36| O Segredo

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7 anos antes

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7 anos antes...

— Treze anos... — Meu pai diz, virando-se para mim com aquele seu olhar frio de sempre. — Já é um homem.

Sei que essa seria a única espécie de "parabéns" que receberia dele hoje.

Sem mais palavras, ele continua cumprimentando os convidados que chegavam para a festa, apertando mãos e trocando sorrisos falsos.

Eu não queria uma festa. Odiava elas. Odiava a casa cheia de gente, estranhos que eu mal conhecia e, pior ainda, meus parentes, os que eu preferia manter distância.

Meus tios eram desprezíveis, com suas vozes altas e risadas forçadas, sempre prontos para uma de suas piadas de mau gosto sobre mulheres e dinheiro.

Mas meu pai não queria minha opinião ou saber se eu estava feliz com isso.

Ele também não gostava de pessoas em sua casa, mas, como ele sempre dizia: "Mantenha seus inimigos por perto, seja amigo deles..." Para ele, manter essas pessoas aqui, sorrindo, bebendo e exibindo a sua casa a elas, era uma de suas estratégias.

Uma mulher de cabelos loiros se aproxima, seus saltos batendo contra o mármore do hall da entrada. Ela usava um longo vestido preto e um grande chapéu de aba larga, que sombreava parte de seu rosto.

— Anet, estou feliz por ter vindo. — Meu pai a cumprimenta com a sua formalidade de costume.

Ela lhe oferece um sorriso, estendendo sua mão coberta por uma fina luva branca a ele, que a segura com delicadeza. E como um cavalheiro saído de um livro antigo, leva o dorso da mão dela aos lábios.

Seu sorriso surge em seguida, um sorriso que ele reservava para quando precisava manipular alguém.

— Linda como sempre. — Ele elogia, com uma voz que transbordava charme.

— Obrigada. — A mulher responde, abrindo um sorriso largo, os lábios delineados por um batom vermelho. Por um momento, parece distraída, presa ao olhar do meu pai, mas então finalmente nota a minha presença. — Este é o aniversariante? Parabéns. Aposto que vai adorar o meu presente.

— E o seu filho? Eles têm quase a mesma idade, certo? Vance gostaria de conhecê-lo. — Meu pai diz, colocando uma mão sobre o meu ombro.

A mulher ajusta o grande chapéu delicadamente antes de responder.

Ah, ele não pôde vir. — Ela lamenta, deixando sua voz cair um pouco. — Ronan tem prova na segunda-feira, e ele preferiu ficar em casa estudando.

— Então deixamos pra outro dia. — Meu pai dá um passo para o lado, estendendo o braço de um jeito educado, pedindo para que ela entrasse. — Aproveite a festa, e fique à vontade.

Anet assente lentamente, seus olhos cruzam com os do meu pai por mais alguns segundos, e então, com um movimento elegante, ela ergue um pouco o vestido para não pisar nele enquanto caminhava para o interior da casa.

Príncipes do Caos (Destinados ao Caos I)Onde histórias criam vida. Descubra agora