25| Animal Ferido

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Dias atuais

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Dias atuais...

Eles estavam conversando sobre tantas coisas que meu cérebro começou a ficar sobrecarregado com tanta informação para processar, e a qualquer momento sentia que minha mente entraria em pane geral.

Fingir que estava inconsciente se tornou uma tarefa cada vez mais difícil à medida que a conversa continuava. A cada palavra que eles trocavam, a coisa ficava mais absurda.

Cidade dos Anjos...

Assassinatos misteriosos acontecendo em várias partes do mundo, onde os assassinos deixam um tipo de marca...

Algumas pessoas, incluindo os nomes Bass e Gambirasio, estavam envolvidas em um tipo de mercado criminoso, aceitando que pessoas repugnantes vivessem aqui sem serem perturbadas, sem pagarem por seus crimes...

A cidade onde cresci agora parecia um circo dos horrores, onde crimes eram abafados, onde pessoas tão próximas poderiam estar envolvidas em coisas terríveis que eu nem mesmo conseguia imaginar.

E se um desses psicopatas que estão soltos por aí fosse um dos meus vizinhos? Ou uma pessoa que esbarrei acidentalmente enquanto caminhava pela calçada de uma rua?

Poderia ser até mesmo um cliente qualquer em Gali-Glutonny. Já servi café e rosquinhas para alguns desses criminosos?

Nunca pensei que teria tanta vontade de ir embora da cidade, de deixar para trás até mesmo o pequeno túmulo da minha mãe e nossa casa em ruínas. Eu deixaria essa cidade sem pensar duas vezes agora.

Que merda estava acontecendo aqui? Com essa cidade? Com as pessoas?

Aquilo não podia ser verdade. Eles estavam inventando tudo isso, certo?

Só podia ser brincadeira, porra.

— Saiam... — Ronan diz, depois da longa conversa que se estendeu pelo que pareceu uma eternidade. — Quero ficar sozinho.

Seu tom de voz estava deixando bem claro que a conversa não terminou bem, pelo menos não para ele, e não precisava ver seu rosto para dizer que estava furioso.

— Eu disse pra saírem. — Ele repete, sua voz se elevando gravemente, ecoando pelo quarto com uma autoridade que não admitia contestação.

Há mais um momento de silêncio, mas depois escuto passos de alguém, e logo mais outros os seguem, e sei que os três estão se dirigindo à saída do quarto.

Depois ouço uma porta sendo fechada.

Lentamente, abro meus olhos e vasculho o quarto com o olhar, notando que agora estava sozinha com Ronan. Ele estava sentado aos pés da cama, com o olhar fixo no chão, apoiando os cotovelos nos joelhos e com as mãos juntas, imóvel como uma estátua.

— Ronan? — O chamo, e não entendo o porquê sussurrei.

Ele não responde, mantendo-se cabisbaixo. Me sento, e o colchão macio afunda sob meus movimentos enquanto me aproximo dele com cautela, como quem se aproxima de um animal ferido, buscando ajudá-lo sem assustá-lo.

Príncipes do Caos (Destinados ao Caos I)Onde histórias criam vida. Descubra agora