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01 de dezembro de 2009

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01 de dezembro de 2009.

— Você mentiu para mim — Shinichiro não desceu as escadas.

O mais velho escutou toda a conversa. Tinha decidido ir até Takemichi quando ele não subiu novamente, encontrando Kisaki já entrando. Estava subindo novamente e agradecendo que nenhum dos dois o viu quando escutou sobre cortar o fio. Tinha recém-descoberto sobre por ter escutado a conversa dos amigos no estúdio de tatuagem e ainda não havia sequer falado com o namorado sobre.

E então a conversa foi fluindo, seu peito apertando, as lagrimas do Hanagaki descendo mostrando o quão angustiado ele estava. O quão longe ele estava indo, ainda iria, por ele. E se lembrou que Takemichi viveu, em alguma linha, por longos anos após ele se matar naquele rio. Se tocou que parte do motivo da vida dele ter sido tão ruim era sua também.

Takemichi havia lhe chamado de seu salvador uma vez, mas não se sentia assim agora. Que tipo de salvador causava tanta dor quanto amor? Que afundava tanto quanto salvava. Que era um motivo para morte tanto quanto para vida?

A quanto tempo o mais novo sabia da ligação que eles tinham? Será que tentou se afastar já querendo evitar isso? Ele estava errado em cultivar esse amor, em correr atrás dele?

Takemichi em algum momento repudiou seus toques tanto quanto os ansiou? Era por isso que não queria acreditar no amor que dizia sentir no início?

Por que ele havia aceitado alguém toxico assim? A dor e raiva que ele dirigia ao seu passado, ele estava incluso, não é? Quando Takemichi disse que ele era o único sano em zona neutra consigo estava mentindo para poupar seus sentimentos quando na verdade era quem mais queria longe?

— Você mentiu para mim — A voz saiu cansada. Não havia vontade de chorar, era uma dor conformada. Agonizante, mas conformada — Você me odeia?

— Pelos deuses, porque eu te odiaria Shiro? Só porque menti? Você preferia que eu dissesse que vou morrer para você não ir lutar? Eu precisava daquilo, precisava que você se tornasse o cobra da morte justamente para diminuir as chances da minha morte.

— Se é assim então porque quer se livrar de mim? Basta me falar.

— Eu não quero me livrar de você. Eu te amo. Eu quero passar minha vida ao seu lado. Mas não vou suportar que você sofra...

— Como você sofreu? Do mesmo jeito que eu te fiz sofrer por estar morto em todas as linhas do tempo anteriores?

— Não há culpa a ser jogada em ninguém aqui. Você morreu pela maldição e nada além. E não sabíamos da existência do fio, nem você e muito menos eu.

— Desde quando você sabe?

— Na semana do nosso primeiro encontro, dois dias antes da minha viagem Kisaki me contou que podia ver o fio. Ele não me disse que era você, não precisou.

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