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31 de Dezembro de 2009

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31 de Dezembro de 2009.

— Veja, moleque, o que você está me pedindo é um pouco complicado. Não é como Toman, onde o melhor é sempre você em qualquer coisa. Aqui nós abrangemos várias áreas e temos vários especialistas — Takemichi colocou a mão no queixo, pensativo — Imagino que você não esteja indo para o melhor a lidar com armas, nem em qualquer habilidade não física, considerando que você tem apenas uma célula cerebral funcional. Então, escolha uma das minhas cobras.

O Hanagaki fez um movimento simples com a mão, mas fez com que todos a sua volta se movessem, e, por fim, ao seu lado, uma fila se formou.

— Temos duas Jararacas, Krait, Cobra Real, Cobra Marrom, Echis Carinatus, Cobra da morte, Mamba verde e eu, Mamba negra. Todos os especialistas da maior estirpe, conhecidos por seus golpes devastadores — Takemichi se virou para Mikey, piscando — Seu chute nuclear é famoso em Shibuya? Parabéns. Aqui entre nós, o golpe assinatura mais fraco é conhecido por toda a asia.

Mikey não responde, apenas trinca os dentes enquanto olha para cada um, sua mandíbula ficando mais marcada com a ação e causando risadinhas entre alguns espectadores, como Jin por exemplo. A aura desse garoto, o irmão de Shinichiro, podia ser densa, mas não era ameaçadora. Alguém que já fez muita coisa ruim, mas que não era, no fim, um perigo. Ou, pelo menos, não com Takemichi e Shinichiro por ali.

— Você, Takemichi. Essa é minha escolha.

— E isso deveria ser uma surpresa? — Shinichiro zomba — Ele quer o melhor, e você é indiscutivelmente o melhor.

Takemichi riu suavemente ao ouvir a escolha de Mikey, seus olhos brilhando com uma mistura de diversão e astúcia. Ele sabia que Mikey o escolheria. Sabia que, no fundo, Mikey precisava dessa luta, muito mais do que ele jamais precisou, inclusive.

— Bem, se é isso que você quer... — Takemichi declarou.

Recuando alguns passos, preparando-se para o confronto, ele tirou a parte superior de seu quimono, o deixando cair na cintura e exibindo suas várias tatuagens, assim como algumas marcas que causaram risadinhas em alguns e mais raiva ainda em Manjiro.

Mikey, então, avançou com um grito de guerra, lançando seu famoso chute nuclear com uma velocidade assustadora. Mas Takemichi, com uma facilidade irritante, esquivou-se, quase como se estivesse apenas brincando. Ele não revidou, apenas se afastou, desviando de cada ataque com uma graça quase provocadora.

Mikey tentou golpe após golpe, cada um mais desesperado que o anterior, mas Takemichi permaneceu fora de alcance, sua expressão calma e inabalável. A frustração de Mikey crescia a cada segundo.

— POR QUE VOCÊ NÃO LUTA?! — Mikey berrou, suas mãos tremendo de fúria. — VOCÊ ACHA QUE ISSO É UMA BRINCADEIRA?

— Bem, não é? Uma criança fazendo birra. É claro que não passa de uma brincadeira — Takemichi sorriu, um sorriso que fez Mikey perder a cabeça completamente.

— TOMAN! — Mikey gritou, sua voz ecoando pelo local. — ACABEM COM ELE!

Pah, Peh, e Baji avançaram sem hesitação, mas antes que pudessem sequer chegar perto de Takemichi, Ayanoji, Kaenu e South se moveram como sombras. Pah foi derrubado com um soco direto no estômago, Peh teve seu ombro deslocado por uma chave rápida, e Baji, o mais resistente, caiu depois de uma série de golpes precisos e implacáveis. O restante dos membros da Toman, vendo seus capitães derrotados tão facilmente, perderam a coragem e congelaram no lugar, sem saber o que fazer.

