24:a capacidade do Draco fingir que nada aconteceu.

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Não consigo dizer uma palavra por horas, mas Dray continua Ali me olhando paciente enquanto eu desabo em lágrimas.
Dray não é o melhor em lidar com os sentimentos alheios, então ele faz o que sempre fizeram com ele... Ele compra coisas, então estamos nos entupindo de doces porque ele comprou o carrinho inteiro. Eu definitivamente odeio feijõezinhos mágicos porque toda vez eu pego um sabor ruim eu acabei de morder um com gosto de cera de ouvido e o Draco só sabe rir da minha cara, pelo menos isso deu uma melhorada no clima agora eu tô um pouquinho mais feliz eu genuinamente gosto de estar com ele.
Assim que chegamos na escola eu me senti um pouco melhor, gosto daqui... Depois do jantar no salão principal eu fui para o meu dormitório, eu definitivamente precisava descansar já que eu não consegui dormir nada no trem porque eu chorava ou eu comia ou eu dava uns amassos no meu talvez namorado porque ele ainda não fez o pedido não sei o que ele tá esperando que eu peça aí já é demais...
E assim foi a primeira semana de aulas, mas logo a paz que habitava na escola foi embora porque chegaram visitantes de outros colégios bruxos porque esse ano a gente vai ter o torneio tribrixo e agora Hogwarts inteira está infestada de mocinhas perfeitas e caras troncolentos sinceramente nós somos os únicos normais aqui.
-Gatinho você não acha estúpido todo mundo querendo participar desse torneio tipo eu li o regulamento você corre risco de vida e ninguém tá nem aí. Questiono Dray enquanto faço cafuné na sua cabeça, estamos a horas deitados no meu dormitório falando sobre qualquer bobagem que vem à cabeça.
-Sei lá princesa... De acordo com o meu pai é um privilégio poder participar desse torneio mas eu também acho perda de tempo, eu prefiro mil vezes ficar na arquibancada torcendo para alguém morrer do que tá ali.
-Pois é... E outra coisa porque as outras escolas são tão estranhas... Tipo não dá para ser normal como a gente, aquelas garotas andam como se sei lá estivessem num evento da família real e os garotos parecem que estão na época da pré-história.
E logo caímos na risada de como nossos pensamentos maldosos são exatamente os mesmos.
Chega o dia do cálice decidir quem vai para o torneio e por incrível que pareça Harry de alguma forma conseguiu burlar o sistema e vai participar do torneio, e agora eu estou aqui no meu dormitório vendo o Draco e esbravejar em como tudo é para o Harry e eu nem questiono porque eu concordo.
- Gatinho eu entendo a sua revolta mas pelo menos se a gente der sorte ele morre esse ano...
- E o Potter nada vai acontecer com ele porque nada nunca acontece é capaz até dele ganhar esse maldito torneio, eu queria muito saber qual foi a trapaça que ele fez para conseguir entrar porque se ele conseguiu o meu pai vai me atormentar muito por eu não ter conseguido por eu não ter nem tentado...
Eu sabia que todo esse ódio não era só por conta do Harry estar no torneio, às vezes eu não entendo o porquê o tio Lúcio cobra tanto o Draco ele é o primeiro da turma entre os meninos e ele é bom tudo que ele faz e tudo que ele faz é para agradar o pai dele e nunca é o suficiente, acho que é por isso que eu e ele nos damos tão bem dois pais horríveis pelo menos ele tem mãe, e a tia Cissa definitivamente é incrível... E nesse momento pela primeira vez na minha vida eu vejo o Draco chorar e quem não sabe lidar dessa vez sou eu.
- Ei calma... Olha para mim eu sei que o seu pai vai te perturbar com essa história, eu sei que você vai ter que aguentar o Harry sendo estrelinha mais um ano, mas a gente tem um ao outro agora na verdade a gente sempre teve né... Digo enquanto eu o abraço.
-Vo-você não entende, amanhã eu vou acordar com uma coruja do meu pai provavelmente um berrador dizendo o quão inútil eu sou quão vergonhoso é me ter como filho,eu já tô de saco cheio toda vez ele dizer que ele seria muito orgulhoso entendeu Harry como filho ou que eu não tivesse nascido ou.... Ele nem consegue terminar a frase.
Eu o abraço novamente, mas logo ele recua com uma expressão de dor.
- O que foi? Pergunto confusa.
Draco abre os botões da camisa e logo revela várias cicatrizes hematomas, e ele abaixa a cabeça levemente envergonhado...
- Que-quem fez isso... Como... Como... Pergunto horrorizada e com os olhos cheios de lágrimas.
- Meu pai faz isso há anos... Toda vez que eu o desaponto de alguma forma ele... Ele usa a maldição Crucio e... E... A voz dele fraqueja e eu o acolho em meus braços, ficamos assim por um tempo ele se acalmar e eu pego a caixinha de primeiros socorros e faço alguns curativos, como alguém pode ser tão cruel com o próprio filho meu Merlin... Meu pai é ausente, mas pelo menos não é cruel assim.
Passei a noite dormindo e acordando o tempo todo para verificar Draco ao meu lado, ele adormeceu profundamente assim que fiz os curativos... Descemos para o salão principal para tomar café e Draco não estava errado, logo ele recebeu uma coruja de seu pai um berrador como eu já esperávamos, vamos para o dormitório rápido e abrimos e como já esperado as palavras de Lúcio foram cruéis e duras nem foram para mim mais me atingiram como lâminas.
Draco se senta e eu vejo os olhos dele marejarem de novo, o Lúcio é um pai horrível e eu nunca tinha visto o Draco tão exposto emocionalmente como hoje eu fico tão brava comigo mesma nunca ter percebido o quão horrível era a vida dele fora da escola em relação à família.
Ficamos um tempo ali quietos enquanto esperávamos o horário da aula e eu fiquei abismada com a capacidade do Draco fingir que nada aconteceu ao longo do dia, acho que foi por isso que eu nunca percebi nada.
No final das aulas eu procuro Draco por todos os lugares, mas não encontro em lugar algum... Vejo Grabe e vou em sua direção.
-Ei você viu o Dray? Pergunto inquieta, eu estava com um aperto horrível no peito.
-A última vez que eu vi o professor Snape veio chamá-lo porque o pai dele queria falar com ele, acho que eles estão na sala do professor.
- Merda merda merda... Valeu... Ao escutar aquilo, o meu coração gela e eu corro em direção a sala do professor Snape... Eu não sabia o que iria encontrar lá se seria uma briga, uma maldição ou qualquer coisa do tipo, mas o que eu sei é que não iria deixar ele sozinho com o pai depois de tudo que eu ouvi.
A sala de Poções nunca foi tão longe do pátio principal, por mais que eu andasse parecia que eu nunca ia chegar e os meus pensamentos só e torturavam com o que poderia estar acontecendo se estava tudo bem se... se... Eu não queria nem imagina o que podia estar acontecendo, eu espero o professor Snape esteja acompanhando a conversa... Mas isso é só uma ilusão da minha cabeça porque antes de chegar a sala vejo o professor do outro lado do pátio, caramba como essa sala é longe.

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