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20 de novembro de 2009

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20 de novembro de 2009.

Takemichi não brincou quando disse que o movimento na loja aumentaria. Desde o momento que ele chega na oficina – mesmo antes de abrir a loja realmente – ele possui clientes. Está sendo obrigado a fechar as portas com os últimos clientes dentro se quiser que parem de entrar ali e lhe dar mais serviço.

Inupi e Takemichi as vezes apareciam para lhe ajudar com a demanda, um novo mecânico já foi contratado, mas isso parecia não ser o suficiente, nem o espaço que ele tem. Quando Shinichiro resmungou que achava que todas as motos de Kanto estavam sendo enviadas para a S.S Motors, Takemichi gargalhou.

"— De toda Kanto eu não sei, mas todo submundo de Kanto sem dúvida. Todos os pequenos demônios que possuem motos virão aqui Shiro. E todos são menores que você. O affair do atual rei, você é tipo a rainha, saca? Mande-os beijar seus pés e eles farão.

— E os que não beijarem por bem, Take fará beijar por mal — Izana completou."

Mesmo Kokonoi concordou que era isso que estava acontecendo certa vez.

"— Suba em dez vezes o valor de seus serviços e eles ainda estarão na sua porta assim que pensarem em motos. Você entrou em uma posição alta demais, os serviços dos altos são sempre priorizados."

Então Shinichiro teve que mudar sua rotina já tão bem estabelecida. Além de ter que se acostumar com algumas atitudes e palavras. Antes de se envolver com Takemichi, chegava na oficina as oito horas da manhã em ponto, entrava e tomava café, ligava tudo que era necessário, conferia sua agenda e só então abria as portas as nove horas. Fechava para o almoço com duas horas de intervalo e quando voltava ficava ali até Wakasa o arrastar para algum lugar ou o cansaço ser muito grande.

Após ir até deviltown mal entrava na loja e já tinha alguém lhe esperando. Não que exigissem ser atendidos, mas Shinichiro não deixaria que eles ficassem fora da oficina no sol enquanto ele estava ali dentro, ao menos que pudessem entrar. E passou a tomar café com Takemichi em uma padaria próximo a academia que o mais novo frequentava, então não tinha motivo para enrolar em começar os reparos necessários.

Também teve outras alterações, pequenas ou não em sua vida. Passava muito tempo com Takemichi e menos com Wakasa. Não precisava ser arrastado para sair da oficina, havia comprado roupas e não pegava qualquer coisa para ir à oficina como antes, usava o uniforme o tempo todo para que não ficassem com cheiro de graxa quando fosse embora. Usava as luvas – sempre teve e por pura preguiça nas colocava para mexer nas motos -, se alimentava melhor, fazia exercícios. Se sentia muito mais feliz. Uma vez na semana ia até deviltown, as vezes sozinho para encontrar Takemichi por lá.

Era reconhecido e outros grandes, que aos poucos aprendia quem eram, falavam consigo. Seu nome começava a ter alguma importância, o suficiente para que não fosse mais citado junto ao codinome Sandman em algumas vezes.

— E onde o rei está? — Um cara perguntou para Shinichiro assim que entrou — Me falaram que ele está aqui com o namorado com frequência.

— Ah cara, vai caçar encrenca em outro lugar — Outro cliente respondeu antes que Shinichiro pudesse falar algo.

— Ele não está aqui agora — O Sano viu como todos se levantaram a sua volta, observou que ele não estava com uma moto. Quem essa cara é? — Vai estar em uma hora mais ou menos, tem assunto com ele?

— Quem não tem? — Shinichiro identificou o sorriso maldoso, mas não se preocupou.

— Procurando por isso? — Kaenu questionou girando uma arma pelo gatilho quando o cara passou a mão pelo quadril.

— O que? Como?

— Então você pretendia fazer algum mal a ele? — Shinichiro voltou a focar na moto, não dando atenção alguma ao que aconteceria.

— Não mate ninguém aqui, Kae.

— Fica tranquilo Shin, o chefe não ia curtir se eu trouxesse problemas pro... O que cês são mesmo? — O mais velho deu de ombros — Não importa, pra ti.

— Quem é você? — O cara tornou a perguntar.

— Sou o pior pesadelo de Sandman — Echis sorriu e parou de girar a arma, apontando-a para o cara — Agora ande com calma até a porta dos fundos, nós vamos dar uma voltinha.

— Cara, cê tem uma puta sorte — O cliente anterior comentou — Frequento deviltown a quarenta e dois anos, já vi vinte reis diferentes subirem ao trono. Sandman é o mais forte dentre eles, o mais poderoso. Não é à toa que ele é considerado o mais alto de nós. E tu conseguiu fisgar ele cara, eu queria alguém assim aos meus pés. Escolheu bem.

— Desculpe, não perguntei seu nome, qual é?

— Yamamoto. Daisuke Yamamoto.

— Certo Yamamoto. Eu não escolhi Sandman porque ele é poderoso, eu o amo. Que fique ciente disso.

— Então espero que ele o ame também, porque você pode não ter o escolhido por isso, mas tem muitas pessoas que estão querendo ele por isso. Se der uma oportunidade vai perder.

— Como assim? — Shinichiro se virou.

— Muitas pessoas estão querendo o seu lugar. Sandman é novo, com grana, importante, bonito. Já ouvi mulheres reclamando como não conseguiram o embebedar ainda, umas querendo o golpe do baú. Você sabe que é muito fácil comprar informações com a quantia certa, não é? — O Sano concordou — O Rei sempre consegue um giro de dinheiro fácil nos lugares que frequenta. Sandman não está fora. Há quem mora no prédio dele, no bairro do Cérbero, frequentam a academia, cafeteria, mercado, parques. Qualquer lugar que ele já foi mais de uma vez ou vai regularmente. Até mesmo aqui — Sinalizou a oficina — Algum de seus clientes só vem na esperança de o encontrar e ter uma chance, mesmo sendo sua oficina, o atual ficante dele.

— Você é um desses?

— Não. Tenho cinquenta e oito anos e sou casado com uma mulher que amo. Vim pelo mesmo motivo que muitos outros, uma elite oferece serviços e os serviços da elite são os melhores, é por isso que são elite.

— Não tenho certeza se foi por isso que me tornei — Shinichiro voltou a moto.

— Não te tornou, mas vai te manter. Inclusive, um conselho de que está muito tempo por aqui, expanda a oficina. Comprovei que seus serviços são os melhores e por isso voltei com a moto do meu filho, esse lugar está se tornando cada vez menor estruturalmente para arcar com a demanda.

— Obrigado pelo conselho, acho que irei seguir.

— Sim, sim. E bem, caso você e Sandman não deem certo, meu filho te achou muito gato. Palavras dele. Ele é o moreno que fica na banca de apostas de deviltown.

Shinichiro maneou a cabeça, mesmo sabendo que já estava descartado. Não ficou com ninguém antes de Takemichi e mesmo que houvesse um depois, o que não haveria, não teria ninguém também. 

 

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