06 - Sangue humano

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"Eu jamais coloquei uma gota de sangue humano na boca, não queria magoar meu irmão, mas parece que aquele maldito rastreador parecia se divertir com a minha falta de auto controle."

1750
Volterra, Itália

Londres, Inglaterra

Contive a vontade de fechar os olhos ao ouvir os gritos humanos vindo da sala do trono, Heidi, uma vampira charmosa que costumava trazer os humanos para dentro do castelo, havia trazido eles mais cedo desta vez.

Haviam dias e horários certos para isso, para sua chegada com a comida, mas naquele dia em específico, Heidi chegou mais cedo.

Eu estava na sala do trono conversando com Aro sobre uma possível viagem até a Inglaterra para ver meu irmão, visto que ele estava estudando lá, quando o cheiro de sangue e perfumes chegou até mim.

Eu havia travado sem saber o que fazer, logo, Renata estava ao meu lado me empurrando para fora dali, fui por um outro caminho, para não colidir com eles. Renata voltou em seguida para o lado de Aro, e eu corri.

Tentei me manter o mais afastada possível mas fora praticamente impossível não ouvir seus gritos de pavor e medo.

Parei encostando-me em uma parede no final de um corredor.

Carlisle surgiu em minha mente, eu não queria magoá-lo, não queria que ele se desapontasse, não queria lhe causar problemas.

Não queria que ele também me odiasse.

Nosso pai me odiava pela morte da esposa, pela morte da minha mãe, eu fazia de tudo para que meu irmão também não me odiasse, para que ele se orgulhasse de mim.

Meu pai jamais sentiu orgulho de mim, ao contrário de Carlisle, ele se orgulhava muito de meu irmão.

Carlisle se orgulhava de mim, se orgulhava por eu manter um auto controle bom, se orgulhava por eu nunca ter sucumbido aos desejos do vampirismo, se orgulhava por eu ser eu.

Era por isso que eu tinha medo de o desapontar. Meu irmão não teria mais orgulho de mim.

Travei ao ouvir passos e sentir o cheiro de sangue. Poderia ser apenas uma das garotas que terminaram de se alimentar e vieram atrás de mim.

Mas pelo cheiro e pelo coração batendo junto do vampiro que vinha, eu soube que não eram minhas amigas ou Alec.

Demetri vinha com um corpo vivo em minha direção.

   — Amália. – Ele cantarolou sorrindo. Ajeitei minha postura e o encarei prendendo por completo a respiração.

   Vampiros não precisavam respirar, mas era necessário tomarmos um fôlego para falar.

   — Notei que você saiu apressada. – Lhe encarei com raiva. O rapaz que estava com ele tinha um olhar suplicante e amedrontado. Demetri cobria sua boca com a própria mão. — Nem ao menos se alimentou.

   Desviei o olhar entendendo o que ele estava fazendo. Aquele homem não era o lanche de Demetri, ele seria meu, caso eu não me controlasse.

   — Preocupo-me com você, meu doce coração. – Rosnei ao notar a ironia em seu tom de voz.

   — Vá embora. – Eu disse entre dentes. Ele sorriu mais ainda, parecendo se divertir com tudo aquilo.

𝐋𝐢𝐟𝐞 𝐀𝐬 𝐀 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 | 𝐃𝐞𝐦𝐞𝐭𝐫𝐢 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora