❥︎ Chapter One

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Jeonghan estava desfrutando de um sono tranquilo quando ouviu duas vozes vindas do andar de baixo. Relutantemente, ele se levantou e desceu até a sala, onde avistou seus dois filhos na cozinha. Ele ficou parado, observando a cena.

— Chan, você é pequeno demais, saia daí! Se o papai te ver subindo aí, já era pra nós dois — Seungkwan, de seis anos, sussurrou, preocupado.

— Ele vai acordar com você falando — respondeu Chan, de cinco anos, enquanto tentava alcançar o pote de biscoitos no armário, equilibrando-se em uma cadeira.

— Você nos colocou de castigo na semana passada, Chanie — retrucou Seungkwan.

— Kwanie, você não quer biscoito? Estou pegando para nós dois.

Jeonghan não pôde deixar de sorrir ao ver a cena dos filhos conspirando juntos, mas decidiu entrar na brincadeira. Ele adotou um tom sério e apareceu na cozinha.

— Bonito, né? Os dois fazendo arte — disse Jeonghan, cruzando os braços.

Seungkwan arregalou os olhos, surpreso, mas Chan, por outro lado, desceu da cadeira com o pote nas mãos e sorriu.

— Papai, você acordou. Sabia que quando você acorda continua lindo? — elogiou Chan, com um sorriso inocente.

— Muito obrigado, eu sei que sou lindo. Mas, voltando ao assunto, vocês ainda estão de castigo da semana passada e não podem comer besteiras — respondeu Jeonghan, tentando manter a seriedade.

— Mas papai, biscoito não é besteira — Seungkwan protestou.

Jeonghan suspirou e murmurou, com um sorriso triste:

— Ah, quando a mãe de vocês disse que vocês puxaram a mim, eu devia ter acreditado...

Seungkwan olhou para baixo, entristecido.

— Ela faz falta... — disse ele, cabisbaixo.

Chan, por sua vez, começou a chorar baixinho. Jeonghan se aproximou, pegando-o no colo.

— Desculpa, eu não devia ter mencionado ela — falou, deixando um beijo na bochecha do mais novo.

— Papai, a mamãe faz tanta falta — Chan sussurrou, encostando a cabeça no ombro de Jeonghan.

Antes que Jeonghan pudesse responder, a porta da frente se abriu e logo em seguida se fechou.

— Por acaso você não está atrasado, Jeonghan? — Seungcheol entrou, carregando uma expressão levemente preocupada. — O que aconteceu?

Chan limpou as lágrimas e olhou para o tio.

— Tio Cheolie, sinto falta da mamãe.

— Eu mencionei ela sem pensar... — explicou Jeonghan, com um olhar de culpa.

Seungcheol se aproximou e colocou a mão sobre a cabeça de Chan.

— Ei, sua mãe está lá em cima cuidando muito bem de todos nós, está bem? — disse ele, tentando confortá-lo.

Chan assentiu com a cabeça, ainda um pouco abatido.

— Que horas são? — perguntou Jeonghan.

— Você devia estar na empresa às 8h. Agora já são 11h12.

— O papai é dono da empresa, ele pode chegar na hora que quiser, não? — Seungkwan perguntou, tentando entender.

— Não, meu amor, infelizmente não — respondeu Jeonghan, sorrindo suavemente. Ele passou Chan para os braços de Seungcheol. — Mas não fica triste, papai vai tentar chegar mais cedo, OK?

— Promete mesmo? — Chan perguntou, com esperança nos olhos.

— Claro que sim. Agora, vou me arrumar — disse Jeonghan, subindo correndo para o quarto. Ele tomou um banho rápido, escovou os dentes, vestiu o terno e ajeitou o cabelo antes de descer.

Ao voltar para a sala, encontrou os três no sofá assistindo a um desenho.

— Vão ficar assim o dia todo? — brincou Jeonghan.

— Vamos. Mas, me diz, por que eles não foram para a escola? — Seungcheol perguntou.

— Hoje não tem aula, e se tivesse, eu esqueci de colocar o alarme para despertar.

— Que belo pai você é — comentou Seungcheol, rindo, fazendo as crianças rirem junto.

— Seungcheol, cuida bem dos meus filhos, ouviu?

— Pode deixar. Sou um ótimo tio, tá?

— Sei... — Jeonghan se despediu. — Tchau, meus amores.

— Tchau, papai — responderam Seungkwan e Chan em uníssono.

Jeonghan entrou no carro e foi para sua empresa de moda. Ao chegar, foi direto para a sua sala. Logo, houve batidas na porta.

— Entra.

— Olha, da próxima vez que você se atrasar, eu vou assumir a empresa — brincou Minghao ao entrar.

— Você é meu secretário e me trata assim?

— Como estão o Chanie e o Kwanie?

— Estão bem, ficaram com o Seungcheol.

— Você sabe que não pode deixá-los sempre com o Seungcheol ou o Wonwoo, né?

— Desde a morte da Hae-woo, tenho tentado contratar babás, mas o Chanie sempre dá um jeito de fazê-las se demitirem.

— Já se passaram sete meses desde a morte dela, mas eles ainda sentem falta e acham que as babás podem tentar tomar o lugar dela.

— Isso é impossível...

— Eu vou procurar alguém para cuidar deles. Seungcheol está com problemas no trabalho e não pode ajudar sempre.

Jeonghan franziu a testa.

— Ele não me contou...

— Então, depois você conversa com ele. Agora, vamos focar no trabalho.

O dia passou rápido, e devido ao atraso, Jeonghan teve que sair da empresa mais tarde. Quando chegou em casa, encontrou Seungcheol recolhendo brinquedos.

— Precisamos conversar — Seungcheol disse, colocando os brinquedos na caixa.

— Sobre os problemas no trabalho que você não me contou?

— Tem isso, mas o foco é outro.

— O quê?

— Você não tem tido tempo para as crianças, e elas sentem sua falta. Você precisa de uma babá.

— A última saiu traumatizada, Minghao disse que vai procurar alguém.

— Então contrate um homem. Ah, mas espera, você é bissexual, então talvez não faça diferença — brincou Seungcheol.

Jeonghan jogou uma almofada nele, rindo.

— Estou indo, os dois estão dormindo — disse Seungcheol, se preparando para sair.

— Que milagre é esse?

— Também achei, mas estavam tão bonitinhos.

— Vai com cuidado.

— Pode deixar. Tchau!

Jeonghan subiu para verificar as crianças e, ao não encontrá-las em seus quartos, foi até o seu. Lá, viu os dois deitados em sua cama. Ele se aproximou, deu um beijo na testa deles e pegou um pijama para tomar um banho rápido.

Depois de se trocar, deitou-se ao lado dos pequenos.

— Desculpa, papai devia ter chegado mais cedo — sussurrou, observando-os dormir antes de ele mesmo pegar no sono.

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