Capítulo 31

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Você me ensinou a coragem das estrelas
Antes de partir
Como as luzes continuam interminável mente
Mesmo após a morte
Com dificuldade de respirar você explicou o infinito
Como é raro e bonito existirmos

Sleeping At Last - Saturn

Sleeping At Last - Saturn

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Scarlett LeBlanc

Sentada na arquibancada, o vento do mês mais frio da Inglaterra me faz tremer os dedos. Mesmo após tanto tempo ainda permaneço parada olhando o horizonte, uma vez ou outra passa um pássaro e eu posso ne enganar que ainda estou ali esperando pelo próximo. Tento limpar o sangue seco na barra da blusa, mas ele não some. Muito menos o desespero que sinto diante sua reação.

Esperar não quer dizer que você estava preparado para receber. Podemos esperar por anos uma promoção no trabalho, e quando ela chegar você ainda ficar surpreso achando que nunca ia acontecer. Podemos esperar a morte de uma pessoa em estado grave, e quando receber, você desabar. A gente espera o tempo todo, mas nunca estivemos prontos para receber até mesmo o que estamos esperando.

Klaus não passa nem perto de ser a pessoa mais previsível que conheço, pelo contrário. Eu nunca consigo imaginar qual possa ser seu próximo passo, ele já me mostrou isso incontáveis vezes.

Não devolver sua carta foi o maior ato possível de estupidez que cometi até hoje nesses meses que estou aqui. Eu apenas adiei algo que me custaria caro, não importa se eu fosse arrombar a porta, ou dar um jeito de Nabi a colocar de volta. Eu só deveria ter a entregado antes do meu pescoço ir para forca.

-Bem me quer, mal me quer, bem me quer, mal me quer, bem me quer - as pétalas da margarida caem aos meus pés voando pelo gramado - Mal me quer.

Sorrio sem ânimo deixando a última pétala ser carregado pelo vento.

Atravessando o corredor em passos lentos e dolorosos. As poucas pessoas me encaram franzindo a testa, paro na porta a minha frente tremendo dos pés a cabeça. Entrando no ambiente vazio, vejo a cama de Nabi arrumada me avisando que já havia acordado para a aula.

O lugar que a deixei era tão claro que pode ser burrice, apenas um travesseiro branco tampa a carta de Klaus. Enquanto seguro a ponta do travesseiro entre meus dedos, não sei muito bem pelo que torcia, se ele não a tiver encontrado vai continuar na certeza de que está comigo, não existe nada que o faça acreditar ao contrário, mas ainda assim eu teria um pingo de esperança de conseguir a devolver. Mas se não, sabia que podia cumprir o que prometeu.

Levanto depressa o travesseiro acabando com minha tortura, a carta aparece em minha frente fazendo meus olhos se arregalar.

-Não pode ser - sussurro espantada - Não pode ser.

Ele não a teria procurado ? Ou realmente encontrou e espera que eu o devolva em mãos ? Minha cabeça se enche de perguntas e cada uma me parece pior que a outra.

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