— Agora eu entendo o que você quis dizer — Kazutora sussurrou, tanto para seu namorado quanto para a dupla de dragões da Toman – se ainda podiam ser chamados assim.

— Nós nunca tivemos chance — Hakkai concordou, medo em seus olhos enquanto assistia a cena.

— Não, nunca tiveram — Yuzuha confirmou.

Shinichiro entrou em cena, caminhando lentamente até Takemichi e Mikey, ambos parados assistindo a imobilização da Toman, o Hanagaki com tedio, Manjiro com descrença. O Sano mais velho tinha a expressão fria, resoluta.

— Eu podia respeitar enquanto era um acordo justo entre vocês — Ele disse, sua voz cortante como uma lâmina — Mas você o quebrou primeiro, então não me culpe por me meter.

Antes que Mikey pudesse reagir, Shinichiro o atacou. Seus golpes eram precisos, cada um carregando a força antes desconhecida por seu irmão. Mikey tentou resistir, mas foi evidente que, no estado em que estava, ele não tinha chance contra a fúria de Shinichiro – nem em seu melhor estado, se fosse sincero. Em poucos minutos, Mikey estava no chão, sangrando e sem forças para continuar.

— Ninguém toca no meu noivo — Shinichiro franziu o nariz em desgosto.

— Admito que é chato ter criado Tenjiku para me vingar de Mikey e não ter essa chance — Izana obteve algumas concordâncias — Mas é muito mais satisfatório assistir o pirralho levar uma surra do Shini.

— Tipo, a pessoa que ele julgava como sendo a mais fraca o deixou só a polpa — Mucho cantarolou — Eu mudava meu nome, faria cirurgias para mudar a cara e fugia do país.

O silêncio pairou no ar por um breve momento após uma onda de risadas, até ser quebrado por um grito furioso.

— SE VOCÊ NÃO VAI SER MEU, ENTÃO NÃO VAI SER DO IMPRESTAVEL DO MEU FILHO!

Emanuella, que ninguém havia notado se aproximando. Takemichi soube naquele momento, que esse era exatamente o ponto de sua visão. Ou melhor, sua morte. Na mão da mulher, uma arma brilhava sob a luz fraca. Antes que alguém pudesse reagir, dois disparos ecoaram pelo ar, e o caos se instalou. O tempo correu devagar para Takemichi, enquanto ele agarrava os ombros de Shinichiro e o virava para ficar atras de si, usando seu corpo como escudo para a bala que o tinha como alvo.

O som do projetil encontrando-se com carne foi alto demais para os ouvidos do Hanagaki.

Quando o tumulto cessou, Emanuella estava caída no chão, uma bala entre os olhos. Masaru, a sua frente, foi quem a abateu, sua pistola ainda fumegando enquanto ele olhava para o corpo sem vida de sua ex-esposa, uma expressão de desprezo em seu rosto.

— Ninguém merece ex louca, deuses — Ele zombou, guardando a arma.

Mas a segunda bala, a destinada a Shinichiro... Ele sentiu o tempo parar enquanto via Takemichi e vários outros se jogarem na frente para protegê-lo. Quando o mundo voltou ao normal, o choque percorreu a multidão. Não era nenhum dos esperados, e isso não era melhor.

Baji estava no chão, sangue escorrendo de seu peito, mas com um sorriso torto nos lábios. Enquanto Keisuke sentia a vida se esvaindo de seu corpo, ele se virou para Mikey, que o observava com olhos arregalados, cheios de choque e dor, ainda no chão e não muito distante dele.

— Mikey... Cuide do que importa, antes que seja tarde demais... Assim como eu cuidei de você... Até o fim — Baji tentou levantar a mão, mas não conseguiu. Em vez disso, ele sorriu, fraco, e ele acrescentou, com uma última força — Viva, Mikey... Por mim, pelo que fomos... Pelo que ainda pode ser.

 Pelo que ainda pode ser

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