queria me tirar o mais rápido possível dali, era como se quisesse me proteger.

  - A gente adoraria saber. - Respondeu o ruivo, finalmente soltando o meu pulso.

  - Porque eu não ligo para as consequências! - Contei, com um sorriso gigante.

  Eu peguei um prato aleatório da mesa deles e enfiei na cara do ruivo, com todo o ódio que eu guardei durante o dia. 

   CONTINUAAAAAAAAA...... 

  Amanhã sai mais um genteee, espero que estejam gostando, não esqueçam de votar e comentar nos capítulos!! 

Até amanhã meu povooo 

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora