Diagnóstico

1.8K 285 48
                                    


[-Kara-]

Observo a enfermeira de cabelos loiros curtos, que se apresentou com Cat Grant, alternar seu olhar de mim para Lena. É uma ômega mais velha, provavelmente em torno dos 40 anos.

- Fiquei sabendo da cena que ocorreu lá na quadra. – Sem nem preguntar sobre nossos nomes ela se já começa a fazer exigência. – Ômega, deixa a marca da sua nuca visível para eu dar uma olhada. – Então a vejo inspirando o ar. – Espera... Vocês não cheiram como se estivessem unidas pela marca.

- Não somos. – Lena quem responde. Ela se mantém ao meu lado na cama da enfermaria.

Porque você não a mordeu quando eu mandei.

- Hum... na verdade, faz até mais sentido que não sejam mesmo. Não há muita necessidade do descontrole de um alfa para reivindicar um ômega que já é seu, mas também não é comum sucumbir ao seu alfa interior sem o motivo ser o seu ômega estar em perigo. – Cat parece pensar um pouco. – Vamos fazer um teste.

Olho de relance para Lena e ela está inexpressiva.

- Lena. – Cat chama sua atenção. Então ela já estava ciente dos nossos nomes. – Você tem interesse em algum tipo de alfa específico?

Vejo Lena formar um vinco em sua testa, então desvia o olhar em minha direção.

- Tenho, ela está bem aqui.

- Entendo, mas é o físico que te atrai ou é a personalidade? - Remexo desconfortável e vejo claramente o quanto Lena acha a pergunta invasiva. – Porque se for o físico, eu tenho uma sobrinha mais ou menos da sua idade que se parece com Kara, talvez até mais bonita. Você teria interesse em conhecer ela?

Que porra de pergunta é essa?

Percebo que no momento que faz a pergunta seus olhos aguçados pousam em mim. Me sinto analisada, o que me faz pensar que ela está me provocando de propósito. Ainda assim, sinto minha garganta coçando para rosnar. Aperto o maxilar e me concentro na resposta que Lena vai dar.

- Definitivamente não, como pode ver eu já tenho uma alfa. – A expressão nesse momento da minha ômega é irritada.

- Mas você não tem marca. "Sem mordida, sem dono", certo? – Ela cita uma das frases de nossa cultura. Lena rosna baixinho instantaneamente. – Posso mandar uma foto sua junto com seu contato para ela?

Nem fodendo!

Avanço pulando da cama na direção dessa enfermeira desmiolada. O sorriso cínico que abre no rosto da mulher me causa mais raiva. Ela levanta as duas mãos como se pedisse rendição.

- É brincadeira! Não tenho nenhuma sobrinha! Calma aí, lobinha. – Então ela bate uma palma animada. – Maravilha! Já tenho um diagnóstico aqui. Pode se sentar, Kara.

Devo parecer uma idiota olhando para ela, porque não entendo nada do que está acontecendo. Lena só continua com sua cara fechada, mas posso ver também seus olhos furiosos.

- E-eu...

- Não se preocupe, vou explicar. – Cat diz para mim. Ela cruza os braços e agora está séria. Volto a sentar ainda desconfiada. Lena segura a minha mão e o leve carinho que ela faz nas costas da minha me acalma, mas sua expressão é completamente fechada. Solto o ar que segurava no pulmão. Agora nós duas prestamos atenção no que a enfermeira tem a dizer. – Sua alfa interior escolheu a ômega interior de Lena. Vejo que é recíproco. Tem um grande "porém". É ensinado e passado de geração a geração que quando um alfa e o ômega são complemento não há mais ninguém que consiga interferir nessa relação, mas a realidade é que isso só se aplica para os alfas. Depois que seu alfa interior escolheu, ele não terá mais abertura com nenhum outro ômega, por isso vão logo marcando sua parceira.

Maçã e Canela - SuperCorp (ABO) - Kara G!POnde histórias criam vida. Descubra agora