Capítulo 23 | Palavras vazias com sentimentos contrários

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Não quero perder o controle
Não posso fazer mais nada
Tentando todos os dias quando prendo minha respiração
Girando no espaço, pressionando meu peito
Não quero perder o controle

Às vezes ainda penso que está vindo
Mas sei que não está
Tentando inspirar e depois expirar
Mas o ar fica preso

Control — Zoe Wees

10 de Setembro, Terça, 11:00 horas da manhã

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10 de Setembro, Terça, 11:00 horas da manhã

Me aproximei das meninas, curiosa sobre o que tinham em mãos, assim como as outras pessoas que comiam algo dentro do pratinho branco descartável.

Fiquei perplexa ao ver Melinda comendo algo que não fosse salada; no entanto, tentei disfarçar, encarando sua feição alegre.

Ela sempre enchia o prato quando o cardápio indicava vegetais e salada. Quando não tinha, Melinda deixava de comer, passava o dia inteiro sem se alimentar e evitava ficar comigo e com Charlotte perto do pequeno lago ou no refeitório.

Nós não ousávamos ficar lá quando ela não está; é mais seguro. E era mais seguro para ela se afastar e ficar longe da tentação.

Eu sempre me preocupava quando ela fazia isso.

Sentia um nó no estômago ao vê-la se afastar, sabendo que ela estava lutando contra seus próprios demônios.

Eu sei o quanto Chambers ficava desconfortável e com medo de tocar em outro alimento no prato, de ganhar peso, de se ver gorda no espelho e de ouvir pessoas dizendo que ela precisava emagrecer mais, porque tinha que ser perfeita aos olhos da sociedade.

Mas ali...

Ela não estava chorando.

Não na frente de todos.

Eu já a vi chorar escondida em uma das salas vazias, acreditando que ninguém a observava ou nos momentos em que todas nos reuníamos, e ela desabafava sem conseguir controlar suas emoções.

Talvez fosse o medo de ver os olhares julgadores daqueles que lhe admiravam e a fazia hesitar? O pavor de decepcionar sua mãe e a si mesma?

Meu coração apertou ao pensar no quanto ela sofria em silêncio e evitava buscar ajuda.

O que eu podia fazer? Nada? Eu também era uma mentirosa, fingindo que nada acontecia.

E assim como a vi escondida, eu também já a vi vomitando no banheiro, até se ver livre de toda comida no estômago.

Eu podia ver a tensão em seus ombros, como se estivesse incomodada por estar comendo e querendo fugir dali o mais rápido possível para se livrar daquilo, e a forma como seus olhos evitavam os nossos, com medo de que pudéssemos questioná-la por sua escolha em fugir da rotina hoje. Mas eu não faria isso, pois não queria pressioná-la.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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