3.

601 106 38
                                    

Kara

Passei o fim de semana inteiro me perguntando como vou cuidar de duas crianças e ainda por cima aguentar a mãe delas. Se as duas meninas puxarem metade da personalidade da mãe, não devo durar nem um dia naquela casa.

Não sei porque ainda deixo Samantha me colocar em situações assim, mas ela parecia tão desesperada em ajudar a amiga que não conseguir negar. Pena que a sua amiga é Lena Luthor.

Aproveitei o sábado e o domingo para pesquisar um pouco mais sobre a toupeira que me atropelou. Embora seu nome seja bastante conhecido por causa de sua família, não existe quase nada sua vida pessoal. Isso significa que não tenho nenhuma carta na manga caso eu precise. Até tentei fazer Sam me falar sobre a Luthor, mas ela não me deu nada que eu pudesse aproveitar.

Chego na casa de Lena Luthor dez minutos antes do combinado. Me sinto tão nervosa que meu estômago chega a embrulhar. Toco a campainha e não demora muito para Martha, que eu descobri que é a governanta da casa, aparecer. Martha me lança o mesmo sorriso amigável de outro dia. Pelo menos com ela eu sei que não vai ser difícil lidar.

Vou entrando na casa, seguindo Martha enquanto ela repassa as instruções que me passou na sexta-feira. Tento prestar atenção, mas a iminência de topar a qualquer minuto com Lena Luthor me faz distrair.

— Alguma pergunta, senhorita Danvers?

— Pode me chamar apenas de Kara. E não, não tenho nenhuma pergunta.

Eu tinha algumas, mas fiquei com vergonha de dizer.

— Certo. O primeiro quarto é da Lori, o segundo da Lizzie e o último da senhorita Luthor — Martha disse, apontando para as portas assim que chegamos ao corredor do andar de cima da casa. — Se precisar de ajuda com alguma coisa é só me chamar.

— Obrigada.

— Ah, o que vai querer para o café da manhã? — Martha pergunta antes de volta para o andar de baixo. Acho que minha expressão mostra que não entendi a pergunta, então ela explica: — Esqueci de dizer que você pode tomar café aqui se quiser. Ou antes ou depois de deixar as meninas na escola.

— Pelo menos a megera alimenta seus funcionários — murmuro.

— O que disse?

— Que tomei café em casa.

— Certo.

Assim que Martha me deixa sozinha, vou tentando seguir o pouco que me lembrava das instruções que recebi na primeira vez que vim nesta casa. Sendo assim, dou três batidas na porta do quarto de Lori e entro. Eu juro que pensei que encontraria ela ainda dormindo, mas para a minha surpresa, Lori terminava de colocar o uniforme da escola.

— Você deve ser a Lori, certo? — pergunto, me aproximando devagar. — Eu sou a Kara.

— Você é a nova babá? — Lori perguntou sem me dar muita atenção.

— Não. — Samantha me disse para nunca falar que eu era a nova babá, até por isso nem devo usar um uniforme.

— Tem certeza?

— Sim.

— Então quem é você?

— Você conhece a Ruby e a Esme? — Lori me encara pela primeira vez e balança a cabeça afirmando. — Eu sou tia delas.

Lori é extremamente parecida com a mãe; os cabelos são longos e bem escuros e os olhos são verdes. Não apenas isso, a maneira como ela me olha é exatamente igual a maneira que Lena me olhou quando nos reencontramos.

What You Mean To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora