Capítulo 9

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                                                                                     Ana Flávia

  [...] "Eu peguei um prato aleatório da mesa deles e enfiei na cara do ruivo com ódio."

  - Puta merda... - Sussurrou Gustavo.

  Gustavo se aproximou rapidamente de mim e me puxou pela cintura. O meu corpo e o dele se bateram por um momento, fazendo o meu quadril tocar brevemente as suas coxas. As mãos dele, que seguravam a minha cintura, apertaram a mesma em uma tentativa de me puxar mais perto dele e longe daquela mesa.

  Eu encarei o Gabriel com um sorriso enquanto o rosto dele estava cheio de purê de batata.

  As tias da cantina devem querer me matar e eu até já sinto o olhar delas, de quem não vai mais me ajudar a achar o banheiro.

  - Aquilo foi bonito.. ele tava merecendo. - Comentou Gustavo, me encarando com um sorriso 

  Esse sorriso é pior que droga...

  - Se você gostou tanto, eu posso fazer o mesmo com você! - Sorri de volta.

  - Tão engraçada.. - Debochou ele, olhando no fundo dos meus olhos e, por um momento, desviando o olhar para a minha boca.

  - Pelo menos, agora eu posso dizer que sei fazer milagres com a cara dos outros. - Ri.

  - Você tá mesmo fazendo piada uma hora dessas? - Perguntou ele, me encarando com um sorriso chocado, ele ainda tinha suas mãos na minha cintura.

  Eu olhei em volta e notei imensos olhares sobre nós e no garoto com a cara de purê. 

  De repente, Gustavo arregalou os olhos e me puxou ainda mais pra si, causando um abraço forçado, com uma mão ele segurava a minha cintura e, com a outra, a minha nuca.

  O meu rosto ficou enterrado no seu peito, me permitindo sentir o seu cheiro amadeirado mais uma vez.

  Fechei meus olhos quando um frio percorreu o meu corpo, a mão de Gustavo começou a descer da minha nuca para a parte de trás do meu pescoço. Os dedos frios dele tocando a minha pele, fizeram um arrepio percorrer toda a minnha espinha.

  Eu só fui perceber o que estava acontecendo, quando vi uma garota ser atingida na cara por um  purê de batata.

  Como eu estava de costas para o Gabriel, não notei que ele tentou jogar aquilo em mim e, se não fosse pelo Gustavo, eu provavelmente estaria cheia de purê de batata agora.

  E foi aí que uma  briga enorme começou.

  A garota que foi atingida pelo purê gritou em pânico, o seu irmão jogou um pedaço de carne na direção do Gabriel, mas falhou miseravelmente acertando a cara de um garoto aleatório. Em alguns segundos, a 3º Guerra Mundial tinha começado, era comida pra todo lado.

  Gustavo me puxou pra baixo de uma mesa e me olhou assustado, como quem diz "você acabou de começar uma guerra".

  Olhei para a minha frente e vi Murilo levando a Gabi pra fora do refeitório, antes que a acertassem. 

  Olhei para o Gustavo e ele me encarou de volta com um sorriso desacreditado.

  - Você pode ser expulsa por isso tudo.. - sussurrou ele.

  - Ah, eu tô tão assustada! - Disse com ironia e o Gustavo me encarou extremamente confuso.

  - Você quer ser expulsa. - Percebeu ele, me encarando em choque e eu ri anasalado.

  - Foi tão difícil de notar? - Perguntei, vendo um prato voar e cair na frente da mesa em que estávamos.

  O povo daqui parece animal..

  - Por quê? - Perguntou Gustavo, confuso e eu dei de ombros, notando um movimento no centro do refeitório.

  Era uma tia da cantina.

  Ela se colocou no meio do refeitório com o olhar bravo.

  - CHEGA! - Gritou e no mesmo segundo foi atingida por um purê.

  E foi assim que  ela nunca mais fez purê para o almoço. Queria eu que isso fosse mais uma de minhas piadas, o purê dela era tão bom.. 

  Eu arregalei os olhos, prendendo uma risada e o Gustavo desviou de um pedaço de bolo de chocolate.

  - Nossa.. - olhou com uma cara triste para o bolo, agora espalhado no chão, eu prendi outra risada.

  De repente, no meio daquela bagunça toda, tudo se silenciou.

  Silencioso demais...

  Eu encarei a entrada do refeitório e sorri vendo a diretora parada lá, com um olhar extremamente bravo.

  Acho que acabei de receber o meu bilhete de volta pra casa.

 [...]

  - Não ir pra casa por 3 finais de semana e alguns trabalhos extras? - Reclamei, brava, enquanto andava pelo corredor com Gustavo.

  Eu tinha acabado de sair do escritório da diretora e ela me deu um castigo patético.

  - O negócio dos 3 finais de semana eu devia até agradecer, não ver meus pais vai ser igual tirar férias. Agora, os trabalhos extras... eu nem faço o dever de casa, quem dirá esses trabalhos! - Suspirei, revirando os olhos.

  - Se eu soubesse que teria apenas essa punição, teria dado um soco naquela cópia barata do Weasley, ruivo oxigenado. - Comentei, mexendo os meus braços em frustração e finalmente olhei para o Gustavo.

  Ele não fala nada desde que saimos do escritório da mãe dele.

  - Que foi? - Perguntei estranhando aquele comportamento.

  - Tem algo que eu possa fazer por você? - Perguntou, encarando o chão, ele parecia pensativo.

  - Só tem uma coisa que eu quero e você sabe o que é. - Respondi, dando de ombros.

  - Não vale a pena ser expulsa. - Penetrou seus olhos escuros nos meus. - Você também pode se divertir aqui. 

  - Eu tenho várias festas pra ir se eu sair daqui ainda essa semana. - Sorri.

  - E você realmente gosta dessas festas? - Perguntou, me pegando de surpresa e me fazendo falhar um passo. - Você realmente se diverte lá? 

  Eu o encarei, paralisada, ele pegou no meu ponto fraco.

  Mente, conta uma mentira tão bonita que ele nunca vai duvidar. Use o seu lado mentiroso. Fale coisas que não são verdade apenas para proteger o Luan. 

  - É claro que sim! - Menti e o Gustavo deu um sorriso de lado pra mim, assentindo.

  Ele não acreditou, o olhar gritava que ele tinha me pegado na mentira. Desde quando eu fiquei tão ruim mentindo?

  - Te vejo amanhã. - Falou, saindo.

  Esse grande filho da... 

  EU NÃO SEI ONDE FICA O CAMINHO DOS DORMITÓRIOS. 

  CONTINUAA.......

  Mais tarde eu tento postar mais um pra vocês!!! 

Espero que estejam gostando, vem muita coisa por aí agora KKKKKKKKKKK

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora