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Pov's Paola Carosella

Terminei de cortar os legumes e joguei na panela de pressão. Hoje é mais um dia caótico de frio depois de um solzinho de manhã, sequei minhas mãos no pano de prato no meu ombro e ri vendo a S/n cortando os pães devagarinho na bancada toda concentrada. Me encostei na pia para ficar observando ela ali e sorri boba olhando a aliança em meu dedo, finalmente posso chamar ela de minha. Ela veio direto do trabalho pra cá e como todas as vezes não trouxe nenhuma roupa, a S/n começou a passar a manteiga nos pedaços e eu fui até ela.

- Que susto, amor - ela riu quando lhe abracei por trás.

- Quer ajuda? - perguntei fazendo ela franzir o cenho e olhar para o fogão.

- Sério que você já terminou tudo da sopa? - ela indagou incrédula e eu assenti afundando meu rosto no pescoço dela - Não acredito, eu sou muito lerda nem coloquei o orégano ainda.

- Eii, não fale assim - a repreendi pegando uma faca no gaveteiro e colocando na bancada - Vou te ajudar enquanto a panela não pega pressão.

- É uma honra ter a ajuda da chefe - ela falou dando risada comigo enquanto eu terminava de passar a manteiga nos outros pedaços.

Peguei o frasco de orégano e coloquei em todos os pedaços, a S/n colocou metade numa forma de alumínio e a outra metade em outra forma. Coloquei no forno que já estava pré aquecido e fechei. Ela limpou a bancada colocando as coisas na pia e eu tirei meu avental, em seguida pendurado ele. A S/n abriu a geladeira, pegou um pedaço da barra de chocolate e comeu de olhos fechados acompanhado de um sorrisinho.

- Vou precisar estocar chocolates? - perguntei abraçando a cintura dela quando a mesma veio até mim e envolveu meu pescoço com os braços.

- Talvez, fico meio sensível nesse período e amo um chocolate - ela respondeu risonha e eu assenti da mesma forma - Também aceito um bolinho de cenoura com cobertura como forma de mimo, tá?

- Tá bom, meu amor.

Ri com ela e a mesma selou nossos lábios em um selinho demorado que se tornou um beijo carinhoso. Senti a mão dela em meu rosto me fazendo um carinho com o polegar enquanto as minhas acariciavam as costas cobertas pelo meu moletom preto. O nosso momento foi interrompido por uma tosse que surgiu na cozinha, umedeci meus lábios vendo a Fran de olhos cerrados e fones de ouvido no pescoço.

- É assim que se faz sopa, Paola Carosella? Bem atemporal, hein - ela perguntou me deixando sem graça e a S/n riu abraçada comigo - E que ajudante de cozinha é essa que beija a chefe? Vou descontar do salário das duas, não aceito isso na minha cozinha.

- Para, Fran - dei risada sentindo minhas bochechas queimarem e ela riu sentando em um dos bancos da bancada - Daqui a pouco fica tudo pronto e jantamos.

- Terminei minhas atividades, para o desgosto de vocês vou ficar o tempo todo por perto - ela falou fazendo a S/n rir e ir até ela - É assim mesmo, ninguém mais gosta de mim nesta casa.

- Como ela está dramática hoje, meu amor - a S/n ria abraçando a Francesca e enchendo ela de beijos - Até parece que eu e sua mãe podemos deixar de gostar de você um dia.

Fiquei boba vendo as duas ali na minha frente, minha filha crescida e a mulher que eu sempre quis comigo definitivamente comigo e logo passará a morar aqui conosco, na verdade a S/n não mora aqui porque não quer..se dependesse de mim ela já estaria aqui há muito tempo.

Depois de uns vinte minutos começamos a jantar. O Luciano ligou para saber como a S/n estava, acho fofo a preocupação que ele sempre teve com ela. A mãe deles parecia muito com eles, só tive a oportunidade de conhecer ela por um ano antes dela falecer.. já o pai deles já tinha falecido dois anos antes da mãe. Tomei a minha sopa enquanto a chuva ficava cada vez mais forte lá fora e a ligação foi algo bem família mesmo..essa semana é o chá de fraldas e eu estou ansiosa para começar os preparativos porque isso significa que vou passar mais tempo com a S/n.

𝐄 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐮| ᴘᴀᴏʟᴀ ᴄᴀʀᴏꜱᴇʟʟᴀ ˣ ʸᵒᵘOnde histórias criam vida. Descubra agora