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Kara

Acho que ter começado a cuidar de Lori e Lizzie foi uma das melhores coisas que fiz nos últimos anos. Anteriormente, estava com medo do que poderia acontecer, mas agora, me sinto feliz por ocupar meus dias com elas.

Lori é bastante esperta e agora entendo como ela conseguiu aprontar com tantas babás, ela é capaz de nó até em pingo d'água. Além disso, ela tem um enorme extinto protetor com a irmã mais nova e uma enorme paciência para lidar com ela. Apesar da pouca diferença de idade, a mentalidade das duas é completamente diferente. Já Lizzie, ainda continua sendo a coisinha mais linda e fofa de todo mundo. Nunca conheci criança tão amorosa quanto ela.

Estou na minha terceira semana de trabalho e me pego ansiosa para chegar até a casa das Luthors. Óbvio que quando encontro com Lena — o que continua sendo todos os dias pela manhã e no fim da tarde — a minha ansiedade é de ir embora.

Sobre Lena Luthor, nossa relação não mudou em nada, ela continua me tratando com indiferença e eu retribuo da mesma forma. Nos primeiros dias, estava me importando mais com isso, agora, tento focar apenas em Lori e Lizzie. Ainda assim, é muito difícil ignorar a presença de Lena, pois ela continua aparecendo como uma assombração e parece estar sempre me observando há tempos antes de eu notar a sua presença.

Acho que ela deve estar planejando o meu fim.

De qualquer forma, tirando o fator Lena Luthor, me sinto bem em cuidar das crianças. Uma felicidade genuína me invade quando estou com elas.

Embora esteja feliz e me acostumando cada vez mais a dar conta de duas garotinhas que adoram uma bagunça e por muitas vezes me deixam exausta, especialmente hoje não me sinto assim.

O dia em National City amanheceu acinzentado e com um ar melancólico. Se não é o tempo que está assim, sou eu quem estou. Não gosto de dias nublados, me sinto para baixo.

Fez algum tempo que deixei as crianças na escola e estou sentada na ilha da cozinha tomando café. Estranhamente hoje Lena saiu mais cedo, o que considero boa coisa, não estou com muita cabeça para lidar com ela.

— Está tudo bem, Kara? — Martha me pergunta ao entrar na cozinha. — Aconteceu alguma coisa enquanto deixava as meninas na escola?

— Não aconteceu nada — sorrio para ela —, só não gosto de dias nublados.

— Acho mais tarde vai começar a chover.

— Ainda bem que não estava chovendo quando levei às meninas para a escola, não gosto de dirigir na chuva.

— Eu preciso ir no mercado, espero que a chuva não caia antes de eu voltar.

— Quer que eu te leve ao mercado? — ofereço — Não tenho muito o que fazer com as meninas na escola.

— Não precisa, o motorista já está me esperando. Se precisar de alguma coisa, pode me ligar.

Faço um gesto de afirmação com a cabeça e Martha logo sai.

Hoje é um dia tão incomum que estou sozinha nessa enorme casa. Martha foi ao mercado, a cozinheira teve um problema familiar e não apareceu. O que me resta é esperar a hora de buscar Lori e Lizzie.

Não por quanto tempo fico imersa nos meus pensamentos, mas volta a realidade quando escuto uma voz que agora é bastante conhecida. Pelo menos dessa vez não me assustei com a megera se materializando à minha frente, pois seu tom estressado ecoa pela casa e logo Lena está na cozinha, falando ao celular de um jeito tão estressado que fico até assustada.

Apesar de todo o desdém que ela se refere a mim, ela nunca me tratou da forma que está tratando a pessoa do outro lado da linha. Fico até com pena da pessoa, a mulher está realmente nervosa, tão nervosa que acho que nem notou que estamos mesmo ambiente.

What You Mean To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora