Capítulo 5

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Ana Flávia

 
   - Boa sorte, Ana Flávia.

  Boa sorte meu...

  Eu sai dali rapidamente, não pela presença dele me deixar levemente nervosa, mas pelo simples e óbvio motivo que eu estava mais que atrasada.

  Espero que isso seja motivo de pelo menos um castigo.

  Logo eles vão perceber que eu não me encaixo aqui e nem em nenhum lugar que seja cheio de pessoas mimadas!

  Peguei meu livro de matemática, já que era a primeira aula, e corri mais que meus pulmões podiam aguentar.

  Bati na porta da sala que parecia ser a minha e um professor alto e loiro abriu a porta.

  - Posso ajudar? - perguntou ele confuso.

  - Se você puder me expulsar, seria ótimo. - sorri irônica e o cara apenas me encarou, confuso - Eu tenho aula aqui. - corrigi.

  - Eu acho que você errou a turma... - avisou com um sorriso envergonhado.

  - Isso seria motivo de pelo menos uma advertência?? - perguntei com um sorriso esperançoso.

  - Vendo a hora, você faltou na sua primeira aula, então.. - disse olhando para o relógio de prata em seu pulso.

  Essa escola tá cheia de gente rica, é ridículo eu continuar aqui.

  - Melhor do que nada. - dei de ombros, pronta pra sair dali, até que eu ouvi uma voz familiar.

  - Ridícula.. - disse a voz feminina. Eu olhei para a classe e notei apenas um rosto conhecido.

  A loira de mais cedo.

  Eu fiz uma careta torta pra ela que me encarava com deboche.

  Seria incrível arrumar uma briga com ela.

  Eu seria expulsa e, de bônus, teria arrombado a cara daquela loira idiota.

  Me preparei pra xingar ela, mas a voz do professor soou antes da minha.

  - Hillary, controle-se! - avisou o professor e apenas revirei os olhos, saindo dali.

  Dei algumas voltas e finalmente achei a minha sala. Bati 4 vezes, porque cansei do 3, em seguida a porta foi aberta por um homem, que só pela cara, eu ja arregalei os olhos de medo.

  Logo voltei para a minha postura de bandida má e o encarei de volta.

  - Sim? - perguntou ele, rude.

  Ele parece o snape de Harry Potter.

  - Eu tenho aula aqui. - respondi no mesmo tom rude, a cópia barata do snape me olhou de baixo pra cima.

  - Você está 38 minutos atrasada. - respondeu me deixando entrar.

  - Prometo que não volta a acontecer. - Sorri desejando que eu me atrase para todas as suas aulas.

  Eu me virei para a classe que me encarava com cara de bunda. No meio da classe eu notei alguns rostos familiares.

  Um jogador de futebol.

  Gabi, que me encarava com um sorriso gigante.

  Eu caminhei até o único lugar livre, que pela minha sorte, era do lado de Gabi. Me sentei na cadeira e respirei fundo, me preparando pra aguentar essa aula insuportável.

  - Oii. - cumprimentou ela é eu dei um breve sorriso, colocando o livro na mesa.

  - Como estávamos falando... - disse o professor em tom alto. - Se tiver esse número aqui em cima, que nos costumamos chamar de expoente, significa que você deve...

  - O professor simplesmente vai ignorar o que o Julian fez? - perguntou uma garota irritada.

  - Estamos sem tempo, senhorita Silva. Resolva mais tarde com a diretora ou simplesmente atire seu colega pela janela. - sorri e eu prendi uma risada.

  - O que ele fez foi machismo! - reclamou ela.

  De repente, essa aula parece bem mais interessante...

  - Machismo? - riu um garoto que estava sentado na mesa ao lado da minha, eu o encarei indignada. - Falar a verdade agora é machismo?

  - Que cara babaca... - sussurrou Gabi ao meu lado, obviamente frustrada.

  Eu nem sei o que aconteceu mas eu com certeza não estou do lado desse tal de Julian.

  - Esse seu negócio de feminismo é falta de piroca. - soltou o garoto e eu arregalei os olhos, em completo choque.

  - Senhor Rodri..

  - Se o feminismo é falta de piroca, quantas foram enfiadas em você pra ser machista desse jeito?? - Perguntei cortando o professor.

  A sala inteira me encarou em silêncio e algumas pessoas riram.

  - Senhorita Castela. - chamou o professor e eu o encarei. Dava pra perceber que o professor estava segurando um sorriso, assim como várias pessoas.

  - Eu apenas perguntei para o coleguinha aqui, com o senso menor que a piroca dele, uma coisa simples. - Justifiquei sentindo o olhar bravo do garoto em mim.

  - Se essa conversa sobre partes íntimas não parar, eu vou ser obrigado a mandar vocês dois para a diretoria. - Avisou o professor, se forçando para esconder o riso, se virando para o quadro voltando a explicar seja lá o que fosse.

  Eu relaxei na cadeira e olhei para a Gabi, que me encarava com um sorriso admirado.

  - Que foi? - perguntei confusa.

  - Você é incrível... - sussurrou e eu sorri

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Continuaaaa

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790 palavras

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