Capítulo 7

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                                                                                     Ana Flávia 

  Eu entrei na sala onde parecia ser a minha aula de história e, assim que levantei a cabeça dei de cara com o professor e fiz uma careta desanimada.

  - Não me diga que eu errei a sala de novo! - falei olhando para o cara loiro de ontem e ele riu.

  - Nada disso, você está na sala certa! Eu deveria te dar pontos por isso até. - Riu, pegando uma caderno e uma caneta.

  - Homem.. Não faz isso - parei ele, antes que fosse tarde demais.

  Eu tô tentando ser expulsa e o cara ainda vai me dar pontos por acertar a sala??

  O professor me olhou confuso e eu dei um sorriso amarelo.

  - Se você me der pontos, vai ter que dar pontos para  todo mundo, já que todo mundo está na sala certa! - Improvisei, olhando para as pessoas na sala.

  - Isso é verdade.. - concordou ele pensativo - Vou dar pontos para todo mundo! - Falou ele, voltando a pegar o caderno e a caneta.

  Eu respirei fundo, fechando os olhos e quase me jogando da janela quando senti a presença de alguém atrás de mim.

  - Eu acho que você deveria se sentar. - Falou a voz grossa atrás de mim e eu me virei.

  Senti a mão do Gustavo roçar na minha cintura, levemente por alguns segundos, enquanto ele me encarava com um sorriso de lado encantador. Quer dizer, um sorriso de lado horrível !

  - Jura? Em você? - Usei o meu deboche e o Gustavo arregalou os olhos levemente, transformando seu sorriso de lado em um sorriso sarcástico. 

  - Não seria um problema... - Respondeu ele.

  - Eu tava brincando! - Bati nele com o livro, em seguida caminhei para um dos lugares livres na sala.

  Eu nunca me arrependi tão profundamente... 

  Hillary.

  - Ew! - disse ela me vendo ao seu lado e eu arregalei os olhos também.

  Eu dei uma olhada pela classe toda, desesperada por mais algum lugar vazio e adivinhem o que eu encontrei? O sorriso divertido do Gustavo e nenhum assento vago. 

  - Alguém deve ter lançado uma praga em mim... - Sussurei batendo a cabeça no livro.

  - Antes de começar a aula.. - Começou o professor. - Eu dei pontos para todo mundo por terem acertado a sala, podem agradecer a colega Ana Flávia. - terminou ele e eu levantei meu olhar levemente, notando todo mundo da classe me encarando. - Eu dei pontos para todos, menos para a Letícia e ao Bruno que, acidentalmente, confundiram o armário de limpeza com a sala de aula! - soltou o professor com um sorriso.

  [...]

  O dia passou correndo e só faltou eu sair correndo com um pedaço de madeira pra socar a cara de alg... eu preciso me acalmar! 

  Gabi e eu já estávamos no dormitório e a bonita não parava de falar daquele tal de Murilo e o quanto o sorriso dele era lindo. 

  Eu puxei rapidamente a camiseta preta do Luan, que estava de baixo da minha almofada, e abracei ela me deitando. 

  O cheiro dele estava sumindo..

  Era a última camiseta que eu tinha com o perfume do meu irmão, todas as outras já haviam perdido o cheiro faz tempo.

 *flashback*

  - Luan? - Chamei, puxando a mão do meu irmão que estava jogado no chão.

  Ah não..

  - Você prometeu... Você prometeu que, se eu não contasse pra mamãe e pro papai, você não ia mais usar isso! - Falei com a voz baixa, encarando as pupilas extremamente dilatadas do meu irmão.

  Ele começou a rir descontroladamente e passou a mão pelo meu cabelo de um jeito desajeitado. Eu sempre odiei que ele fizesse isso, agora é a coisa que eu mais sinto saudade..

  - Pessoas mentem, Ana - disse com um sorriso fraco. 

  Ele me mostrou o frasco vazio, onde ele costumava guardar pequenas doses de substâncias tóxicas e eu arregalei os olhos com medo. O frasco estava cheio e agora...

  - Lu.. - Chamei ele, com medo. As minhas mãos tremiam e era inevitável impedir as lágrimas de cair. - Me ajuda a te levar pro banheiro, a gente precisa tirar isso tudo que você consumiu do seu corpo! - Pedi. 

  - Você faz a morte parecer menos divertida, minha pequena tempestade.. - brincou.

 *flashback*

  Ele me disse que eu fazia a morte parecer menos divertida, mas mesmo assim, ele preferiu me deixar por ela..

  Lição número 2: Não confie em ninguém, pessoas mentem! Até as que você mais confia..

  Eu me sentei na cama, limpando uma lágrima que havia escapado e afastando aquelas lembranças de mim. Encarei Gabi que já tinha se deitado na cama e respirei fundo.

  - Gabi. - Chamei e ela se virou pra mim. - Não tinha que ter outra garota no quarto? - Perguntei confusa. 

  - Como assim? - Perguntou se sentando na cama também. 

  - Tem três camas nesse quarto e estamos apenas nós duas aqui. Falta alguém e eu não vi ninguém ontem e nem hoje aqui. - Expliquei.

  Assim que eu terminei de explicar, a porta se abriu me dando a visão de quem eu  estava questionando agora. 

  - Oi. - Cumprimentou a garota de cabelos pretos, entrando no quarto com três malas azuis. - Vocês devem ser minhas colegas de quarto! 

Continuaaaa.... 

Oii genteeee, voltei!! Desculpa o sumiço, estava em semana de provas, agora vou voltar a programação normal KKKKKKKK

Amanhã tem mais capítulooo 

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora