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gatilho: menção de auto-mutilação

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gatilho: menção de auto-mutilação. se você lida com isso, ou é facilmente influenciado, eu aconselho a não ler. eu avisei.


ASSIM QUE CHEGUEI na casa da minha tia, eu fui tomar um banho. Fiona tinha convidado minha tia e eu para a festa de boas-vindas do Carl, o garoto da juvenil.

Eu tomei banho escutando a minha playlist de Nirvana. No banho eu me lembrei de muitas coisas, meu pai e minha mãe era o principal. A forma como tudo mudou tão repentinamente e como eu me sentia perdida dentro da minha própria cabeça.

Meu pai escolheu a droga antes de mim. Antes meu pai era amoroso, me levava na escola todos os dias, fazia o café da manhã durante o fim-de-semana, e foi a primeira pessoa a estar presente e me ajudar quando ganhei a minha menstruação pela primeira vez. Meu pai era a minha pessoa favorita no mundo, era. Minha mãe escolheu a bebida antes de mim, mas não éramos tão próximas como meu pai era comigo. Às vezes eu sentia que minha mãe nunca realmente me quis ter. Eu via isso no fundo dos olhos dela sempre que meu pai estava feliz comigo, mas ela ainda era minha mãe e tivemos momentos felizes juntas.

Eu chorei no banho, pude sentir a minha maquiagem escorrendo pelo meu rosto. Abaracei o meu próprio corpo. Aquele que meu pai e minha mãe colocavam no meio das suas brigas. Uma vez meu pai me empurrou e eu bati com a cabeça, mas eles continuaram brigando e nessa noite ele desapareceu por uma semana. Minha mãe uma vez me confundiu com meu pai de noite, estava escuro e ela me desferiu socos pelo meu corpo, quando eu gritei pra ela parar ela percebeu que não era meu pai voltando para casa.

Para poder fugir dessas brigas, eu fugia de casa algumas vezes durante elas. No início eu ia para festas e perdi a minha virgindade com um garoto três anos mais velho que eu. Eu ainda tinha alguns amigos do meu antigo grupo, mas estava prestes a perde-los. Eu experimentei diversas coisas nessa época, com apenas 13 anos. Maconha, bebidas álcoolicas e cigarros que eu já tinha experimentado aos 12, e uns três tipos de drogas diferentes.

A minha última experiência com os efeitos de drogas foi traumatizante. Holly Cloutier estava comigo, Cole Finnigan e Richard Griffin também, que faziam parte do grupinho. Estávamos dentro de uma limusine com tinha luzes piscantes e música alta. Nós éramos os únicos com treze anos ali, o resto eram alunos de faculdade.

Um dos garotos de faculdade começou a conversar comigo. Ele era alto, tinha pelo menos 22 anos. O cabelo dele era loiro e tinha olhos castanhos. Seu rosto era coberto de sardas e tinha o relógio mais feio que eu já alguma vez vi. Eu estava desnorteada, nem sabia exatamente onde eu estava. A conversa estava ótima até que ele colocou a mão no meio das minhas coxas. Ele puxou minha calcinha de lado e por alguns segundos ele me tocou sem permissão. Quando eu consegui um pouco de consciência e força, eu fugi daquele carro, abri a porta e me joguei para fora dele. Deixei meus sapatos para trás dentro da limusine e apenas corri até ver um ponto de táxi. Essa foi a última vez que meus amigos do meu antigo grupo falaram comigo como se fosse uma pessoa, e não um animal que eles zoavam.

Eu não estava conseguindo controlar minha respiração, parecia que duas mãos pressionavam meu corpo, uma no meu peito e outra em minhas costas. Parecia que ambas as mãos tinham grandes garras que me cravavam. Eu não estava aguentando mais isso e precisava sentir outra coisa, pensar em algo diferente.

Saí do banheiro por segundos, fui até meu quarto e de baixo do travesseiro peguei em uma das lâminas que estavam dentro da caixinha que eu comprei na lojinha de conveniência suspeita. Voltei para o banheiro e de baixo da água do chuveiro eu cortei meus pulsos com ódio e dor. Isso era diferente do que eu sentia todos os dias, algo que viciava por ser diferente, e de tão doloroso chegava a se tornar bom. Eu já tinha marcas de dias atrás decorando os meus pulsos. Quinze minutos depois eu me levantei e liguei o chuveiro novamente pois tinha desligado quando estava me cortando. Me lavei e saí do banheiro.

Depois dele, coloquei uma roupa básica. Umas jeans pretas flare, uma blusa de manga de lã verde-musgo, all star branco e diversos aneis e pulseiras pratas, com o mesmo par de argolas pratas e três colares, que eram um cojunto, pratas também. As pulseiras escondiam os meus machucados juntamente dos curativos que eu coloquei antes de me vestir.

Minha tia já estava na casa dos Gallaghers. Eu saí de casa e me certifiquei que a porta ficou trancada. Após alguns passos, eu já estava na casa dos Gallaghers. Quando levantei minha mão para bater na porta, ela se abriu. Carl Gallagher estava ali, saindo pela porta, juntamente de um cara alto de pele negra. Do lado desse cara, Carl parecia um gnomo.

- Você. Chegou atrasada pra minha festa de boas-vindas. - quando eu ia falar algo, Carl me interrompeu com um sorriso. - Não tem problema, gatinha. Depois você me compensa. - ele mostrou um sorriso convencido. - Esse aqui é o Nick, você vai ter outras oportunidades de conhecer ele melhor. Vamos, Nick. - ele chamoh Nick e desceu as escadas, ainda com seu olhar colado no meu.

Eu senti calafrios. Respirei fundo e vi os dois rapazes se afastarem. Entrei pela porta e vi todo mundo confuso, provavelmente porque o Carl simplesmente saiu mais cedo da sua própria festa de boas vindas.

- Pessoal, essa é a Naomi, sobrinha da Amelia. - Fiona sorriu e quebrou o silêncio, colocando uma de suas mãos atrás das minhas costas.

- Oi. - eu disse um pouco tímida, ao mesmo tempo que sentia a dor nos meus pulsos.

 - eu disse um pouco tímida, ao mesmo tempo que sentia a dor nos meus pulsos

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até o próximo <3

𝐀𝐒𝐇𝐀𝐌𝐄𝐃 ⸻ 𝑪𝒂𝒓𝒍 𝑮𝒂𝒍𝒍𝒂𝒈𝒉𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora