What You Mean To Me

14.

Kara

Quando avistei Lena na beirada da piscina, pensei que ela iria me mandar embora, ainda mais quando estava com uma carranca estampada no rosto. Se fosse só por sua cara de brava, eu não teria me assustado tanto porque ela fica muito sexy assim, mas da maneira que ela se referiu a mim, me fez sentir que minha alma tinha fugido do corpo.

Como eu disse para Lena, estava sem sono e quando fico sem sono, tenho que fazer algum tipo de exercício, assim eu relaxo e consigo dormir. Eu podia ficar correndo em volta da enorme casa que ela mora, mas a água da piscina parecia tão boa e a noite está tão gostosa para um mergulho que não resisti a essa tentação.

Se fiquei paralisada com ela brava, fiquei mais ainda em ela me chamar para jantar com ela. Não que eu tenha gostado, sendo sincera, desde o dia do parquinho tenho esperado ansiosamente por um momento como aquele, só que fiquei sem entender toda a situação por alguns segundos, pois a mudança do clima foi muito brusca.

De qualquer forma, estou sentada no sofá da sala, esperando Lena aparecer. A comida chegou há alguns minutos e eu peguei.

Lena tem andado muito ocupada ultimamente, isso me fez passar muito mais tempo com Lori e Lizzie e eu tentei aproveitar cada momento com elas. Eu jamais poderia prever que duas crianças fossem capazes de me fazer sentir tão viva de novo. Amo Ruby e Esme, mas as pequenas Luthors ocupam um espaço muito grande no meu coração.

Por todo esse carinho que tenho que por elas, venho pensando no que fazer quando não for mais a babá delas. Claro que não quero passar o resto da minha vida sendo babá, mas não quero ficar em vê-las. Então, decidi que vou fazer tudo para ter uma boa amizade com Lena, assim não preciso me manter longe.

Meu nervosismo me fez negar de primeira o convite de Lena, mas quando avaliei a situação, para meu plano dar certo, preciso mais do que nunca manter Lena por perto. E, claro, se Lena quer minha companhia, não vou ficar negando.

Aproveito a ausência de Lena para olhar algumas mensagens no celular, tem mensagem de Alex, de Sam e de Eliza. Opto por não responder agora, tento me concentrar em não ficar tão nervosa na frente de Lena como venho ficando. Sem Lena por perto, me mantenho calma, porém, quando a vejo descendo as escadas e tenho a sensação de que meu coração vai sair pela boca.

Esfrego os olhos para ter certeza de que a imagem à minha frente não é fruto da minha imaginação. Lena usa uma camisola curta, que deixa a mostra uma boa parte de suas pernas e ainda tem um robe de seda por cima, que está aberto. Ela não precisa chegar tão perto de mim e o cheiro de seu perfume preenche todo o ambiente.

Se isso for um sonho, que ninguém me acorde.

Lena pergunta, ao parar a poucos passos de onde estou sentada, só meu cérebro não decodificou o que ela disse.

— Hum?

— Você tem alguma preferência de vinho?

— Ah, o que você escolher tá bom. — Engulo seco. — A comida chegou, deixei na cozinha.

— Pode ir pra lá, então, vou pegar um vinho bom.

— Cla-claro.

Me levanto do sofá e quando fico em pé, estou tão perto de Lena que nem preciso esticar muito o braço para tocá-la. Com o meu cérebro mais uma vez virando uma gelatina perto dela, fico parada a encarando sem falar nada.

— Quer me dizer alguma coisa?

Minha vontade é de dizer que ela está muito bonita vestida desse jeito, com os cabelos soltos e molhados, que parecem tão macios e exalam um cheiro maravilhoso, mas seria estranho dizer algo assim para a mãe das crianças que eu cuido, não seria?