Todo o resto já foi quebrado nessas viagens do tempo. Corpo. Alma. Mente. Confiança. Vontade. Bondade. Mas seu coração se mantinha intacto, a única coisa que não lhe permitia quebrar por completo. Ele já não era o mesmo Takemichi que seus amigos con...
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22 de novembro de 2009.
Takeomi estava uma pilha de nervos. Veja bem, ele amava Emanuella Kaneko. Ama. Amou desde a primeira vez que colocou os olhos nela, mesmo que ela estivesse em um puteiro, vestindo apenas uma lingerie no colo de um homem qualquer e com um maço enorme de notas entre os fartos seios. Ele queria aquela mulher para si e por isso fez de tudo para conseguir isso. Chegou ao ponto de roubar seu melhor amigo, Shinichiro Sano, para isso. Ele não precisava de nada além de cigarros e Emanuella, mas para ter a mulher precisava de dinheiro. E Shinichiro já lhe irritava muito por ter tanta atenção. Shinichiro, um fracassado, mas um fracasso admirado enquanto ele, quem deveria receber todas as honras, não as recebia como deveria. Então obviamente ele tinha razão em sua irritação ao lembrar de que, nesse momento, sua mulher estava ficando perfeita para o outro.
As roupas sensuais, o batom vermelho, os cachos emoldurando seu rosto e busto. Ela mal havia saído para encontrar com eles e Takeomi já podia sentir sua nuca arrepiar pelo sorriso sedutor e confiante, já podia escutar os saltos conforme passos calculados faziam seu quadril balançar com a bunda grande e siliconada.
Mas isso não era para ele. Isso era para Shinichiro. O maldito Rei Fraco.
O Akashi acendeu um cigarro e entrou em um beco. Pelo menos ele ainda teria a mulher para si. De qualquer modo ele sempre foi o amante, mas ao menos dessa vez não precisaria pagar por cada segundo ao seu lado. Ela prometeu. Em troca de sua ajuda para dominar Shinichiro Sano e Takemichi Hanagaki ela seria sua eterna amante. Sem dinheiro envolvido, apenas o mais puro e constante desejo carnal que os dois dividiam. Era um sacrifício que ele estava disposto a fazer, principalmente porque o pirralho e o merda que ele chamava de melhor amigo estariam sendo enganados e isso era delicioso para seu ego.
E parecia que as coisas estavam dando certo. Emanuella e Mikey pegaram seu celular mais cedo para marcar um encontro casual para que ela se introduzisse no grupo, iniciando seu plano assim. Shinichiro se interessou, mais do que ele gostou inclusive, mas era bom para eles, não é?!
Mas o bastardo disse que já tinha um compromisso que não poderia adiar em exata meia noite, teria pouco tempo para eles. Wakasa sugeriu que eles fossem no bar de sempre, mas Emanuella queria algo melhor.
É claro que queria.
E por isso combinaram de se encontrar uma quadra antes do pub indicado. Emanuella chegaria um pouco atrasada, propositalmente, para causar uma impressão. No final ele também estava atrasado, parou para fumar e se preparar para fingir não notar os pequenos flertes que Emanuella jogaria em Shinichiro.
Seu celular tocou. Sem olhar o aparelho achando ser um dos amigos para o xingar levou até a orelha enquanto expurgava a fumaça dos pulmões.
— Por que não me esperaram? — O guincho da voz feminina fez Takeomi suspirar por um momento.
