𝐋𝐢𝐟𝐞 𝐀𝐬 𝐀 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 | 𝐃𝐞𝐦𝐞𝐭𝐫𝐢 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢

07 - Uma quase morte

"Odiava achar que tinha uma divida com ele depois daquele dia, depois dele salvar minha vida, depois daquele sequestro onde eu estava fraca demais para lutar."

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1790
Volterra, Itália
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Massachusetts, Estados Unidos

Encarei Renata novamente e mergulhei o pincel na tinta azul, voltei a retocar o vestido da mesma no quadro que eu pintava.

— Não estou reclamando, mas falta muito? – Ela questionou e eu apenas continuei focada na pintura.

— Pelo que eu vejo, ela já está acabando. – A voz de Chelsea surgiu atrás de mim.

Já havia feito um quadro da mesma, ela pediu-me três, um sozinha, outro com Afton e outro com ela, Renata e eu.

Renata, por passar mais tempo com Aro, não havia me pedido tantos, aquela era a sua primeira vez sendo pintada sozinha em um quadro feito por mim.

— Fique quieta. – Eu disse ao ver Renata se mexer um pouco. Ela voltou a sua posição inicial e eu finalizei a pintura. — Vou começar a cobrar. – Eu disse rindo.

— Sem problemas, garanto que Aro pagará muito pelos seus quadros. – Chelsea disse rindo e eu revirei os olhos. Aro pagou bastante para ter alguns dos quadros que eu já havia feito.

Ele havia gostado, então me ofereceu uma certa quantia, que eu tentei ignorar e negar, porém Aro disse que eu merecia ser paga pelo meu ótimo trabalho e talento.

   — Você realmente tem um talento incrível, Lia. – Renata disse enquanto encarava a pintura, sorri agradecida e suspirei ao encarar a tinta vermelha ali.

   Eu estava a mais de um mês sem me alimentar de nenhum tipo de sangue.

Estava fazendo muito sol em Volterra, eu dificilmente conseguia sair durante o dia sem chamar atenção devido ao brilho vindo de mim.

Durante a noite, eu conversava com minhas amigas e pintava. Fui atrás de animais em uma noite, mas desisti de matar quando notei que haviam apenas filhotes.

Eu era um monstro, mas não mataria filhotes. E os humanos, era difícil saber se eram bons ou ruis apenas lhes encarando, sem contar que durante a noite eles não saiam de suas casas.

Algum idiota espalhou boatos de que havia vampiros pela Itália, então todos ficavam presos em suas casas.

Eu poderia simplesmente invadir qualquer casa, aquilo era fácil, mas eu não queria matar alguém inocente.

— Lia. – A voz de Renata surgiu e eu lhe encarei. — Você precisa se alimentar.

— Estou bem. – Eu disse sorrindo forçadamente.

— Não, não está. – Chelsea colocou a mão em meu ombro. — Seus olhos estão escuros Lia, você precisa se alimentar imediatamente.

Assenti, eu sabia daquilo. Sabia que precisava me alimentar logo.

Encarei a noite estrelada pela enorme janela e me levantei.

— Avisem Aro que irei sair. – Despedi-me de ambas e sai de meus aposentos.

   Talvez tenha algum idiota vagando pelas ruas, ou um animal maior que não fosse filhote.