Capítulo 2

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Ana Flávia

Eu bati a cabeça no vidro, entediada e de ressaca.

O caminho para o colégio interno seria silencioso se não fosse pelo rádio tocando uma música do Bruno Mars, o meu pai não disse nenhuma palavra, mas eu sei que só faltava ele soltar fogos de tão feliz que estava por, finalmente, se livrar de mim.

O que meu pai não sabe é, que em menos de 2 semanas, ele vai me ver de novo.

Eu não tenho explosivos comigo mas, com certeza, vai ser muito fácil ser expulsa desse lugar.

Vocês realmente pensaram que eu ficaria naquele colégio de adolescentes certinhos e que nunca sofreram nada na vida?

Lição número 1: Nunca tire conclusões precipitadas..

O Colégio ficava em uma cidade minúscula, longe de tudo e sem graça. Logo de cara dava pra notar ele, era gigante e se destacava, parecia um castelo ou um lugar histórico.

Hogwarts, eu diria.

Cadê o Valdinho nessas horas pra jogar um avada em todo mundo??

Levantei minha cabeça do vidro pra observar melhor e notei o gramado extenso e os enormes portões de ferro.

O meu pai abriu a porta pra mim e me encarou com uma cara feia, eu dei o meu melhor sorriso saindo do carro. Dono Rodrigo fez a gentileza de ser útil uma vez na vida e pegou as minhas malas, começando a carregar as mesmas.

Eu só trouxe 2 malas porque não tinha muito o que trazer, o que eu ia colocar lá dentro?? Minhas roupas velhas e cagadas ou os vestidos pra festa??

Eu segui meu pai pelo gramado e pelos corredores daquele lugar. Tinha tanta escada que minha academia desse ano, com certeza, já estava paga!

As pessoas, que se encontravam no gramado e nos corredores, me olhavam feio.

Perderam o cu na minha cara?! Só pode!

Mal posso esperar pra ser expulsa desse lugar e começar a vender minhas pulseiras e cristais na praia. Vai um quartzo ou uma azurita aí?

Depois de andar, pelo que mais parecia a vida da Betinha, o meu pai parou na frente de grandes portas de madeira, em uma delas tinha uma placa dourada com um nome que parecia italiano. Meu pai, por fim, deu três batidas na porta, do outro lado daqueles pedaços de madeira, escutamos uma voz firme nos mandando entrar.

Eu tomei a iniciativa de abrir a porta, já que meu pai era tão lerdo pra ver a maçaneta na frente dele, e entrei.

Nossa, que cheiro de livro velho

Era a diretoria, uma sala não muito decorada mas com tons de branco e cinza predominantes, várias estantes com livros e papéis espalhados pela mesa. No final da mesa, tinha uma mulher sentada e que nos recebeu com um sorriso brilhante, ela era muito bonita.

Nós nos sentamos de frente para a mesa da diretora e ela começou uma conversa com meu pai. Eu não prestei atenção na conversa, eu estava mais ocupada tentando achar um jeito de ser expulsa mesmo antes de pisar em uma sala de aula.

Não tem nada que possa me fazer querer ficar aqui!

   - Mãe, antes da senhora tentar me culpar por alguma coisa, eu juro, aquele pepino tava lá com o LP antes de eu cheg... - A nossa atenção foi tomada por uma voz masculina entrando na sala.

O garoto nos encarou com os olhos arregalados e a boca levemente aberta.

  - Eita Jesus.. - disse assim que o seu olhar maravilhado e chocado caiu sobre mim.

Eu fiquei levemente paralisada também, enquanto encarava o garoto do pepino. Ele usava o mesmo uniforme que os outros alunos que eu vi nos corredores, o uniforme era um azul escuro, quase preto, e detalhes em vermelho. Essa roupa caia estranhamente bem nesse garoto... Ele tinha os olhos castanhos, assim como o seu cabelo, que parecia ter sido cortado recentemente, seu nariz tinha um formato perfeito e seus lábios eram avermelhados.

Qual hidratante que ele usa?? Será que eu posso ser expulsa por roubo de hidratante labial?? O garoto do pepino, com certeza, não vai se importar se eu roubar seu hidratante.

Espera aí.. O que ele fez com o pepino???

  - Gustavo. - chama a diretora, que descobri se chamar Jussara, com um olhar envergonhado e duro - Filho, me desculpe por interromper sua aula, eu te chamei porque preciso que mostre para a senhorita Castela onde fica o dormitório dela.

Eu intercalei olhares entre a diretora e o garoto do pepino.

   - Sem problemas - respondeu ele, sorrindo para a Dona Jussara.

Ele me encarou e eu me levantei da cadeira, brevemente me despedindo do meu pai e da diretora. Saindo do escritório, o garoto fechou a porta atrás de mim e se preparou pra pegar minhas malas.

   - Por favor, me diz que você não enfiou o pepino na sua bunda. - mencionei, assim que ele pegou as minhas malas, mais interessada na fofoca do que em ir para o meu dormitório.

  - O meu amigo LP... ele... espera, o quê?!

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E os dois se viram pela primeira veeez, oq vcs acham que vem por aí??

Comentem sobre oq estão achando e nn esqueçam de votar!!

Hoje sai mais um capítulo

Continuaa..

857 palavras

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora