Capítulo 22

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𝓐𝓷𝓪 𝓕𝓵𝓪́𝓿𝓲𝓪

  O Gustavo pulou a janela e me encarou esperando que eu pulasse também. Nós tinhamos passado tanto tempo conversando no terraço que, quando fomos notar, já estava amanhecendo. Quando fui pular, escorreguei e quase dei de cara no chão da biblioteca, se não fosse pelo Gustavo que me segurou.

  - Opa.. - Falou com um sorriso brincalhão enquanto ainda me segurava contra a estante de livros.

  Os nossos corpos estavam muito próximos. Eu mal tinha espaço para respirar sem que o meu corpo invadisse o dele. As nossas bocas estavam quase se tocando e o cabelo dele tocava a minha testa, os nossos perfumes se misturavam, assim como os nossos corpos se aqueciam e as nossas respirações se debatiam. Eu sentia o ar quente da respiração do Gustavo tocar a minha boca e eu sabia que a minha respiração também fazia cócegas na boca entreaberta dele.

  O Gustavo deu um jeito de aproximar os nossos corpos ainda mais e com a mão que não segurava a minha cintura ele tentou empurrar a mesa que nos prendeu, mas falhou miseravelmente.

  - Precisa de ajuda, amigão? - Brinquei com um sorriso de lado.

  - Cala a boca. - Mandou em um tom de brincadeira.

  - Me obriga. - Sorri ainda mais.

  - Você amaria isso, não amaria? - Me olhou com intensidade. 

  No segundo seguinte, Gustavo conseguiu empurrar a mesa e eu finalmente consegui respirar direito.

  - Quando você quiser conversar no terraço, é só tocar no seu queixo e olhar pra mim, ok? - Sugeriu com um sorriso e eu assenti.

  - Perfeito.. - Falei começando a andar pelo corredor da biblioteca.

  - E, ainda amanhã, a gente volta a estudar matemática, antes que você seja expulsa por notas péssimas. - Brincou e eu olhei com os olhos arregalados pra ele.

  - Tem como ser expulsa por isso? - Perguntei com um sorriso.

  - Rain, você sabe que eu tenho desviado reclamações do professor de matemática só pra você não ser expulsa, não é? - Contou e eu olhei brava pra ele.

  - Seu idiota! - Bati no braço dele, rindo, e o mesmo me olhou assustado.

  [...]

  Eu estava folheando o livro de matemática, tentando ignorar a aula, quando encontro um pedaço de papel em uma das páginas, quando encontro um pedaço de papel em uma das páginas. Fazia tempo que eu não encontrava um bilhetinho... 

  " 𝐂𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢 𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫
𝐄 𝐞𝐥𝐞 𝐦𝐞 𝐟𝐞𝐳 𝐯𝐞𝐫
𝐐𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐯𝐨𝐞𝐢 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐢𝐬
𝐃𝐞𝐢𝐱𝐚 𝐞𝐮 𝐩𝐨𝐮𝐬𝐚𝐫 𝐞𝐦 𝐯𝐨𝐜𝐞̂ "

  Enquanto eu processava, senti a Gabi cutucar o meu braço. 

  - Fazia tempo que você não recebia outro bilhetinho, né? - Perguntou com um sorriso. 

  - Eu só queria saber quem anda me enviando esses pedaços de papel com frases. - Reclamei e vi o sorriso da Gabi aumentar. - Você sabe alguma coisa? - Olhei desconfiada pra ela.

  - Eu não sei de nada. - Deu de ombros e eu revirei os olhos com um sorriso.

  Depois de um tempo tocou o sinal, finalmente essa aula acabou , Gabi se levantou com um sorriso.

  - Alunos, não se esqueçam de estudar para o teste de amanhã. - Avisou o professor de matemática deixando alguns papéis na mesa saindo da sala. 

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora