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BEBI O RESTO da última garrafa de água daquele quarto

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BEBI O RESTO da última garrafa de água daquele quarto. Eu estava sentada na cama com a pelúcia de cobrinha que Carl me deu. Olhei para as minhas roupas, eram as mesmas do dia que Chlóe morreu. As peças estavam ensanguentadas. Eu precisava de um banho, mas eu não queria sair desse quarto. Não queria viver no mundo onde a minha melhor amiga não estava mais viva, feliz, sonhadora...

Chlóe era puro carisma, eu diria talvez a minha alma gêmea. Eu chorei a semana inteira pela sua perda, e acho que irei sempre chorar. Chlóe era importante para mim, a minha melhor amiga.

Meus olhos viajaram pelo meu quarto. Ali estava presente metade do jantar. Eu tinha comido um pouco porque Carl pediu.

Eu estava fechada nesse quarta a uma semana, não tinha motivação ou alegria para sair. Eu queria ficar aqui fechada para sempre, mas eu sabia que algum dia iria sair, eu só ainda não tinha a coragem para o fazer.

Então eu escutei aquela caminhada lenta, passo longo, um curto e outro longo. Meus olhos se arregalaram e meu coração bateu mais rápido. Não, não poderia ser...

Eu me levantei rapidamente e praticamente corri até à porta. Quando a abri, minha cabeça olhou para fora, e ali estava ele. Seu cabelo loiro escuro, um olhar preocupado e roupas pretas antigas.

- PAI! - eu gritei, correndo até o mais velho. O meu pai me aconchegou em um abraço. - C-como...?

- Sobrelotação. - ele sorriu simples. - Bom comportamento e ajudei em um caso. Quando saí, sua tia veio me buscar, pedi para não te contar. O Carl foi me visitar esses dias e me contou tudo, eu sinto muito minha pequena. - seus braços se apertaram ao meu redor.

- Papai... - eu senti lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

Eu tinha meu pai ali de novo, ele estava ali me abraçando. Meu pai estava ali. Eu sabia que minha tia estava me vendo atrás dele, provavelmente feliz por eu ter saído daquele quarto, mas nada passava pela minha cabeça além do meu pai.

Eu tinha ele ali de novo, finalmente. Eu tinha meu pai no momento que mais precisava dele. Eu jurava escutar no fundo da minha mente os vídeos emocionantes do Instagram de pais voltando para seus filhos ao som de "Welcome Home, Son." Era essa a sensação?

[...]

Deixei a rosa branca ser enterrada com Chlóe. Eu dei um pequeno discurso antes, falei sobre nosso caderno-diário. Falei sobre nossos sonhos juntas e como ela era a melhor pessoa que eu alguma vez já conheci. Eu chorei, chorei e chorei. Sabia que Chlóe estaria sempre ali para mim. Eu sabia que não seria a última vez que choraria por ela, sabia que minha ansiedade iria me atacar algum dia e Chlóe iria aparecer na minha cabeça, mas eu sabia de outra coisa.

Eu tinha o meu pai, minha tia, meu irmão e Carl. Eu tinha os meus amigos, mesmo maioria se mudando de cidade. Gael e Sam estavam se mudando para uma cidade próxima. A casa da mãe do Gael ficava perto da de Chlóe, ela ficou com medo e decidiu de mudar. Daisy pediu para os pais se mudarem, afinal sua namorada tinha morrido e foi traumático para ela. Cooper era o único que ficaria.

𝐀𝐒𝐇𝐀𝐌𝐄𝐃 ⸻ 𝑪𝒂𝒓𝒍 𝑮𝒂𝒍𝒍𝒂𝒈𝒉𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora