𝑨𝒏𝒂 𝑭𝒍𝒂́𝒗𝒊𝒂
[...]
Olhei pelo terraço, procurando o Gustavo e encontrei ele deitado no lugar que a gente sempre fica. Caminhei lentamente até ele e me sentei do lado dele.
- Oi, meu amor. - Cumprimentou ele me olhando.
- Oii Gu. - Falei me deitando no peito dele.
Gustavo passou o seu braço em volta da minha cintura.
- Eu tive um dia péssimo. - Confessei me sentindo estremamente cansada.
- Os dias maus servem pra que os dias bons valham a pena. - Sussurrou e eu assenti.
Nós ficamos algum tempo em silêncio e eu quase adormeci sentindo ele fazer carinho na minha barriga e cintura. Um movimento no gramado, perto do portão da escola, me chamou a atenção e eu comecei a observar atentamente. Era uma garota aleatória andando por lá. Quando a mesma se virou, eu notei que não era nem uma garota e nem aleatória.
- Aquele não é o LP? - Perguntei baixinho e o Gustavo me tirou do peito dele lentamente pra conseguir ver.
Eu observei por mais algum tempo e vi que o LP chorava, arregalei os olhos quando o mesmo puxou alguns cigarros do bolso e acendeu um.
- É realmente o LP... - Respondeu o Gustavo com a voz distante.
Ele se virou pra mim e encontrou a minha cara confusa, o que fez ele suspirar e abaixar o olhar.
- Eu sei, fumar é errado, mas todos nós somos viciados em algo que fode a gente. - Me encarou. - Para alguns é beber, para outros são relacionamentos tóxicos que eles acham que conseguem concertar, as pessoas podem se fazer passar fome, persistir em um amor perdido, viver de cafeína, nunca dormir.. - Virou o seu rosto para o seu amigo que ainda estava no gramado fumando. - Para o LP, é acender nicotina e envenenar seus pulmões até eles ficarem secos e fracos.
Gustavo voltou a me encarar.
- Esse é apenas o jeito que ele se alivia. - Terminou.
- Como você se alivia? - Perguntei ao Gustavo e ele me encarou surpreso.
- Quê? - Questionou confuso.
- Você falou que todo mundo tem um jeito de se aliviar, mesmo que isso foda a gente, então, qual é o seu?
Gustavo pareceu pensar um pouco e quando abriu a boca pra responder, ouvimos um barulho alto no gramado.
- EI GAROTO! - Um segurança gritou.
Nos segundos seguintes, tudo que eu e o Gustavo vimos foi o LP correndo em volta do gramado, tentando despistar o segurança.
- A gente também vai precisar correr. - Avisou o Gustavo se levantando e eu arregalei os olhos.
- VOCÊS DOIS AÍ EM CIMA, DESÇAM AGORA. - Mandou o segurança quando nos viu.
Bem no flagra.. Que incrível.
- Agora! - Falou o Gustavo começando a correr.
Nós corremos ouvindo o segurança gritar com a gente, saímos do terraço rapidamente e quando fomos pular a janela, eu obviamente quase cai. Corremos pela biblioteca enquanto eu sentia o meu coração bater forte no meu peito, o meu corpo desviava de algumas coisas, tentando acompanhar o Gustavo. Depois de muito tempo correndo, eu notei que ele estava me levando para o gramado do colégio, eu vou empurrar esse garoto da escada.
- Você enlouqueceu de vez??? A gente não pode ir pra lá. - Falei assustada.
A minha respiração já estava pesada de tanto correr.
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O Colégio Interno - miotela
FanfictionAna Flávia Castela é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocá-la em um colégio interno, após Ana Flávia ter "acidentalmente" incendiado o...