Lena
Quando Kara e eu completamos dois meses juntas, contei para Lori e Lizzie sobre nós duas. Minha intenção era ter feito isso antes, mas, apesar de ter certeza do que eu queria fazer, preferi ser mais prudente antes de fazer o anúncio.
Sabia que minhas filhas iriam adorar a ideia, afinal, as duas chegaram a bolar um plano para que isso acontecesse. Eu só não imaginava que elas iriam gostar tanto a ponto de querer que Kara mudasse para nossa casa no dia seguinte. não que eu fosse reclamar se isso acontecesse, todo o tempo que passo ao lado de Kara para mim é pouco.
Depois que contei, nossos fins de semana passaram a ser em família e não teve um sequer em que Kara não inventasse um passeio ou uma curta viagem. E, claro, ela sempre está fazendo todos os gostos de Lori e Lizzie.
As coisas na minha vida estão finalmente voltando ao normal. Sam me disse outro dia que a nuvem escura que ficava em cima da minha cabeça desapareceu. Acho que é porque finalmente encontrei o sol para me aquecer e ele se chama Kara Danvers.
E mesmo agora que as crianças tenham uma nova babá, uma que elas parecem gostar de verdade, Kara aparece todos os dias em casa, mas agora depois das cinco. Ela janta conosco, brinca com as meninas e, na maioria das vezes, as coloca para dormir. Depois disso, ela é finalmente minha por alguns minutos antes de ir embora.
Kara e eu estamos deitadas em minha cama e seus braços estão à minha volta. Ela acaricia meus cabelos e, mesmo estando tão perto de mim, parece distante.
— Está tudo bem, querida? — perguntando, me apoiando na cama para poder olhá-la.
— Hum? — Ela me encara desentendida.
— Está tudo bem? Você anda distante nos últimos dias.
— Meu aniversário está chegando.
— Eu sei. Só não vamos comemorar esse dia porque você não quer.
Soltando um suspiro pesado, Kara senta na cama e se encosta na cabeceira. ela está apreensiva com algo, talvez até chateada.
— Me conta o que está te deixando assim — peço.
— O meu aniversário é também o aniversário da morte dos meus pais — ela diz com a voz embargada. — É por isso que não gosto de comemorar a data. Não vejo motivos pra isso, sendo que é um dia que sempre fico triste.
Nos últimos meses, Kara vez ou outra comentou algo sobre seus pais, mas nunca contou o que aconteceu com eles. Minha curiosidade sempre foi grande para saber o que aconteceu e como ela acabou sendo adotada por Eliza. Ainda assim, preferi esperar para que ela dissesse mais sobre a sua história quando se sentisse confortável.
Bem, ela não está nada confortável em me contar, está nítido em seus olhos opacos e em seu semblante desolado. Meu coração se aperta ao vê-la assim.
Fico quieta por alguns segundos, procurando palavras para dizer o quanto eu sinto muito. Antes que eu consiga encontrá-las, Kara continua:
— Eu nasci e passei parte da minha infância aqui em National City.
A revelação de Kara esclarece algumas das muitas dúvidas que eu tinha.
— Eu fazia parte da orquestra sinfônica infantil de National City tocando piano. No ano em que meus pais morreram, meu aniversário caiu em um sábado e eu tinha uma apresentação com a orquestra em Metrópolis.
— Kara, não precisa continuar se não quiser.
— Eu preciso. Não tenho sido sincera com você e preciso tirar esse peso do meu peito.
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What You Mean To Me
FanfictionKara Danvers aceita ser a babá temporária de Lori e Lizzie, filhas da CEO da Luthor Textile&Clothing, Lena Luthor. A princípio, as duas mulheres não se dão bem, mas aos poucos as diferenças vão sendo deixadas de lado e elas descobrem que suas vidas...