❥︎ Chapter Eight

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No dia seguinte, Joshua estava cuidando de Chan, ajudando-o com os deveres de casa, quando o menino perguntou de repente:

— Você e o papai namoravam quando eram adolescentes, né?

Joshua ficou surpreso com a pergunta inesperada, mas tentou desconversar.

— Concordo com seu pai em não deixar o Seungcheol sair com vocês — disse Joshua, tentando mudar de assunto.

Chan, no entanto, o ignorou e insistiu:

— Você ainda gosta do papai?

Joshua hesitou por um momento antes de responder, com um tom de honestidade no olhar.

— Sim, eu ainda gosto do seu pai. Nunca deixei de gostar.

Chan sorriu levemente.

— Papai também gosta de você — afirmou com convicção.

Joshua ergueu uma sobrancelha, intrigado.

— Você acha?

— Acho? Eu tenho certeza, Shua. Quando o papai te vê, os olhos dele brilham. Dá pra perceber que ele fica até perdido quando você está por perto.

Joshua suspirou, tentando processar o que Chan dizia.

— Isso foi o Seungcheol que te contou ou é você que está dizendo?

Chan balançou a cabeça e continuou desenhando.

— Sou eu que estou falando. Quando você está perto, papai faz questão de te olhar e tenta chamar sua atenção, como se estivesse te testando.

Joshua lembrou da noite anterior, quando Jeonghan parecia fazer de tudo para que ele notasse sua presença enquanto arrumavam a casa, exatamente como fazia na adolescência.

— Papai só quer atenção e cuidado — disse Chan, ainda concentrado no desenho. — Ele se sobrecarrega e não tem ninguém pra dizer que precisa parar e respirar.

Joshua ia responder, mas Chan o interrompeu, falando rapidamente:

— Minha mãe sempre dizia que amava o papai, mas ela gostava mesmo do dinheiro dele. Nunca se importou se ele estava cansado ou precisava de um tempo em família. Quando ele chegava exausto, ela nem ligava.

Chan terminou seu desenho e olhou para Joshua.

— Você cuidaria do papai, Shua?

Joshua sorriu tristemente.

— Eu sempre me preocupei com ele. Nunca gostei de vê-lo se sobrecarregar ou esquecer que precisa viver.

Chan observou Joshua por um momento e, depois, perguntou com um brilho curioso nos olhos:

— Você pode me contar como vocês se conheceram?

Joshua sorriu, lembrando-se dos velhos tempos.

— Eu tinha acabado de chegar na Coreia, com 15 anos, e mal sabia falar coreano. Um dia, eu estava sozinho no intervalo quando um garoto de cabelo castanho comprido se aproximou.

— Papai?

Joshua assentiu.

— Jeonghan. Ele começou a me ajudar com as aulas e a aprender a língua. Aos poucos, eu me tornei amigo dele e do Seungcheol. Mas teve um dia, depois da escola, que começou a chover muito. Quando eu estava saindo, vi seu pai sem guarda-chuva.

— Ele iria na chuva? — Chan perguntou, surpreso.

— Sim, e foi aí que eu fui até ele e o acompanhei até em casa com o meu guarda-chuva. Foi nesse dia que ele me beijou pela primeira vez.

Segunda Chance - Jihan Onde histórias criam vida. Descubra agora