Era uma noite calma quando Hae-woo apareceu na sala, vestida com um sorriso animado, algo que chamou a atenção de Chan. Aquela animação inesperada acendeu uma pequena desconfiança no garoto.
— Meu bebê, vamos dar uma volta? — ela perguntou, se aproximando e acariciando o rosto de Chan com um olhar carinhoso.
Chan piscou, surpreso. — E iremos para onde, mãe?
Ela raramente o chamava de “meu bebê”, e isso o deixou intrigado.
— Que tal no parque de diversões? — ela sugeriu, sorrindo mais largo.
— Isso parece divertido, mas não vamos esperar o papai e o Kwanie? — Chan perguntou, franzindo o cenho.
— Não, hoje é um momento só nosso, entre mãe e filho — ela respondeu, mantendo o sorriso.
— Entendi. — Chan relaxou um pouco, achando a ideia de ter um momento só com a mãe especial.
— Sua roupa está ótima, vamos? — ela insistiu.
— Sim! — Chan respondeu animado, deixando para trás a pequena desconfiança que sentia.
Eles entraram no carro, e Hae-woo ajudou a prender o cinto de Chan antes de se sentar ao volante. Enquanto o carro avançava pela estrada iluminada apenas pelas luzes dos postes, Chan começou a sentir um desconforto. Era como se uma sensação de perigo estivesse pairando no ar. Ele abriu a boca para falar com a mãe, mas, antes que pudesse dizer algo, o som ensurdecedor de um impacto preencheu seus ouvidos.
Um carro atingiu o deles em cheio. Vidros estilhaçaram por todos os lados, e Chan sentiu um frio na espinha ao ver sua mãe coberta de sangue.
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Do outro lado do quarto, Joshua e Jeonghan acordaram sobressaltados, ouvindo gritos e soluços ecoando pelo corredor.
— Esse choro é do Chan... — Jeonghan disse, já se levantando e correndo em direção ao quarto do filho mais novo.
Joshua se levantou rapidamente e encontrou Seungkwan parado na porta de seu quarto, com uma expressão de preocupação.
— É o mesmo pesadelo... o do dia do acidente — Seungkwan murmurou, olhando para o irmão.
Joshua entrou no quarto de Chan e viu Jeonghan abraçando o menino, que chorava descontroladamente.
— Calma, papai está aqui, está tudo bem — Jeonghan sussurrava, tentando acalmá-lo.
— O sangue... ela está morta... vidros, carro... — Chan repetia, soluçando.
Jeonghan fechou os olhos, lembrando do que Hae-woo havia escrito em seu caderno antes do acidente. Aquelas palavras ecoaram em sua mente: ela não o matou, mas o deixou todo traumatizado.
Joshua se aproximou e sentou-se ao lado de Chan, estendendo os braços. O menino olhou para ele, buscando conforto, e se aninhou em seu colo. Joshua o envolveu em um abraço protetor.
— O dinossauro tem que ficar bem — ele disse, acariciando os cabelos de Chan.
— Os dinossauros não podem chorar? — Chan perguntou com a voz fraca.
— Podem, mas quero que você saiba, pequeno dino, que estamos aqui, ok? — Joshua falou, enxugando as lágrimas do menino. — Eu estou aqui com você, e não vou deixar nada acontecer com você ou com o Kwanie, está bem?
Chan assentiu, sentindo-se um pouco mais calmo. — Sim, Shua... você pode contar uma história? — ele pediu, deitando-se ao lado de Jeonghan. Seungkwan também se acomodou na cama para ouvir.
— Claro. — Joshua pegou um livro chamado O Dinossauro Amigo. — Era uma vez um dinossauro chamado Dino, que vivia no coração de uma floresta repleta de árvores altas e plantas frondosas. Dino era um Tiranossauro Rex muito gentil e amigável, diferente de seus amigos, que muitas vezes agiam de forma bruta e selvagem. — Ele virou a página, mantendo a voz suave e tranquila, enquanto Jeonghan o observava atentamente. — Um dia, Dino encontrou um filhote de velociraptor perdido na floresta. O pequeno dinossauro estava assustado e sozinho, e Dino logo percebeu que precisava ajudá-lo. Com cuidado e carinho, o Tiranossauro Rex levou o filhote para sua casa e o alimentou com frutas e folhas frescas. — Joshua continuou, virando mais uma página.
Jeonghan observava como as crianças se aconchegavam mais perto, os olhos ficando pesados conforme a história avançava.
— Com o passar do tempo, o filhote de velociraptor se tornou o melhor amigo de Dino. Juntos, os dois exploravam a floresta, brincavam e aprendiam um com o outro. Dino ensinava ao filhote sobre a importância da amizade e o respeito pela natureza, enquanto o velociraptor trazia diversão e energia para a vida do Tiranossauro Rex. — Ele virou para a última página. — Com a ajuda e dedicação de Dino, o filhote de velociraptor cresceu forte e saudável, e os dois dinossauros continuaram a ser amigos para sempre, mostrando que a verdadeira amizade não conhece limites de raças ou diferenças. E assim, no coração da floresta, o Tiranossauro Rex e o velociraptor viveram felizes para sempre, unidos pelo laço especial que os unia. Fim.
Joshua terminou a história e viu que os dois meninos tinham adormecido, as expressões finalmente relaxadas.
— Vou ficar aqui caso ele tenha mais um pesadelo — Jeonghan sussurrou, ajeitando Chan com cuidado.
— Será que cabe eu aí? — Joshua perguntou, sorrindo suavemente.
— A cama é grande.
Joshua sorriu e se acomodou ao lado de Seungkwan, deitando-se perto deles. Em pouco tempo, os dois adultos também caíram no sono, embalados pela calma que se instalou no quarto.
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Segunda Chance - Jihan
Fanfiction~ FANFIC REESCRITA E REVISADA ~ Yoon Jeonghan, um pai solteiro de duas crianças - Yoon Seungkwan e Yoon Chan - se vê em uma certa confusão, pois precisa trabalhar e não pode deixar seus filhos sempre com os amigos. A morte da esposa piora tudo, ent...