❥︎ Chapter Four

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Jeonghan e Seungkwan estavam no carro, com o som suave do motor preenchendo o silêncio entre eles. Seungkwan olhava para o pai com uma expressão levemente culpada.

— Papai, desculpe por fazer você sair do trabalho — murmurou, sua voz baixa, quase como se temesse a reação do outro.

Jeonghan lançou-lhe um olhar compreensivo, o rosto sereno. — Não tem problema nenhum, filho. Eu saí do trabalho. — Ele respondeu com um sorriso gentil, querendo tranquilizá-lo.

Ao estacionar em frente à mansão, ambos saíram do carro e caminharam lado a lado até a entrada, as luzes da casa iluminavam suavemente o caminho.

— Cadê o Joshua e o Chan? — Seungkwan perguntou, franzindo a testa ao perceber a ausência dos dois.

— Boa pergunta — Jeonghan respondeu, parecendo também curioso.

— Vamos ver no quarto do Chan — sugeriu Seungkwan, e os dois subiram as escadas, seus passos ecoando levemente no corredor.

Ao entrarem no quarto, foram recebidos por uma cena tranquila: Joshua e Chan dormiam juntos na cama do pequeno. Chan repousava com a cabeça no peito de Joshua, que segurava um livro em uma das mãos, provavelmente tendo adormecido enquanto lia para ele.

— Que fofinhos — Seungkwan sussurrou, sorrindo com ternura ao ver a cena.

Jeonghan, por outro lado, parecia hipnotizado por Joshua, observando-o com um olhar distante, quase como se estivesse perdido em pensamentos. Seungkwan notou o comportamento do pai e franziu o cenho, intrigado.

— Pai... — chamou baixinho, tentando chamar a atenção de Jeonghan.

Jeonghan piscou, voltando ao presente. — Vem, deixa eles dormirem. Vamos cuidar desse olho roxo. — Ele indicou com um gesto para que Seungkwan o seguisse para fora do quarto, fechando a porta cuidadosamente para não acordar os dois.

Jeonghan levou Seungkwan até o banheiro e começou a cuidar do hematoma no rosto dele, aplicando pomada com delicadeza. — Agora vá tomar um banho, como o Minghao mandou mensagem dizendo que eu podia ficar em casa, vou aproveitar para fazer o jantar.

Enquanto preparava a refeição na cozinha, Jeonghan se pegou pensando nas palavras de Joshua do dia anterior, sobre a carta que mencionara. Ele franziu a testa, lembrando-se de como, na época, Joshua teve que voltar para os Estados Unidos sem sequer se despedir. Aquilo o magoou profundamente. Naquele período, Seungcheol esteve ao seu lado o tempo todo, assim como Hae-woo, sua ex-esposa. Ela era uma amiga próxima de Jeonghan, alguém que Joshua nunca gostou, mas que só ganhou um novo significado para ele cinco anos depois. Hae-woo conhecia Jeonghan como ninguém, até sabia como se passar por ele em diversas situações.

Jeonghan estava tão imerso em suas lembranças que não notou quando Joshua se aproximou.

— Vai se queimar — alertou Joshua, segurando o braço de Jeonghan e afastando-o da panela quente. — Quando está cozinhando, pense apenas na comida, não em outras coisas, senhor Yoon.

Jeonghan piscou, surpreso. — Eu... eu não estava pensando em outra coisa.

Joshua soltou um leve suspiro, desconfiado. — Claro que estava.

Jeonghan desviou o olhar, tentando mudar de assunto. — Você estava lindo dormindo com o Chan — murmurou, mas o comentário foi audível o suficiente para Joshua escutar.

Joshua corou levemente, desviando os olhos para a panela. — Ele pediu para eu ficar com ele e acabei pegando no sono junto — explicou, tentando disfarçar o desconforto.

— Fica para jantar — Jeonghan ofereceu, sua voz saindo mais suave.

— Não posso. O filho adotivo do Jun e do Minghao vai chegar hoje, e eles me convidaram para jantar — respondeu Joshua, um pouco hesitante.

