Todo o resto já foi quebrado nessas viagens do tempo. Corpo. Alma. Mente. Confiança. Vontade. Bondade. Mas seu coração se mantinha intacto, a única coisa que não lhe permitia quebrar por completo. Ele já não era o mesmo Takemichi que seus amigos con...
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14 de Novembro de 2011.
O templo tradicional japonês, situado no topo de uma colina, oferecia uma vista panorâmica das florestas ao redor, banhadas pela luz suave do sol matinal. As árvores de cerejeira, encomendadas especialmente para florescer fora de época, emolduravam o local com suas pétalas cor-de-rosa, criando um ambiente mágico e quase surreal. Lanternas vermelhas e douradas estavam penduradas ao longo do caminho que levava ao altar, onde o sacerdote já aguardava, pronto para conduzir a cerimônia.
Takemichi estava parado próximo do altar, seus olhos varrendo o cenário ao seu redor. Vestindo um quimono negro bordado com dragões dourados, ele se destacava entre os demais, mas havia um nervosismo perceptível em sua postura. Seus dedos tamborilavam ansiosamente sobre o tecido de seu quimono enquanto ele observava a multidão que se reunia.
Apesar de não ser como ele queria, o Hanagaki jamais negaria uma vontade de Shinichiro se estivesse dentro de sua capacidade realizá-la, então após uma longa e tortuosa discussão, ele estava fazendo o casamento deles, e não envolvia estarem sem roupa. Pelo menos não era um terno.
Dois anos haviam se passado desde o confronto decisivo com Mikey, e muito havia mudado. Takemichi havia se tornado não apenas um líder respeitado no submundo, mas também um símbolo de poder e justiça para muitos. Ao seu lado, Shinichiro havia encontrado uma nova força, se tornando um parceiro inabalável tanto no amor quanto nos negócios.
Para aliviar sua ansiedade, Takemichi se aproximou de Harpia, que conversava animadamente com Kotaro. A antiga cobradora se aposentou a poucos meses – ao lado de Cérbero -, e agora se dedicava às corridas ilegais, mas também ajudavam Takemichi e Shinichiro a administrar suas vidas tumultuadas. Kiara, com um sorriso de canto, percebeu a inquietação de Takemichi.
— Tá nervoso, chefe? — Ela brincou, dando um leve tapa nas costas de Takemichi.
— Talvez um pouco — Takemichi admitiu com um sorriso nervoso — Só quero que tudo saia perfeito.
— Já está perfeito. Você conseguiu organizar isso tudo, não é? — Sua madrasta comentou, admirando as decorações ao redor — Depois de tudo o que passamos, um dia como esse é mais do que merecido.
— E com todos esses figurões aqui, ninguém vai se atrever a causar problemas. Além disso, depois da reforma e Tenjiku assumindo como protetores e tendo acesso aos recursos da Yakuza, eles escalaram muito. Somos praticamente intocáveis.
Takemichi sorriu, concordando. Izana e sua trupe eram pesos pesados, alguns deles até mesmo no mesmo nível que suas cobras. E mesmo agora, quando os mais próximos de si estavam ali como convidados, muitos da Tenjiku estavam na segurança. Ele podia ver Mucho, do outro lado, em seu uniforme enquanto conversava com Ran e Rindou, antes de se afastarem novamente. Os Haitanis eram convidados.