— Espera, foi você que ajudou eles a adotarem o Seokmin? — Jeonghan perguntou, surpreso.

— Sim, é um processo bem complicado, mas finalmente conseguiram — disse Joshua, com um pequeno sorriso de satisfação.

Seungkwan apareceu na cozinha, enxugando o cabelo com a toalha. — Joshua, já vai?

Joshua se aproximou, notando o hematoma. — Por que está com o olho roxo? — perguntou, a preocupação visível em sua expressão.

— Ele foi defender um amigo e acabou assim — explicou Jeonghan, desligando a panela.

— Só foi um olho roxo, não é nada — Seungkwan respondeu, como se a preocupação de Joshua fosse exagerada.

Joshua franziu o cenho, não convencido. — Como não é nada? Não se deve arriscar assim, Seungkwan.

Seungkwan deu de ombros. — Mamãe sempre falava que machucados não são nada.

Os dois adultos trocaram um olhar significativo.

— Como assim sua mãe dizia isso? — Jeonghan perguntou, com um tom mais sério.

— Todos os meus machucados não tinham curativos, só os que o papai cuidava — respondeu Seungkwan, lembrando-se das vezes em que se machucou.

Joshua balançou a cabeça, a expressão azeda. — Hae-woo sempre foi assim, nem adulta ela mudou — comentou, com um toque de desdém na voz.

— Joshua, por favor, não na frente do Seungkwan — pediu Jeonghan, com um olhar preocupado.

— Você conhecia a mamãe? — Seungkwan perguntou, confuso.

Joshua sorriu de forma triste. — Na verdade, conheço seu pai, sua mãe e seu tio Seungcheol. Estudamos juntos.

— Sério? — Seungkwan arregalou os olhos, curioso.

— Sim, mas tive que ir embora para os Estados Unidos — explicou Joshua, o tom mais suave.

— Então você era o namorado do papai? — Seungkwan perguntou de repente, pegando Jeonghan de surpresa.

— Como você sabe disso? — Jeonghan perguntou, chocado.

— Com certeza foi o Seungcheol — comentou Joshua, olhando o relógio. — Preciso ir, Jeonghan. O Chan teve febre hoje, mas tomou remédio e já melhorou.

— Obrigado por cuidar dele, Joshua. Amanhã é sábado, então não precisa vir.

— Está bem. Seungkwan, tome cuidado ao defender os amigos. Nem sempre vale a pena.

— Pode deixar — respondeu Seungkwan, sorrindo.

Joshua se despediu e saiu da mansão, indo direto para a casa de Jun e Minghao. Quando chegou, bateu à porta, e Minghao foi quem abriu.

— Pensei que não ia vir.

— Saí da casa do Jeonghan e vim direto — respondeu Joshua, tentando disfarçar a tensão.

— Você ainda estava lá? — Minghao perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Sim.

— Shua, depois quero falar com você sobre algo.

— Está bem.

Jun apareceu, sorrindo. — Joshua, você chegou!

— Cadê ele? — perguntou, referindo-se a Seokmin.

— Tô aqui! — O garoto de sete anos apareceu, correndo até ele.

— Finalmente conseguimos, né? — Joshua sorriu, e Seokmin retribuiu o sorriso, animado.

Após o jantar, Minghao chamou Joshua para uma conversa mais reservada.

— Sobre o que quer falar? — perguntou Joshua, curioso.

— O Jeonghan me contou sobre a carta que você mencionou. O que tinha nela?

— Ele escreveu que era para eu esquecer dele, que não queria me encontrar e que, se eu fosse para os Estados Unidos, nosso namoro acabaria. Também dizia que ele não me amava mais. Foi isso que estava na carta — explicou Joshua, com um tom amargo.

Minghao suspirou. — Tem certeza de que era ele?

— Era a letra dele, como não seria?

Minghao balançou a cabeça. — Use um pouco o cérebro da próxima vez.

— O que quer dizer com isso? — Joshua perguntou, confuso, enquanto Minghao saía para a sala.

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